sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Concurso de Natal 2012 - Estrelas de Presépio.




O blog "A  Barbearia do Senhor Luís", desde 2006 que, por alturas da quadra natalícia, promove um Concurso de Natal . Este ano parece que o evento andou um pouco estremecido, tipo vai, não vai...
Eis senão, quando o amigo CBO no seu blog "Crónicas on the Rocks", nos dá a boa notícia, como podem constatar seguindo o link.  Ora, como não consigo resistir a qualquer repto que seja lançado, em prol de tudo que sejam desafios, passatempos ou concursos, resolvi participar também neste. Este ano, será subordinado ao tema:
"Uma Estrelinha Que os Guie".
 Suponho que o que se deseja, é que surja uma estrelinha que guie o burro e a vaquinha de volta ao Presépio da nossa infância. Se não for esta a ideia, peço desculpa ao patrocinador do Concurso. Tenho a certeza que o Senhor Luís se prontificará a prestar todos os esclarecimentos que lhe forem solicitados. Pela minha parte devo dizer-vos que já fiz, desfiz e refiz tantas vezes a estrela, que temendo arrepender-me e apagá-la de vez, já que fico sempre insatisfeita com quase tudo o que realizo, resolvi consumar a sua publicação e deixar à apreciação do administrador do blog onde vai decorrer o evento, se a minha estrelinha é digna de participar em tão honroso concurso.
Termino rogando a todos os meus leitores e amigos, que não deixem de visitar a distinta Barbearia do Senhor Luís e de participarem também neste interessante concurso.

Um beijinho para todos! :)

PS. Agora, a parte mais difícil: vou ter que avisar o Senhor Luís para vir aqui buscar a imagem!...

 
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terça-feira, 27 de novembro de 2012

"LA GIRALDA" O Café onde nasceu o Tango " LA CUMPARSITA"


Aqui nasceu oTango mais famoso de todos os tempos.

Imagem DAQUI
 


"O café "La Giralda", em Montevideo, Uruguai, ocupa um lugar especial na história do Tango. Foi ali, no ano de 1917 que um jovem Gerardo Matos Rodriguez deu (anonimamente) a partitura de um tango, em 4/8, que  ele havia escrito para a orquestra de Roberto Firpo.

 Gerardo era então um adolescente (17 anos), e um estudante na faculdade de Arquitectura, em Montevideo. Foi modéstia? Timidez? Medo do ridículo? Quem sabe até se ele queria permanecer anónimo? Firpo só sabia que o nome do jovem compositor era Gerardo. Foi só mais tarde que a plena identidade do autor foi conhecida. Ele era jovem, educado e sensível. Também foi um pouco ingénuo. Vendeu  por 20 pesos de seus direitos de autor para a editora Breyer. Depois de algum sucesso moderado a composição foi esquecida. Sete anos mais tarde, em 1924, Gerardo foi viver em Paris e conheceu Francisco Canaro que acabara de chegar com sua orquestra.

 Foi quando ele descobriu que La Cumparsita foi um grande sucesso. Tudo de Buenos Aires estava ouvindo, dançando, e exigindo para comprar o placar para o tango que foi aparentemente ouvido em toda parte, em shows, gravações e transmissões. Pouco depois, La Cumparsita chegou a Paris, onde, sob o domínio completo do rugido 20, as pessoas dançavam, charlestons e quando a multidão pedia um tango, eles dançavam La Cumparsita…

 De Paris, La Cumparsita espalhou-se para os quatro cantos do mundo e, desde então, para sempre, depois de se tornar sinónimo de Tango."
  Alguém se lembra deste Tango? Hummm...creio que muito poucos!
 
 
Agora noutra versão.
 
 
E segundo reza a história deste Tango, esta é a versão portuguesa das inúmeras letras
que foram escritas para a música:
 
La Cumparsita.
 
 
Vem querida,

Vem para mim, porque te quero,

Aumenta o meu prazer, querida,

Pois eu te adoro e te venero,

Eu te amo tanto ó minha vida,

És para mim o que desejo,

Hei de estreitar-te, ao olhar-te,

Darte-ei um grande beijo,

Meu amor te quero tanto,

Com a mais profunda das paixões,

Vamos juntar os nossos corações,

Meu doce encanto,

Vem pra mim, que te desejo,

Vou sufocar-te com um beijo,

Vem, querida vem,

Vem aos braços meus,

Tu és o amor dado por Deus,

Vem amor, que o teu calor,

Aquece minh'alma enternecida,

Se tu és meu desejo,

Também és minha vida !

Vejo que tu és tão linda,

És o amor que não se finda,

Para sempre hei- de querer-te,

Terei sempre o que dizer-te,

Tudo em ti, é tão divino,

És meu amor, meu desatino,

Enfim, eu sinto este prazer,

Até morrer !...

 

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sábado, 24 de novembro de 2012

Pintura e Poesia.


 
Enquanto o Rijksmuseum em Amsterdam não reabre, o que só acontecerá em 13 de Abril, vamos deliciando a vista com as belas telas de Rembrandt e Vermeer, postas à nossa disposição através da Net.
 
 
 
Este mundo não presta, venha outro.
Já por tempo de mais aqui andamos
A fingir de razões suficientes.

 
 
Sejamos cães do cão: sabemos tudo
De morder os mais fracos, se mandamos,
E de lamber as mãos, se dependentes
 
 
No coração, talvez, ou diga antes:
Uma ferida rasgada de navalha,
Por onde vai a vida, tão mal gasta.
 
 
Na total consciência nos retalha.
O desejar, o querer, o não bastar,
Enganada procura da razão
 
 
Que o acaso de sermos justifique,
Eis o que dói, talvez no coração.
 

José Saramago, in "Os Poemas Possíveis".

 
 
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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

The Old Man and the Sea...





"Um homem pode ser destruído, mas não derrotado."
 


O Velho e o Mar, foi a última grande obra de ficção de Ernest Hemingway a ser publicada ainda durante a sua vida.
 O vídeo animado, baseado no livro, é muito interessante e agradável de ver.
Desfrutem e espero que gostem.
 
 
 


"Um idealista é um homem que, partindo do princípio de que uma rosa cheira melhor do que uma couve, deduz que uma sopa de rosas teria também melhor sabor."
:))

 
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domingo, 18 de novembro de 2012

A VERDADE DA MENTIRA?...




Algo Estranho Acontece
 
O nosso amor chega sempre ao fim
Tu velhinha com o teu ar ruim
E eu velhinho a sair porta fora
Mas de amanhã algo estranho acontece
Tu gaiata vens da catequese
E eu gaiato a correr da escola
Mesmo evitando tudo se repete
O encontrão, a queda, e a dor no pé que
O teu sorriso sempre me consola

No nosso amor tudo continua
O primeiro beijo e a luz da lua
O casamento e o sol de janeiro
Vem a Joana, a Clara e o Martim
Surge a pituxa, a laica e o bobi
E uma ruga a espreitar ao espelho
Com a artrite, a hérnia e a muleta
Tu confundes o nome da neta
E eu não sei onde pus o dinheiro
 
O nosso amor chega sempre aqui
Ao instante de eu olhar pra ti
Com ar de cordeirinho penitente
Mas nem te lembras bem o que é que eu fiz
E eu com isto também me esqueci
Mas contigo sinto-me contente.

Penduro o sobretudo no cabide
Visto o pijama e junto-me a ti de
Sorriso meigo e atrevidamente
Ao teu pé frio, encosto o meu quentinho
E adormecendo lá digo baixinho
Eu vivia tudo novamente...
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sábado, 17 de novembro de 2012

"O Entalhe de um Beijo"

 
AS  TELAS SÃO MINHAS, MAS O PINTOR É O TALENTOSO E SENSÍVEL
ARTISTA, GUMA KIMBANDA, UM QUERIDO AMIGO MEU.



Diz-me

ao que sabe um beijo

ainda que na minha surdez

o perceba como uma pálida ideia

 

diz-me

ao que sabe um abraço

ainda que não mo dês

 

diz-me

como dar-te a mão

e na minha cegueira

poder caminhar

 

...diz-me...

para que servem as asas

se no teu céu não puder voar.

Autor: Guma Kimbanda. 

 
"BRUMAS DA SERRA"
Título da tela


O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...

São as formas sem forma
Que passam sem que a dor

As possa conhecer
Ou as sonhar o amor.

São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.

Fernando Pessoa

 


Dedico este post, com muito carinho, a um amigo
muito querido que está e estará sempre no meu coração:
 Guma Kimbanda

 Para todos aqueles que ainda não conheçem a sua bela obra, exposta na sua Galeria, AQUI fica o link.

 

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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Ai, Francisquinha...Francisquinha!

Como não adianta de nada descabelar-me e reclamar dos tempos difíceis que vivemos e dos ainda piores que se aproximam, deixo esses assuntos para os blogues da especialidade!
Nas minhas andanças pela Net, descobri uma história de cordel, contada em verso, que muito me divertiu e resolvi partilhá-la. É um bocadinho longa, é verdade, mas também não precisa de ser lida toda de uma assentada. No final digo de onde a tirei, que eu não sou pessoa de me apropriar do alheio!



 Sou poeta de cordel
Trago no sangue esta sina
Na arquitetura do verso
Minha mente não declina
Por isso vou construir
Mais uma obra com rima.



     


O que agora vou versar
É fato, não é mentira
Aconteceu a uma jovem
Da cidade de Cupira
Em solo pernambucano
No Sitio da Macambira.

Francisca moça pacata
De perfeita educação
De casa só se afastava
Para seguir procissão
Ir a enterro de parente
E em dia de eleição

Filha educada e zelosa
Em casa tudo fazia
Costurar, bordar, Cingir
Francisca tudo sabia
Era na cozinha a fada
Que todo homem queria

Sua fama de pureza
Corria toda cidade
Os moços todos sonhavam
Gozar de sua amizade
E prêmio maior seria
Desposar essa beldade.

Porém vê-la para muitos
Sorte grande já seria
Pois Francisca não ousava
Andar pela freguesia
Por segurança, em casa
Tinha tudo o que queria.

De segunda a sexta-feira,
Para educar a donzela
Uma freira contratada
Estava sempre com ela
Pois Francisca era uma jóia
Educada, santa e bela.

Por outro lado Raimundo
Um cidadão galhofeiro
Era a imagem do cão
Preguiçoso e bagunceiro
Que tinha passado uns tempos
Lá no Rio de Janeiro
 

Com sotaque carioca
Puxando para o paulista
Raimundo lá em Cupira
Parecia um artista
Todas as moças da cidade
Figuravam em sua lista.

Um sujeito extrovertido
Bem quisto pela cidade
Amigo de todo mundo
Por sua sagacidade
Bonito, bom de conversa
Mas de pouca qualidade.

Todas as moças da cidade
Tinham a ele namorado
Mas nenhum pai gostaria
De ver Raimundo casado
Com sua filha e vivendo
Pra dentro do seu cercado..

Mas sabemos que o destino
Traça seu próprio caminho
E dessa forma juntou
Como galhos para um ninho
Raimundo e Francisquinha,
O "gato" e o "passarinho".

Um parente de Francisca
Naqueles dias morreu
Nesse velório a mocinha
Ao Raimundo conheceu
E seu doce coração
Por ele forte bateu.

Francisca não conhecia
A maldade desse mundo
E caiu fácil na lábia
De seu galante Raimundo
Que na arte do xaveco
Era um verdadeiro imundo.

Botou a mão na mão dela
Falando com muito estilo
Francisca ouviu passarinhos
Cantando junto com grilo
E Raimundo foi em frente
Colocando a mão naquilo.

Francisca endurecida
Fitava o namorado
Que pegando a mão dela
Com carinho e com cuidado
Foi pondo sem cerimônia
Encima do seu cajado.

Francisca por puro instinto
Segurou o animal
Porém num susto em seguida
Tirou a mão do local
E perguntou: Raimundinho,
Pra quê guardas este pau?

Raimundo muito sacana
Com toda tranqüilidade
Disse: Francisca querida
Quanta ingenuidade
Isso aí é uma agulha
De costurar virgindade

Francisca examinou-a
E disse: Como é grossinha
E prosseguindo o exame
Encontrou uma fendinha
E perguntou ao Raimundo:
É aqui que põe a linha?

Seguiu dizendo: Raimundo
Gostei dessa novidade
Se essa agulha aí
Faz o que dizes de verdade
Levantas, vem e costura
Logo a minha virgindade.

Raimundo quis sair fora
Mas Francisca de pressinha
Fechou a porta da frente
Em seguida a da cozinha
E já retornou à sala
Sem vestido e sem calcinha.

Raimundo ficou sentado
Com o rosto empalidecido
E Francisca insistindo
Costura noivo querido
Pegando no instrumento
Sentiu ele amolecido.

Deu um salto para trás
Dizendo: pode ir embora
Porque homens mentirosos
Eu conheci muitos aí fora
Mas um frouxo e boxador
Fostes o primeiro agora.

Olhando para Raimundo
Disse dando uma risada:
Vou revelar-te uma coisa
Raimundo meu camarada
O padre que entra e sai
Aqui, sou eu disfarçada.

 
Para que este post fique um pouco mais requintado,
deixo-vos com esta "Chiquitita" já um nadinha ultrapassada, mas da qual gosto muuuuito!
 


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sábado, 10 de novembro de 2012

Agora, Como Outrora, Instabilidade...Lírica E Real.

 
 
Coitado! Que em um tempo choro e rio
Espero e temo, quero e aborreço;
Juntamente me alegro e entristeço;
D’ura cousa confio e desconfio.


 

Voo sem asas; estou cego e guio.
E no que valho mais menos mereço.
Calo e dou vozes, falo e emudeço,
Nada me contradiz, e eu aporfio.

Queria, se ser pudesse, o impossível;
Queria poder mudar-me e estar quedo;
Usar de liberdade e estar cativo.

Queria que visto fosse e invisível;
Queira desenredar-me e mais me enredo:
Tais os extremos em que triste vivo!

 
Soneto de Luís Vaz de Camões
 
                                                             
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                                                         Como nunca vos tinha oferecido selinhos alusivos ao meu blog, lembrei-me de vos deixar esta imagem. Ficará ao vosso critério levá-lo, ou não, para os vossos cantinhos. Foi com carinho que o idealizei e com  muita amizade que vo-lo ofereço. Devo dizer-vos que me sinto um pouco sem jeito, já que não tenho muita habilidade para estas coisas!...
Beijinhos e desejo-vos um excelente fim de semana.
Janita.
 
 
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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Será?!

A ser verdade o que este escritor, alemão, afirmou, acho que a partir de agora me vou passar a  considerar uma pessoa dotada e diferenciada. Passo a explicar. Não posso dizer que seja uma pessoa instável, tipo cata-vento, mas também não sou uma daquelas pessoas muito certinhas e previsíveis. No que respeita ao peso da idade, há dias em que me sinto tão desanimada e sem esperança, do e para o que quer que seja, que me parece já ter uns 80 ou 90 anos. Em contrapartida e sem qualquer razão válida aparente, há ocasiões em que me sinto tão jovem, esperançada e cheia de energia, como quando tinha 18 anos.
Depois de lerem este texto,  gostaria de saber qual é a vossa opinião.  Não é por mais nada, apenas para que eu não fique convencida, que sou alguém especial.:))



A Idade Só Se Aplica às Pessoas Vulgares.
 
A tendência para colocar uma ênfase especial ou organizar a juventude nunca me foi cara; para mim, a noção de pessoa velha ou nova só se aplica às pessoas vulgares. Todos os seres humanos mais dotados e mais diferenciados são ora velhos ora novos, do mesmo modo que ora são tristes ora alegres.
É coisa dos mais velhos lidar mais livre, mais jovialmente, com maior experiência e benevolência com a própria capacidade de amar do que os jovens. Os mais idosos apressam-se sempre a achar os jovens precoces demasiado velhos para a idade, mas são eles próprios que gostam de imitar os comportamentos e maneiras da juventude, eles próprios são fanáticos, injustos, julgam-se detentores de toda a verdade e sentem-se facilmente ofendidos.
 A idade não é pior que a juventude, do mesmo modo que Lao-Tsé não é pior que Buda e o azul não é pior que o vermelho. A idade só perde valor quando quer fingir ser juventude.


Hermann Hesse, in “Elogio da Velhice”.
 
"Quem fica na ponta dos pés, tem pouca firmeza."
Citação de Lao-Tsé. (acerca de carácter)
 
Filósofo chinês, fundador do taoísmo.
 
Supõe-se que viveu no século 6 ou 4 AC.
 


Sob a influência do taoísmo fala-se de ecologia, jardinagem, sexo e até auto-ajuda!
 
 
 
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