Diz a
Sagrada Escritura
Que, quando Jesus nasceu,
No céu, fulgurante e pura,
Uma estrela apareceu.
Que, quando Jesus nasceu,
No céu, fulgurante e pura,
Uma estrela apareceu.
Estrela nova... Brilhava
Mais do que as outras; porém
Caminhava, caminhava
Para os lados de Belém.
Avistando-a, os três Reis Magos
Disseram: “Nasceu Jesus!”
Olharam-na com afagos,
Seguiram a sua luz.
E foram andando, andando,
Dia e noite a caminhar;
Viam a estrela brilhando,
sempre o caminho a indicar.
Ora, dos três caminhantes,
Dois eram brancos: o sol
Não lhes tisnara os semblantes
Tão claros como o arrebol
Era o terceiro somente
Escuro de fazer dó...
Os outros iam na frente;
Ele ia afastado e só.
Nascera assim negro, e tinha
A cor da noite na tez:
Por isso tão triste vinha...
Era o mais feio dos três!
Andaram. E, um belo dia,
Da jornada o fim chegou;
E, sobre uma estrebaria,
A estrela errante parou.
E os Magos viram que, ao fundo
Do presépio, vendo-os vir,
O Salvador deste mundo
Estava, lindo, a sorrir
Ajoelharam-se, rezaram
Humildes, postos no chão;
E ao Deus-Menino beijaram
A alva e pequenina mão.
E Jesus os contemplava
A todos com o mesmo amor,
Porque, olhando-os, não olhava
A sua diferença de cor...
Olavo Bilac ‘In Poesias Infantis’
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac ( 1865 –
1918 ) foi um poeta, jornalista,
contista e cronista brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de
Letras.
Pois Uma "lenda" bem bonita. Vou ler os versos à minha criança de 9 anos, ela adora. Obrigada Janita ;-)
ResponderEliminarBeijos e bom fim de semana.
Eu é que agradeço, Cidália.
EliminarFaça isso, tantas vezes até a sua criança os decorar.
Foi assim que fiz com a minha filha e eu própria decorei vários poemas infantis, que ainda hoje sei de cor.
Um beijinho e bom fim-de-semana.
Olavo Bilac?
ResponderEliminarE se ele tivesse cantado?
Beijinho, Janita.
Já lá tens a informação de quem foi este Olavo Bilac, António. O outro, o vocalista dos "Santos & Pecadores", às tantas nem se chama nem Olavo nem Bilac. Deve ser nome artístico.
EliminarBeijinhos, bom fim-de-semana.
Estamos sempre a aprender. Desconhecia a existência de um Bilac poeta.
EliminarJá agora, o cantor chama-se Olavo Bilac Alves dos Reis Meireles Marques.
Beijinhos
É maior o nome do que a pessoa...:)
Eliminar( gosto do rapaz, gosto. )
Obrigada, António.
Beijinhos
Poema simplesmente brilhante. Gosto muito de ouvir Olavo Bilac
ResponderEliminar.
Escrevi:: * Cai a Chuva em desejo de amor-perfeito. *
.
Deixo cumprimentos
Boa tarde.
Gil,
Eliminarpor favor, leia a resposta acima.
Quanto ao que escreveu, terei muito gosto em ir ler.
Um abraço, e bom fim-de-semana.
E os camelos??
ResponderEliminarTem que existir camelos!
Reis Magos sem camelos, é como comer uma francesinha sem molho. Não pode ser...
:-D
Faça o favor de comprar uns camelos para os Reis Magos. Se não souber onde os arranjar, dizem que lá para os lados da assembleia da república existem muitos sentados.
:-D
Nada disso, Remus.
EliminarLeu o poema? Se lesse saberia que estes Reis Magos não foram, até Belém, montados em camelos. Foram a pé, mas chegaram "limpos"...
...sabe quem dizia isto?:
"O meu filho vai a pé mas vai limpo". :)
Um abraço, bom fim-de-semana. :P
Ó... E o que sabe Olavo Bilac?
EliminarNa terra dele o natal é no verão!
:-P
Os Reis Magos tem que vir nos camelos. E não existe discussão possível. Já me basta terem matado o Pai Natal na minha juventude, pelo que não venha agora colocar-me na cabeça que os Reis Magos andam a pé. Isso seria o mesmo que matar a época natalícia.
:-D
Quem disse isso?
Claro que sei. Foi a Janita, numa conversa com a professora primária do o seu filho.
:-D
Ehehehehehe...Desisto!!
EliminarOs Reis Magos foram todos de camelo, mas...o Pai Natal não existe, tá??
E quem disse 'aquilo' foi o Raul Solnado na "Guerra de 1908", nunca ouviu? Afinal que idade é que o Remusinho tem?
LOL
:-)
Ora assim é que devia ter sido !!! ... Isto de ir com os camelos para o "Presépio" e enchê-lo de moscas, não fazia muito sentido !
ResponderEliminareheheh...
... Mas olha que decorar onze quadras não será muito fácil ! :))
Beijinhos de Reis apeados ! :)
Também te lembras, Rui?? ehehehe
EliminarSe o poeta lhes chama de caminhantes, só poderiam ter ido a pé. :)
Onze quadras não é nada para quem tem memória fresca.
Eu ainda me lembro de poemas com mais.
Beijinhos caminhantes. :)
Muito bonito!
ResponderEliminarBom Dia de Reis, Janita!
Olá, querida Graça.
EliminarTambém gosto muito da poesia deste excelente poeta.
Obrigada e o mesmo vos desejo.
Beijinhos e bom fim-de-semana.
A pé ou montados em camelos (ou em cavalos) com moscas, certo é deram com lugar que procuravam e chegaram a tempo para adorar o Menino e lhe darem as prendas.
ResponderEliminarNão me recordo de conhecer o poema, mas que é interessante, e não só para crianças, é um facto.
Um bom dia de Reis para a Janita e, já agora. para os habituais comentadores.
Quem é vivo sempre aparece.
EliminarSeja muito bem-vindo quem andou desaparecido. :)
Pois foi, e o que os guiou foi a Estrela cintilante, senão ter-se-iam perdido pelo caminho.
Fico feliz pelo poema ser de seu agrado, Amigo José.
Bom dia de Reis em meu nome e dos amigos deste cantinho.
Um beijinho, Bom fim-de-semana
Já havia racismo nesse tempo? lol
ResponderEliminarAi não era o Olavo Cantor? opsssssss peço desculpa :)
EliminarBonito e humanamente correcto!
ResponderEliminarEnquanto lia, já tendo já previamente visto o nome do autor, que pensei ser o cantor, também ia pensando: _"o Olavo Bilac deve ter escrito isto tomando-se a si mesmo como parcial referência", o que dalgum modo seria magistral, ainda que no caso podendo conter algumas implicações ao nível dalgum complexo, por a referencial ligação ser demasiado óbvia; mas ao constatar tratar-se coincidentemente dum outro Olavo Bilac, mais pró literato e que desconheço enquanto pessoa, tão pouco posso excluir a possibilidade de se ter tomado a si mesmo como parcial referência, mas a minha perspectiva ao seu respeito já não é a mesma, ainda que tão pouco deixe de ser magistral por parte do autor!
Bom fim-de-semana para a Janita
Victor Barão,
EliminarCreio que os poetas raramente se retratam nos poemas que escrevem. Podem é transmitir-nos, através da poesia, os seus estados de alma, mas...quem sou eu para manifestar opinião sobre este tema?
Um abraço e bom fim-de-semana, meu Amigo.
Feliz Ano Novo
ResponderEliminarOlá, Alfacinha.
EliminarObrigada e Feliz Ano Novo também para si.
Um abraço e bom fim-de-semana.
(lamentavelmente, continuo a não consegui aceder à sua caixa de comentários)
bom dia
ResponderEliminarsou admirador de poesia e gostei bastante do poema.
JAFR
Boa tarde, Joaquim Rosa.
EliminarMuito obrigada por tê-lo dito.
Sabe sempre bem saber que as nossas escolhas agradam a quem nos lê.
Um abraço e bom fim-de-semana.
Ò Janita
ResponderEliminarJulgava-a mais neo-realista
(o meu neto já foi colocar os Reis lá perto
e amanhã ajuda-nos a desarmar o presépio)
Ó Rogério,
Eliminarposso não ser tanto
quanto o meu amigo
gostaria
mas sou q.b.
não sabia?...
Estes Magos já foram de abalada,
saíram à cena para o retrato,
e voltaram para a caixa do presépio
sem direito a montada.
(enquanto não houver mais crianças, não há presépio nem festanças. )
Excelentes versos que, neste dia, se tentam "cantarolar".
ResponderEliminarPS: Muito obrigada pela sua persistência e carinho no nosso blogue. ;)
Boa tarde.
Hoje: Deslaço memórias, d'amor ausente.
.
Bjos e um feliz dia de Reis.
Feliz Dia de Reis também para vós, Larissa.
EliminarBeijinhos, bom fim-de-semana.
Bilac no seu melhor (não o santo ou pecador mas o poeta). E a língua portuguesa que tanto nos dá e oferece.
ResponderEliminarCom um ramo de :-) (sorrisos)
A Língua portuguesa é riquíssima, pena haver quem tanto a adultere. Mas, enfim...
EliminarObrigada pela visita e sorrisos, YMcGregor. :-)
Um abraço, bom fim-de-semana
Belíssima partilha querida amiga ,gostei muito ,muitos beijinhos felicidades
ResponderEliminarFico duplamente feliz, Emanuel.
EliminarObrigada.
Um beijinho e bom fim-de-semana.
O Olavo Bilac até poderia ser fundador do mundo, mas essa de considerar alguém mais feio só por ser escuro nem ao mafarrico lembrava. Fez-me lembrar aqueles textos do tempo da outra senhora, em que os pobrezinhos até eram bonzinhos, coitados.
ResponderEliminarUm excelente ano para ti, Janita :)
Olha que não foi essa a interpretação que dei ao poema.
EliminarFoi justamente o contrário. Há negros bonitos e brancos bem feios.
Já bem depois do tempo da outra senhora é que têm aparecido mais sintomas de preconceitos raciais. Que, ao fim e ao cabo, sempre existiram e existirão, embora muito boa gente diga que não. Não te esqueças que o poema foi escrito num país onde a população sendo maioritariamente negra, nessa altura ainda a lei que pune ( sem punir, uma hipocrisia, afinal) a descriminação racial ou outra, não existia.
"Fundador do mundo" o poeta não foi, não! Mas também não sei quem foi...
Bom ano também para ti. Agostinho!
Santa ignorância a minha, Janita. Ainda bem que comentaste com Omo. :)
EliminarAgora noutro registo, gostaria de te dizer que lamento, profundamente, o descontentamento que provoquei por aqui sem qualquer intenção. A sério.
EliminarFeliz (resto) de dia dos Reis!
ResponderEliminarGostei do poema e fico feliz que conheças "O" Olavo Bilac que além de poeta, jornalista, contista e cronista brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras, também combateu o racismo.
Em 1906 Bilac colocou-se ao lado de um grupo de negros paulistas que lutavam contra a tentativa de proibir a admissão de negros e mestiços na guarda civil de S. Paulo.
Abraço grande
Obrigada, querido Ricardo, por vires aqui!
EliminarSei o quanto este dia é importante para ti. :)
Já publiquei outros poemas de Olavo Bilac, é um poeta de quem gosto muito.
Agradeço essa alusão ao facto da sua intervenção contra a injustiça referida.
Um grande, grande abraço, Meu Amigo!
E tem um poema sobre as estrelas...
ResponderEliminarOutro abraço
Tem dois até, Ricardo. :)
EliminarMas este que aqui vou deixar faz parte do mesmo livro de Poesias Infantis, e é lindo.
Dedico-o a ti.
Quando a noite cair, fica à janela,
E contempla o infinito firmamento!
Vê que planície fulgurante e bela!
Vê que deslumbramento!
Olha a primeira estrela que aparece
Além, naquele ponto do horizonte ...
Brilha, trémula e vívida... Parece
Um farol sobre o píncaro do monte.
Com o crescer da treva,
Quantas estrelas vão aparecendo!
De momento em momento, uma se eleva,
E outras em torno dela vão nascendo.
Quantas agora! ... Vê! Noite fechada ...
Quem poderá contar tantas estrelas?
Toda a abóbada está iluminada:
E o olhar se perde, e se cansa de vê-las
Surgem novas estrelas imprevistas
Inda outras mais despontam ...
Mas, acima das últimas avistas,
Há milhões e milhões que não se contam ...
Baixa a fronte e medita:
—O homem , sendo tão grande na vaidade,
Diante desta abóbada infinita
É pequenina e fraca a humanidade!
Razão tinha o Poeta!
Outro abraço. :)
Poesia popular! Não conhecia este Olav Bilac.
ResponderEliminarE não é a poesia popular a mais sábia e mais rica, Ricardo?
EliminarAgora já conheces e podes dizer que aprendeste aqui alguma coisa!!
:)
Aprendemos sempre todos uns com os outros!
Eliminar...e é juntando o saber de cada um que, todos juntos, sabemos tudo!
EliminarPode não ter sido com estas palavras, mas este pensamento, nasceu de uma frase tua que nunca esqueci.
Obrigada, Ricardo Santos. :)