quinta-feira, 31 de março de 2011

SEI LÁ.....!


Algo se quebrou, hoje, dentro de mim! O quê, não sei. Quem sabe até ao fim do dia eu consiga descobrir. Tomara que sim. Caso contrário, vou ter muita dificuldade em continuar a viver comigo mesma.

Acho que esta inquietação me agarrou, logo de manhãzinha. Precisei vir cá fora de casa, a um anexo, buscar algo que não vem ao caso. Eram 8 horas. O sol ainda não tinha descoberto e a visão que tive do meu pobre jardim, deixou-me desolada e, ao mesmo tempo, deslumbrada.

A desolação deveu-se ao facto de, pela primeira vez, desde há muito tempo, eu reparar no quanto ele grita pelos meus cuidados.


O deslumbramento foi, tão simplesmente, a constatação de como a Mãe Natureza é pródiga em dar aquilo em que nós, seres humanos, falhamos. É certo que os canteiros precisam ser aparados, as ervas arrancadas. Mas, ó beleza infinita! As azáleas estavam todas em flor, as camélias dobradas, abriam-se timidamente na esperança de uma Primavera ensolarada e até o jasmineiro, desabrochava as suas primeiras pequenas e perfumadas florzinhas brancas.

Como tinha o telemóvel no bolso do roupão ( anda sempre comigo) registei aquilo que viram os meus olhos e mostro a quem quiser ver.

Tudo isto, deve ter sido a causa da melancolia que se apoderou de mim. Andei toda a manhã sem me conseguir concentrar no trabalho e num estado de alheamento profundo. Acho que um forte sentimento de culpa me agarrou com força. Mas...culpa de quê? Tenho que descobrir!


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"Poetisa Eu"?


O Poeta hoje em dia

Esquece-se

de fazer poesia

porque não se lembra

da melodia

que a vida oferece.


Apenas sofre

e sente saudade

vendo a verdade

que o outro não vê.


Óh poetas loucos

Convencidos, tontos.


E a tonta sou eu

Por acreditar

Na doce ilusão

Que se eu quisesse

O sonho viria

Ter à minha mão…



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terça-feira, 29 de março de 2011

A FLOR VERMELHA





"Poema da flor proibida."



Por detrás de cada flor há um homem

de chapéu de coco e sobrolho carregado.


Podia estar à frente

ou estar ao lado, mas não,

está colocado exactamente

por detrás da flor.


Também não está escondido

nem dissimulado,

está dignamente especado

por detrás da flor.


Abro as narinas para respirar

o perfume da flor,

não de repente(é claro)

mas devagar,

a pouco e pouco,

com os olhos postos

no chapéu de coco.


Ele ama-me.

Defende-me

com os seus carinhos,

protege-me com o seu amor.

Ele sabe que a flor

pode ter espinhos,

ou tem mesmo,

ou já teve,

ou pode vir a ter,

e fica triste se me vê sofrer.


Transmito um pensamento à flor

sem mover a cabeça e sem a olhar

De repente,

como um cão cínico

arreganho o dente

e engulo-a sem mastigar.


Poema de António Gedeão.


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segunda-feira, 28 de março de 2011

EM LITÉM....ERA ASSIM...!



Este conto foi transcrito do livro "Contos da Montanha," de Miguel Torga.


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"A PAGA"



Continuação.


Entrou Abril, passou Maio, principiou Junho, e o mesmo fado corrido.


- Estou varado! – desabafava o Rodrigo.- Palavra que estou varado!


Mas, em Agosto, no dia de S. Domingos, quando o Arlindo estava nas suas sete quintas


– ó Arlindo, toca lá isto, ó Arlindo toca lá aquilo! - chega-se o Rodrigo ao pé dele e segreda-lhe: - Os Justos de Litém estão aí. O pai e os filhos…


Os dedos do meliante até se pegaram às teclas da sanfona.


- E ela?


- Ela veio cá o ano passado, e bem lhe chegou…


Já tinha saído a procissão e quem rodeava a estúrdia enchia os ouvidos de som para o regresso a casa. E, como a música esmoreceu, foram debandando e descendo a serra. Agora a festa era para os que tivessem contas velhas a ajustar.Começou então no adro um drama surdo, só interior. Os dois companheiros do Arlindo, o Rodrigo e o Gaspar, embora estroinas também, não estavam dispostos a arriscar um cabelo naquele sarilho.


- Quem as faz que as desfaça – dizia o Rodrigo, sempre que lhe falavam no caso.


E o Arlindo, há medida que a roda ia diminuindo, tinha a estranha sensação de que todos fugiam dele e o deixavam sozinho no mundo.


Na ânsia de os reter, mudava de música. Pior. A instabilidade das melodias pegava-se à assistência. Os Justos, sentados no fundo da escadaria, como a impedir-lhe a retirada, não mexiam um dedo. E a rarefacção do povo era ainda mais opressiva.


Começava a cair a noite dos lados de Constantim. As últimas vendedeiras tinham partido já. A pipa de vinho, que o Pé-Tolo tivera à sombra do sobreiro, descia o monte vazia, aos solavancos no carro.


Ao fim de duas horas de suores frios, durante as quais o Arlindo puxara pelo harmónio como um galeriano, os Justos ergueram-se e deixaram a passagem livre. - Bem, vamos andando… - disse o Arlindo, exausto. – Os homens não querem nada…


- Parece que não…


Meteram-se os três a caminho, aliviados duma carga que pesava a vida do Arlindo. Só no fundo do monte, quando o Rodrigo olhou para trás, é que viu que os Justos vinham em cima deles, calados.


- Isto dá grande desgraça, eu seja cego – avisou o Gaspar, transido. – E se fosse por outra coisa, tinhas-me aqui. Assim, não. Lá te avém…


Iam já nas matas do Infantado, quando os perseguidores cortaram por um atalho e se chegaram.

- Queremos uma palavrinha em particular aqui ao senhor Arlindo… O Rodrigo, numa irresistível solidariedade humana que se tem com qualquer condenado no momento da expiação, ainda arranjou coragem para refilar:


- Três para dizerem uma palavra a um homem só?!

Mas, sem mais rodeios, um dos Justos deitou as mãos às abas do casaco do Arlindo, enquanto os outros dois, de pistola na mão, insistiam numa palavrinha muito em particular àquele cavalheiro.

O Rodrigo e o Gaspar, à vista de tais argumentos, foram andando.


E, no dia seguinte, de manhã, o Arlindo entrou em Vale de Mendiz, embrulhado numa manta e…capado!


FIM

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sábado, 26 de março de 2011

TORGA .... URZE BRANCA.


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Conto de Miguel Torga

"A PAGA"



As falas doces com que com o Arlindo levava a água ao seu moinho não lhas ensinara o pai, não, que era um santo. Famílias boas, sãs, dão às vezes cada filho que até se fica maluco.

Sem maus exemplos em casa, nado e criado numa terra limpa como Vale de Mendiz e Deus nos livrasse de semelhante boldrego! Rapariga em que pusesse o sentido, pronto. Tanto fazia saltar como correr: tinha que ser dele.

E então não se contentava com qualquer! Só lhe apetecia o melhor. Mesmo no povo, desgraçou a Arminda, uma cachopa tão dada, tão bonita, que cortava o coração vê-la depois, desprezada de toda a gente e comidinha dos males que lhe pegou.

Em Guiães, foi a filha do Bernardino, pelos modos a coisinha mais jeitosa que lá havia. Em Abaças escolheu a Olímpia, uns dezanove anos que nem uma princesa.

Mas nenhuma como a Matilde, o ai-jesus de Litém. Descobriu-a na festa de S. Domingos e já não a largou. O Rodrigo o melhor amigo dele bem o avisou: - Olha que ali tudo o que não seja nó de altar… Não quis saber. Rapou do harmónio e abriu-o numa gargalhada. - Borga, rapaziada! Haja alegria! O poviléu, que não quer senão pândega, claro, a rodeá-lo embasbacado.


Ora, isto de mulheres é o que se sabe. A tola, só por ver um fadista daqueles a derreter-se por ela, já pensava que tinha ali o rei de Portugal!

A tia, a do Rito, no caminho, ainda lhe perguntou se não sabia que menino ele era. Sabia, e que ninguém se afligisse por via dela.

E logo no domingo seguinte, à tarde, toda desempenada a dar-lhe treta na fonte. Moveu-se o povo. Tivesse tento na bola! O mundo nunca parira rês de tão má qualidade. Ou já se não lembrava do que acontecera às outras? Nada. Não ouvia ninguém. O rapaz assentara, falava-lhe com todo o respeito, e, tão certo como dois e dois serem quatro, recebia-a. O manhosão, por sua vez, que também não havia dúvidas. Mal arranjasse a vida, casamento. O pior é que ninguém lhe via arranjar essa tal vida. Litém, pela boca do prior, chamou a rapariga à pedra. Pensasse no que andava a fazer. Desse uma cabeçada e depois se queixasse. Mas a Matilde andava viradinha do miolo. Jurava sobre as falas do Arlindo como sobre os Evangelhos. Assim tivesse tão certa a salvação como ele nunca tentara pôr-lhe um dedo e só lhe falava em bem.

Com semelhante conversa, Litém resolveu aguardar. Não há como dar tempo ao tempo e deixar cada um aprender à sua custa. E viu-se o resultado. Um dia à noite, a Matilde prega-se em casa da Lúcia, põe-se a chorar, a chorar, e acaba por contar tudo: o ladrão tinha-lho feito.

Tantas loas lhe cantara, tantas juras, tantas promessas, que caíra como uma papalva. Mas com quem o Arlindo se foi meter! Com os de Litém, gente capaz de limpar uma nódoa com as nódoas de Cristo!

Fiava-se talvez em que o pai da rapariga ter idade e os dois irmãos, o Cândido e o Albino, estarem no Rio de Janeiro.

O Justo, no desejo de compor aquilo, ainda o procurou, a saber que destino queria dar à filha. Meteu os pés pelas mãos, que não podia casar agora, que a vida estava muito má, e mais aldrabices.

Olha lá que o velho lhe dissesse nada! Calou-se muito calado, virou-lhe as costas e, nesse mesmo dia, carta para o Brasil. Entretanto, a nova fora-se espalhando pelas redondezas. E ao cabo de algum tempo o nome da Matilde simbolizava apenas a façanha mais atrevida e gloriosa do farçola de vale de Mendiz. - Não as deita em cesto roto! Isso é que ele pode ter a certeza! – garantiu o Brás, que sempre acreditara numa justiça imanente. – Tantas há-de fazer… - Já fez… - respondeu-lhe o Rodrigo, que embora amigo e companheiro do Arlindo, não engolia aquela de se ter enganado. – Com os de Litém ninguém brinca…

Em Março, quando Vale de Mendiz se cobriu de camélias e mimosas, o Alfredo à frente do macho carregado de sacas, deu a grande notícia: os filhos do Justo tinham chegado do Brasil. - Os dois? – perguntaram todos. – Os dois de uma vez?! - Olarila! - Então o Arlindo que se acautele. Mas nada parecia bulir naquele princípio de Primavera. A Matilde há muito que calara as lamúrias; o pai, a todos que lhe falavam no caso, respondia secamente que a filha dele não era melhor do que as demais; e os irmãos encheram a irmã de prendas, tratavam-na como uma rainha, e nem por sombras falavam no sucedido. - A mim até a alma se me apertava com tal sossego - dizia de vez em quando o Rodrigo. – os de Litém engolirem uma pastilha assim! - Que pastilha?! Eu quis a rapariga quis, quem tem lá com isso? Farroncas. No fundo, também ele, Arlindo, andava de coração como a noite. Bem sabia que não se vem de repente do Brasil sem uma razão qualquer, e que se quisessem resolver o caso a bem já o teriam procurado. Entrou Abril, passou Maio, principiou Junho, e o mesmo fado corrido...


Continua...



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domingo, 20 de março de 2011

FIZ DO SONHO, REALIDADE!




A minha única intenção, quando pensei em publicar este post, foi prestar uma homenagem a todos os meus amigos e seguidores, que tantos e tão bons momentos de alegria me têm proporcionado. Não foi, de modo algum, evidenciar algum talento meu. Devo dizer, mais uma vez, que nem sequer me reconheço qualquer talento especial.

A prova fica, aqui, bem patente e à vista!


Pretendi fazer referência a todos os amigos, de uma forma, mais ou menos, personalizada. Só referi-los pareceu-me pouco, para o muito que me têm dado. Então pensei descrevê-los usando uma espécie de prosa rimada e assim comecei. Infelizmente, a disponibilidade de tempo e o talento, convém referir, nem sempre vem de encontro à minha vontade. Pelo que peço a vossa habitual compreensão para o facto de, aqui, apenas ficar expresso o meu grande carinho e amizade por todos vós. Tanto mais que comecei com uma pobre rima e, ainda por cima, terminei sem ela!


Seja qual for a vossa opinião, podem ter a certeza que eu pus neste trabalho toda a ternura que sinto por vós.






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Na ânsia ser feliz, fiz de um sonho realidade!


De um Farol fiz o meu guia, um Astro Scorpio no firmamento e, minha, a enorme saudade. Como não gosto do nome nem sequer o vou dizer! Mas, o dono é o FMF e falo nele com prazer. É um escritor fabuloso que escreve bela poesia. Não…não são palavras rimadas! São prosas endiabradas cheias de talento e mestria.


Uma Passarola girando, diz que vai avinagrando em prol dos seus ideais. Mas, como ele é fingidor, a mim não me sabe a azedo e nesse mar vou Navegando Caminhos que vão cruzando um livro/memórias com Alma, Contrário e Dor.
Tenho uma Réstia de Sol, que a todos nós ilumina, com a sua enorme alegria. Uma Sonhadora sonhando, uma Rosa Branca perfumando poemas de sonho e magia.
Tenho um poeta que adoro! A Divagar vai Reflectindo no estado do nosso País. Os seus versos são verdade, bem como é grande a bondade de tudo o que ele me diz.


Um Pássaro Azul chilreia belo canto de encantar e há uma Ave Sem Asas, voando alto em seu rimar. Às Vezes-Fim de Semana é o meu quotidiano! Alegre, coração grande, versátil e muito humano. Encontrei numa Cubata alguém muito especial. No alto da Serra da Leba, um coração terno e doce junta os seus cinco pedacinhos e cria uma obra genial.


Bem no coração do Minho, há uma Quinta florida. Amigos da Casa do Rau são amigos para toda a vida. Lá na Tulha do Atílio tenho eu um bom amigo, solidário, nobre e justo.


Uma amiga muito querida, com sua aparente calma, vai dedilhando poesia nos seus Lamentos de Alma. Muitas as histórias contadas, agora interrompidas, foram as belas Shortstories! Espero que voltem depressa para alegrar as nossas vidas!


Eu Quicas e Contos do Carmo, pertencem ao mesmo autor. Com especial sensibilidade, escreve contos lindos e poesias de amor. Fazem parte do meu canto, outras histórias especiais, são elas: A Voz das Palavras, As Minhas Histórias, Crónicas do Rochedo e Histórias Vivas e Reais.


Vêm o Alexandre e a Loli falar-me da Cultura do Oriente.
Ele com o Lost in Japan, ela com um Banzai belo, misterioso e atraente.


A minha boa amiga Miuíka, mosta-nos imagens de sonho e magia com um bom gosto muito próprio. O poeta Santa Cruz e a poetisa Maria Luisa Adães, são dois amigos que muito me têm apoiado e que fazem parte do meu mundo de bons amigos.



É um amigo diferente de todos os outros, na originalidade, no sentido de humor, cáustico e mordaz e, porque, às vezes, morde a valer para despertar aqueles que estão adormecidos. Claro, é o Rafeiro Perfumado a quem devo momentos únicos de boa disposição e me tem feito chorar de tanto rir, com o seu humor a dar para o azar.


Uma menção especial, para uma jovem que eu adoro!


Pois, é a querida NuvemDoce. Uma menina linda, com um coração de ouro.
Nos Alpes está a doce e corajosa Flor Alpina de quem gosto muito e que em tudo o que escreve põe emoção e sentimento.
Na Argentina a amiga Patricia Palleres escreve no seu blog "Rincón de Amigos" maravilhosa poesia.


O amigo Edgar Neves, grande camarada, não tem blog, mas faz parte do mundo da blogosfera e é meu seguidor. A boa amiga Helena, uma Bruxinha com mãos de fada.


Na Espanha, País vizinho, está um bocado de mim!

Vive em clausura uma alma, terna, doce e carinhosa, Sor Cecilia Codina, com o seu blog " Estoy a Tú Lado", me chama amiga mía e eu amiga dela sou.



"Cachos de Vida! são escritos com sabedoria e exactidão. Mas, ainda para além disso, o meu querido amigo Disan retrata o actual Don Benito e vai mostrando fotos antigas dos tempos que já lá vão. Um fotógrafo excepcional e único.



"Yo José" um bom amigo, cheio de talento e humor. "El Refugio de Mís Suenhos," amigo do coração, grande artista e poeta.



O meu grande e querido amigo Juan Francisco, poeta Extremeño de grande sensibilidade e enorme coração.
"Pensamientos Com Rima," "Entre Renglones," El Rincón de los Amigos" e Sáhara- Por un Sueño de Libertad, são os seus quatro blogues.
Sou e serei, sempre, uma admiradora incondicional da sua bela poesia.



O excelente fotógrafo e poeta JMIR, meu amigo José Manuel. Ainda perito na Arte de bem fotografar é o Adrian la Roque, que vive nos EUA . No Uruguay tenho um amigo dedicado o Thony que gere na perfeição os seus três blogues. Una Rosa en el Desierto, Una Foto- Una Historia e Lo Mejor de Lo Mejor.



No outro lado do Atlântico vivem amigos de quem muito gosto e que vou mencionar de forma aleatória. Os meus queridos amigos, Sandrio do Alma e a Rosa, o Ivan do Ivancesar, advogado e poeta.



O Carlos Menino- Beija- Flor grande talento na escrita e na poesia, a querida Jady que vive poetizando e contando Estrelas, a Simplesmente Anamaria grande pintora, a querida e doce Chica Cuidando do Nosso Canteiro Interior e o querido Tossan que viaja constantemente com a sua digital, Klicando belos instantâneos que nos deslumbram e encantam.

E, ainda, a joven Lu. Uma adolescente amorosa.

Deixo um forte abraço para todos com a minha gratidão.
Janita

sábado, 19 de março de 2011

MEUS AMIGOS...FELIZ DIA DO PAI.


Apenas e só por hoje, publico este post para desejar a todos os meus queridos Amigos um FELIZ DIA DO PAI.


Aqui fica uma frase de um homem talentoso e divertido:
Woody Allen.

“Quando eu era pequeno, os meus pais descobriram que eu tinha tendências masoquistas. Então passaram a bater-me, para ver se eu parava com aquilo.”


( Remédio caseiro?)


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Agora, um poema da minha poetisa preferida.
Pode não ter muito a ver com o dia em si,
Mas, deixa-lhes um pouco de mim…

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Nunca fui como todos

Nunca tive muitos amigos

Nunca fui favorita

Nunca fui o que meus pais queriam

Nunca tive alguém que amasse.


Mas tive somente a mim

A minha absoluta verdade

Meu verdadeiro pensamento

O meu conforto nas horas de sofrimento.


Não vivo sozinha porque gosto

e sim porque aprendi a ser só...



Florbela Espanca

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Desejo que recebam muitos beijinhos e abraços, cheios de Amor e Carinho dos vossos meninos e meninas.
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segunda-feira, 14 de março de 2011

TRANSPARÊNCIAS


Ao longo do nosso percurso pela vida, encontramos pessoas que nos parecem seres frios e distantes, mas, quantas vezes, por detrás dessa couraça estão corações ingénuos e sofridos que aprenderam a erguer diques intransponíveis, para travarem o rio da dor e da mágoa que tantas vezes transborda.

Falta de transparência, de frontalidade, de coragem? Não…de modo nenhum!

Tão-somente a necessidade de se protegerem, de não se exporem ao que lhes possa parecer, serem usadas e manipuladas.

Curiosamente, quase sempre estas pessoas, sem disso terem consciência, acabam por ser presas fáceis da influência de outras, mais hábeis, com mais traquejo nos disfarces da sua verdadeira personalidade.

Eu, pertenço ao grupo das pessoas que dizem tudo o que sentem e pensam. Claramente. Sem subterfúgios. Procuro não ferir nem ofender a susceptibilidade daqueles com quem convivo e, se por acaso isso acontecer, tenho a humildade suficiente para saber pedir desculpa. Sem que, com isso, me sinta inferior nem menos digna.
Muito pelo contrário…

No entanto, não desejo nem posso impor aos outros, as minhas próprias normas de conduta. Respeito toda a gente e aceito as suas ideias, convicções, crenças, ideais, inclinações mais ou menos dotadas para qualquer tipo de arte…enfim…cada um que se manifeste ao sabor da sua vontade!
A única condição que imponho, é que usem de transparência e lealdade comigo. É assim tão difícil?

Que a minha sinceridade me tem trazido mais dissabores do que compensações, disso não há a menor dúvida. Quantos…quantos amargos de boca!
Sabem o que eu faço? Vou chupando uns rebuçados de mentol e sigo o meu caminho…sempre fiel aos meus princípios e de acordo com a minha verdadeira maneira de ser.

Se eu gostaria de ser diferente? Que interessa isso agora? E, depois, se eu não me aceitar como sou…como poderão os outros aceitar-me??
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quarta-feira, 9 de março de 2011

FIZ AS PAZES COM A SAUDADE...!


Este fim-de-semana prolongado, proporcionou-me a resolução de um sentimento, que há décadas dividia o meu bem-querer entre duas Cidades. Porto e Lisboa.

A Lisboa dos meus sonhos de adolescente e grande parte da juventude, onde vivi dos doze anos até perto dos dezanove, continuará sendo a doce ilusão.
Mas, já sem mágoa!
A recordação do meu primeiro amor e desencanto.
Mas, já sem mágoa!



O Porto será para sempre, o meu chão.
A minha realidade. O meu mundo.
A minha casa.

Foi a contemplar o Tejo e Lisboa, lá do alto daquela varanda, que eu fiz as pazes com a saudade.

Agora, nem ela me magoa nem eu a quero afastar...

Convivemos bem e em paz!
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"DAQUI, DESTA LISBOA..."



Daqui, desta Lisboa compassiva,

Nápoles por suíços habitada,

onde a tristeza vil e apagada

se disfarça de gente mais activa;



Daqui, deste pregão de voz antiga,

Deste traquejo feroz de motoreta

Ou do outro de gente mais selecta

Que roda a quatro a nalga e a barriga

Daqui, deste azulejo incandescente,

Da soleira de vida e piaçaba

Da sacada suspensa no poente,

Do ramudo tristôlho que se apaga;






Daqui, só paciência, amigos meus!


Peguem lá o soneto e vão com Deus...


Soneto de Alexandre O'Neil

Escrito na vidraça da varanda da
Pousada da Juventude em Almada.

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sexta-feira, 4 de março de 2011

FOLIAS......


Neste Carnaval…


Procuro um amor que me conquiste todo dia

Um amor que me alimente, com surpresas, fantasia

Que me leve às alturas com um beijo, um olhar

Mas que seja meu chão, meu ombro, meu pilar


Neste Carnaval…


Não peço muito de um amor

Peço apenas que alimente o meu sonho
Com ternura e cuidado

Que saiba manter em mim um olhar apaixonado!

E saiba que tem do seu lado algo único e precioso

Que se souber regar... se souber ser amoroso…
Não terá só um amor calmo, leve, passageiro

Terá minha paixão, minha vida por inteiro….

…neste Carnaval…!