O Artur sentiu sobre a orelha uma coisa
muito fria, com um som...
- O que é, mãe?
- Não ouves?
Sim, ouvia. Era um som pesado lá ao longe e que depois vinha, vinha e subia, e que depois se tornava mais brandinho, para logo voltar a vir de longe. Parecia música, mas não era bem música. E talvez fosse. Bom, não seria bem música.
- O que é, mãe? - Voltou a perguntar. - Que barulho é este?
- É o mar... É a voz do mar...
- A voz do mar?!
- O mar fica longe, mas a voz meteu-se aí dentro. Isto é um búzio.
- E onde nascem os búzios?
- No mar.
-Então é por isso que se ouve...
- Pois é. As ondas fazem um barulho assim quando se ouvem ao longe. E a gente está longe. Não ouves a voz que lá vem?
- Oiço.
- E depois quebra-se assim como as ondas na areia.
- Então isto é o mar? O mar é o oceano. No mapa chamam-lhe oceano. Parece que há vários... Eu já ouvi aos que andam no quarto ano: é o Oceano Atlântico, o Oceano Índico...
- Não achas que mar é mais bonito?
- Pois é, mar é muito mais bonito.
De repente, fechou os olhos e juntou as duas mãos sobre o búzio, apertando-o contra o ouvido.
- Agora deve ser um navio que lá vem. É mesmo, é, é um navio...
A mãe aproximou o ouvido, desviando o lenço.
- Não ouves?
Não, a mãe não ouvia. Mas o importante para ele era ter o mar apertado entre as mãos. Lá vinha uma onda...e outra.
- O que é, mãe?
- Não ouves?
Sim, ouvia. Era um som pesado lá ao longe e que depois vinha, vinha e subia, e que depois se tornava mais brandinho, para logo voltar a vir de longe. Parecia música, mas não era bem música. E talvez fosse. Bom, não seria bem música.
- O que é, mãe? - Voltou a perguntar. - Que barulho é este?
- É o mar... É a voz do mar...
- A voz do mar?!
- O mar fica longe, mas a voz meteu-se aí dentro. Isto é um búzio.
- E onde nascem os búzios?
- No mar.
-Então é por isso que se ouve...
- Pois é. As ondas fazem um barulho assim quando se ouvem ao longe. E a gente está longe. Não ouves a voz que lá vem?
- Oiço.
- E depois quebra-se assim como as ondas na areia.
- Então isto é o mar? O mar é o oceano. No mapa chamam-lhe oceano. Parece que há vários... Eu já ouvi aos que andam no quarto ano: é o Oceano Atlântico, o Oceano Índico...
- Não achas que mar é mais bonito?
- Pois é, mar é muito mais bonito.
De repente, fechou os olhos e juntou as duas mãos sobre o búzio, apertando-o contra o ouvido.
- Agora deve ser um navio que lá vem. É mesmo, é, é um navio...
A mãe aproximou o ouvido, desviando o lenço.
- Não ouves?
Não, a mãe não ouvia. Mas o importante para ele era ter o mar apertado entre as mãos. Lá vinha uma onda...e outra.
Alves Redol, Histórias Afluentes
E um arzinho da minha graça, neste pequeno acrósticoque dedico a uma pessoa muito especial.
M ais do
que a minha própria vida
A r que
respiro e me dá alento
R aio de luz,
meu olhar atento.
--------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------
Gosto muito de contos e de Alves Redol!
ResponderEliminarTambém falo de um conto...mas com um final trágico!
Abraço
Eu sei, Rosa! Já lá estive a ler e comentar a sinopse e os excertos que fazes sobre o livro de Trindade Coelho! Os fins trágicos são muito dolorosos, mas fazem parte da vida infelizmente! Assim,, nenhum escritor pode deixar de abordar esses finais.
EliminarBem, mas já vi que agora estás 'suspensa' na Babilónia entre vasos de ervas aromáticas e não só:)
Amanhã lá irei!
Um grande abraço, e o rápido restabelecimento do teu 'fiel jardineiro', Rosinha!:)
Também eu respiro
ResponderEliminarpor guelras
Boa partilha
O que é preciso é continuar respirando, Puma!:)
EliminarRespirando por guelras podes mergulhar
fundo no Mar
e lá ficar longo tempo.
Pelo canto de uma bela sereia
nunca te deixes ludibriar...
Beijinho.
Acredites ou não
ResponderEliminarRedol é meu irmão
________________________
M ais do que a tua própria vida
A r que respiras e te dá alento
R aio de luz, teu olhar atento.
Que coisa bonita
Janita
Acredito sim, Rogério!
EliminarTodo o homem que escreve com o coração, é seu irmão.
_______________________________
Bonito o seu gesto de mudar o acróstico para o tempo verbal da segunda pessoa, ou seja, para a minha pessoa...:))
Soou-me bem...Gostei!
Beijinhos.
Eu penso azul
ResponderEliminarUm Mar Arável
EliminarSó poderia pensar
da cor do Mar.
Um abraço.
Uma ternura!
ResponderEliminarQuem não escutou, encantado, ""a voz do mar"", em criança?
O conto transporta-nos ao nosso melhor tempo: à nossa meninice.
Foste amorosa ao propor partirlharmos, em conjunto, as nossas mais queridas memórias.
~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ Beijinhos assoprados do Sul. ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~
Ó Mar eterno, sem fundo e sem fim
EliminarÓ Mar das túrbidas vagas, ó Mar...
Ouve esta bela canção, talvez te lembres dela:
https://www.youtube.com/watch?v=6pTfCCbiXQI
Majo, aqui para nós... só conheci o mar aos doze anos de idade. Ainda hoje, quando o vejo, mais revolto, me fascina e atemoriza, sabias?
É algo que sinto e não consigo explicar. Como se fosse um estranho chamamento!
Quem sabe??
-----------Beijinhos soprados do Norte, sem granizo e com afecto----------
Deveria constar: "partilharmos"
ResponderEliminarPartilhemos, pois!!
Eliminar:)))
Janita, é um pouco longo, mas não resisti a deixar aqui este poema de António Botto sobre o mar...
ResponderEliminar"Passei o Dia Ouvindo o que o Mar Dizia
Eu hontem passei o dia
Ouvindo o que o mar dizia.
Chorámos, rimos, cantámos.
Fallou-me do seu destino,
Do seu fado...
Depois, para se alegrar,
Ergueu-se, e bailando, e rindo,
Poz-se a cantar
Um canto molhádo e lindo.
O seu halito perfuma,
E o seu perfume faz mal!
Deserto de aguas sem fim.
Ó sepultura da minha raça
Quando me guardas a mim?...
Elle afastou-se calado;
Eu afastei-me mais triste,
Mais doente, mais cansado...
Ao longe o Sol na agonia
De rôxo as aguas tingia.
«Voz do mar, mysteriosa;
Voz do amôr e da verdade!
- Ó voz moribunda e dôce
Da minha grande Saudade!
Voz amarga de quem fica,
Trémula voz de quem parte...»
. . . . . . . . . . . . . . . .
E os poetas a cantar
São echos da voz do mar! "
Um beijo e um abraço,
António
Olá, António.
EliminarO que me perturbou neste poema não foi a sua extensão. Aliás, já publiquei algo sobre António Botto. Ainda andei a ver se encontrava, mas a desordenação nas minhas etiquetas, dificultam-me imenso a procura de posts, tenho urgentemente de ordenar isso.
O poema que me ofereceu, e eu agradeço, é lindo e muito triste.
A informação que tenho sobre a obra de A.B. é de tendência erótica com forte inclinação para a orientação homossexual. Infelizmente, parece que teve de sair do país dada a estúpida perseguição homofóbica de que foi vítima.
Entre os 'impublicáveis' encontrei este que gostaria de lhe oferecer, numa retribuição à sua simpatia. Também, este, fala sobre o mar. Veja se gosta.
Eu acho-o lindo!
" Venham ver a maravilha
Do seu corpo juvenil!
O sol encharca-o de luz,
E o mar, de rojos, tem rasgos
De luxúria provocante.
Avanço. Procuro olhá-lo
Mais de perto… A luz é tanta
Que tudo em volta cintila
Num clarão largo e difuso…
Anda nu - saltando e rindo,
sobre a areia da praia
Parece um astro fulgindo.
Procuro olhá-lo; - e os seus olhos,
Amedrontados, recusam,
Fixar os meus… - Entristeço…
Mas nesse lugar fugidio -
Pude ver a eternidade
Do beijo que eu não mereço…"
Um beijo e um abraço!
Janita.
Janita, bom dia.
EliminarNa verdade, é muito, mas muito à António Botto. Gosto, também, de algumas das suas poesias eróticas. A propósito de António Botto que teve que fugir para o Brasil, dizem que em consequência de um episódio passado na inauguração do busto de Eça de Queiroz perto do Chiado para o qual havia sido convidado para fazer o elogio do escritor. E lá falou e, no final, dirigindo-se ao Eça, disse já que sou poeta vou terminar em verso ( um parentesis para dizer que a Laura referida teria sido uma suposta (?) amante do Eça):
"Vai-te embora, Querida Laura,
Com que consolar-te não acho,
Eu agora sou só busto,
Levaram-me a parte de baixo".
Bom fim de semana.
Um beijo e um abraço,
António
:)) Obrigada, António!
EliminarFoi um excelente momento de descontração, que me fez soltar uma boa gargalhada!
...E, assim, lá terá ido a Laura, desconsolada...:)
Beijinho e bom fim de semana, António.
Olá Janita,
ResponderEliminarGosto mais deste post!
Gosto do mar e gosto do Alves Redol. Li quase toda a obra dele.
sorri ao ler este conto, foi bom recordar, obrigado.
Abraço grande
Olá, Argos!
EliminarGostas mais deste do que do anterior ou do que dos outros todos??:)
Estou a brincar!
Eu sei que gostas do Mar, de passear junto ao Tejo, de te levantares cedo e ouvir o canto das cigarras, quando é Verão e estás no campo...do cheiro do feno e da aragem matinal a afagar-te o rosto!
Como é que sei tudo isto? Pelos teus posts!
Agora, fiquei a saber que gostas de Alves Redol e já conheces quase toda a sua obra.
Fico feliz por ter contribuído que essas recordações te tenham feito sorrir.
Precisamos tanto de sorrisos e boas lembranças... Todos nós!
E por aqui me fico, por hoje. Está mais que na hora de me recolher.
Beijinhos e dorme bem!
Excelente escolha para a pessoa especial!
ResponderEliminarTambém eu gosto do mar e gosto de ler Alves Redol.
Adorei querida.
beijinho e uma flor
Olá, amiga Flor.
EliminarTodos aqueles de quem gostamos, são especiais, verdade?
É o caso!:)
Minha querida, sei o quanto gostas do mar e dele fazes teu amigo e confidente.
Beijinhos com carinho, Adélia.
Seja quem for a pessoa especial, de certeza que vai gostar muito da escolha.
ResponderEliminarBeijinhos
Olá, Pedro!
EliminarA pessoa em questão é muito especial, para mim, sim!
Pois...parece que gostou....
Só podia! :)
Beijinhos e bom resto de sábado e domingo, Pedro!
Inspiração pura, Janita.
ResponderEliminarBeijinho
Oh, Observador! Inspiração pura?
EliminarCaramba! Vindo de ti, é o maio elogio que alguma vez me fizeram!:))
Beijinhos e bem-hajas, amigo!!
HOLA JANITA:Mi visita es para dejarte un fuerte abrazo. Hoy , he decidido pasar por tu ventana y enterarme de tus entregas.-
ResponderEliminarSigo de vacaciones, pero tenia ganas de un encuentro y saber como estabas.-
Un gran abrazo y nos estamos viendo en febrero.-
Hola, Thony.
EliminarGracias por tu visita, amigo mio. Vaya, desde que te has jubilado siempre haces vacaciones, sea verano o invierno. Muy buena tú vida, y así te deseo mucha alegria y felicidad.
Hasta Febrero, Thony.
Te mando un fuerte abrazo com mi sincera amistad.
Pasaré por tú blog para leírte.
Janita.
Excelente, amiga. Muito bom mesmo! beijos.
ResponderEliminarÉ, na verdade, um conto muito lindo, Carlos.
EliminarOuvir o som das ondas do mar, num búzio, é quase um acto mágico.
Fico feliz por gostares, amigo poeta!
Beijinhos.
Olá, Janita!
ResponderEliminarBonita e encantadora história, esta a do búzio onde habita o som do mar.Que bom é ser pequenino, e nelas acreditar...
E linda é a dedicatória; de certeza que o destinatário irá gostar.
Beijinhos amigos, e que tudo tenha corrido bem.
Vitor
Olá, Vitor!
EliminarHá contos que me fascinam, apesar de já não ser criança!! Sobretudo, aqueles que contam histórias sobre o mar.
Também já escrevi uma estória que fala do mar, dedicada ao meu neto João e, mais tarde, por gentileza de um amigo, fui repescá-la para participar num passatempo acerca de praias.
Bons tempos!
Correu tudo bem, Vitor, obrigada. Fiz vários exames, incluindo à glaucoma da vista direita e a partir de 4ª feira conto ter as novas 'cangalhas'!:) Só daqui por um ano haverá necessidade de operar a outra vista. Vamos ver!
Beijinhos muito amigos e bom resto de fim de semana.
Janita Amiga,
ResponderEliminarAcredito nos búzios, e que eles encerram no seu rumorejar, as vozes e... o aroma do mar.
Um acróstico para o felizardo nele mergulhar e estar atento ao seu olhar.
Um abraço,
Jorge
Jorge Amigo, pois eu também acredito! Já experimentei e ouvi o rumor das vagas junto ao meu ouvido.
EliminarE não é que em duas frases escreveu um belo poema, Jorge? Está-lhe no sangue!
Não sei se gosta da Ana Moura neste FADO OS BÚZIOS. Eu, adoro e gostaria que ouvisse e quem mais gostar deste fado, embora esteja ligado ao destino e ao mar!
Beijinhos amigos.
Beijinhos e votos de BFDS!
ResponderEliminarIgualmente, para si e suas princesas, Amigo Pedro!
EliminarBeijinhos amigos.
Brilhante escolha, de certeza que a pessoa vai adorar.
ResponderEliminarBeijinho e um sorriso
Susana
Olá, amiga Susana!
EliminarFelizmente, toda a gente gosta de histórias que fazem sonhar! :)
Beijinho coberto de sorrisos.
Feliz fin de semana.
ResponderEliminarUn abrazo.
Gracias, querido Disan.
EliminarEl mismo te deseo, junto a los tuyos.
Un beso y un abrazaço.
Boa noite, Janita!
ResponderEliminarFico contente por saber que tudo tenha corrido bem, e deixo os votos de um bom de semana, apesar desta chuvinha teimosa...
Beijinhos amigos.
Vitor
Vitor, boa noite,
EliminarÉ um privilégio ter amigos, dedicados e atentos, como tu.
Obrigada, mesmo! Desejo, de todo o coração, que esteja tudo bem contigo.
Acho que este Inverno está a ser demasiado rigoroso e impiedoso connosco. Não tivemos granizo, mas no dia que fui ao HSJ, caiu uma bátega de tal maneira forte que cheguei lá feita num pinto. E andei apenas, cerca de 200 metros a pé.
Esperemos que amanhã o sol brilhe!:)
Beijinhos gratos e amigos, Vitor.
Janita
Nunca li nenhum livro de Alves Redol, mas adorei essa passagem belíssima. Quem sabe se não encontro algum livro do escritor para ler em breve? :)
ResponderEliminarUma grande beijoca!
A obra de Alves Redol é muito vasta e variada, Teté. de certeza que já leste ou ouviste falar em algo de sua autoria.
EliminarEscreveu livros didácticos e muita literatura infantil, para além de contos e peças de teatro.
Eu conheço-o pela novela - chamemos-lhe assim - escrita em fascículos, que deves também conhecer.: " Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos" ! :)
Isto não te fez lembrar o nosso amigo Vitor Fernandes? Eu sempre o tratei por 'Constantino'!...:) Ele fugiu da blogosfera e assentou arraiais no FB e, de quando em vez, no PreDatado.
Vês como conheces?:)
Beijocas e tudo a correr pelo melhor.
Uma boa semana!
ResponderEliminarAbraço grande
Olá, Argos!
EliminarEstá tudo bem contigo? Espero que não andes zangado nem aborrecido:(
Uma boa semana também para ti e obrigada por te lembrares de mim!
Beijinho grande!
Janita
Boa semana!
ResponderEliminarBeijinhos
Beijinhos e votos de óptima semana, Pedro!
Eliminar:)
Uma boa semana!
ResponderEliminarBeijinho e um sorriso
Susana
Igualmente, para ti, Susana.
EliminarObrigada e beijinhos!
:)
Janita, o único poema aceitável que eu escrevi foi sobre o mar. Aliás, foi, provavelmente, o único poema que escrevi... Tudo o resto é lixo ultrapassado e quiçá reciclado. Aquele escrito nunca o partilhei com ninguém, salvo raras excepções. Foi um momento de inspiração na minha casa da Costa, talvez inspirado pelas declarações de Zé Cardoso Pires que lá se refugiava para escrever as coisas mais belas...
ResponderEliminarGosto do seu gosto pelos livros e por esta partilha sempre rica!
Gosto de aprender coisas consigo.
beijos.
Olá, Hugo!
EliminarDeixaste-me roída de curiosidade acerca desse poema que escreveste sobre o Mar! Se não quiseres publicá-lo, manda-mo para eu o ler e quiçá, se tu me permitires, o publique!
Se o escreveste sob a influência de José Cardoso Pires, só pode ser um poema lindo. Manda-mo por mail, anda lá...não sejas tão cioso dos teus 'desvarios' poéticos!
Quem aprende contigo, sou eu, Hugo, mas os livros são a minha grande paixão, sim!
E já sabes...connosco é tu cá tu lá...:))
Beijinhos!
Amiga Janita, o mar e o amar são sempre inspiradores.
ResponderEliminarVê se gostas deste pequeno "poema" que escrevi e dediquei também a alguém especial.
sinto o cheiro intenso do mar
embriago-me pelo seu aroma
estendo-me na areia
os seus grãos acariciam-me
o sol purifica-me
mergulho neste mar
abraço as suas ondas
recebo os seus ímpetos
à natureza me entrego
e nesta simbiose
Encontro-me !
beijinho
Fê
Claro que gosto, amiga Fê!
EliminarÉ um texto poético lindo e de uma entrega total a um amor feito de sol e aroma de maresia... Lindo!
Beijinhos querida amiga.
Alves Redol, um nome grande das letras portuguesas.
ResponderEliminar