quinta-feira, 2 de outubro de 2025

PODERIA CHAMAR-SE ORQUÍDEA.

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FLOR   RECEOSA


Tem um equívoco olhar
de brandura
          astuciosa

e uma sombra suspeita
que lembra
a haste ansiosa.

É dúctil e fugidia
como a esquivez 
                     do suspiro

tão pálida e tão sombria
e mesmo assim
                 luminosa

que a todos lembra
ao passar
uma flor receosa.


 Maria Teresa Horta 'in' "ESTRANHEZAS"


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31 comentários:

  1. Olá, amiga Janita, agradeço a você pela partilha desse belo poema de
    Maria Teresa Horta, poeta que ainda não conhecia, mas que gostei muito.
    Votos de um ótimo final de semana, com muita luz e harmonia,
    meu abraço, Janita!

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    1. Olá, Pedro.
      Esta escritora / poetisa, é muito conhecida e não apenas ente nós. Ela, e mais duas Marias, foram coautoras do polémico livro: "Novas Cartas Portuguesas" em 1971, ainda no tempo da Censura.
      Aqui: https://pt.wikipedia.org/wiki/Novas_Cartas_Portuguesas, pode o Pedro ficar a conhecer toda a história.

      Grata pelas suas gentis palavras, envio um grande abraço.

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  2. Sim, poderia chamar-se orquídea, ou flor de lótus ou até ervilha-de-cheiro que é uma flor muito perfumada.

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    1. A ervilha-de-cheiro faz jus ao seu nome, sendo a flor mais singela e perfumada de todas as flores de cheiro. Qualidade que a orquídea não possui. :)
      Beijinhos e abraços!

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    2. Metaforicamente as 3 podem ser consideradas. : )

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    3. Depende do contexto em que as inserirmos, Catarina.
      Se for pelo perfume, fica a orquídea desclassificada... :))

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    4. A linguagem vitoriana das flores — também conhecida como floriografia — surgiu como um método secreto de comunicação em uma época em que a boa etiqueta desencorajava demonstrações evidentes de emoções. Extraídos da literatura, da mitologia, da religião, das lendas medievais e até de seus formatos, os significados das flores são uma linguagem própria, capaz de expressar sentimentos que muitas vezes fogem às palavras.
      Retirei, sem permissão ,do Instagram da Helen, uma estudiosa das flores e da sua linguagem.
      :) Quem fala verdade...


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  3. Um dia destes vou armar-me em poeta, mas juro que o faço sem sentir, será uma espécie de parto com recurso à epidural!!!

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    1. Não precisa armar-se porque o meu amigo já é um poeta!
      Escrever poesia sem sentimento? Fico ansiosa a aguardar esse parto sem dor... :)
      Um abraço

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  4. Que flor tão linda!!!
    Beijinho, Janita.

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    1. Lá requintada é ela, mas não é a minha flor preferida.
      Esta, foi-me oferecida.
      Beijinhos, António

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  5. A poesia é o complemento perfeito da flor e quando assim é, nada a dizer.

    JR

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    1. Poder-se-ia dizer que a poesia e as flores andam sempre de mão dada. Não concorda, amigo Joaquim?
      Um abraço.

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  6. Gostei do céu da tua rua, a flor e o poema Maria Teresa Horta!
    Beijos e um bom dia

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    1. O céu da minha rua é tão instável como o de outra rua qualquer.
      Neste dia, ao entardecer, estava de um azul anil fabuloso. Tão belo que não resisti a guardá-lo para sempre.
      Fico feliz por teres gostado, Fatyly.
      Beijinhos

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  7. Uma bela flor com um bonito poema a ilustrar!
    Abraço.
    https://rabiscosdestorias.blogspot.com

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    1. Requintada e bela, sim, mas nada se compara à beleza singela das encantadoras margaridas. 🌼 🌼

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  8. Flores, quaisquer que sejam. Poesia, bem sabe que não é o meu forte.
    Abraço

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    1. Até a flor do cardo é bonita!
      Que pena a sua poetisa não lhe ter transmitido um pouco do seu amor pela poesia. 😊 Brincadeirinha...quem tem, tem, quem não tem, não tem nem nunca terá.
      Um abraço

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  9. Maria Teresa Horta foi e será sempre uma flor na nossa poesia
    Abraço

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    1. Bela e poética frase, caro Zaratustra.
      Gostei! 😊
      Um abraço

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  10. “FLOR RECEOSA” sugere uma tensão entre delicadeza e desconfiança.
    Também eu gostei da bela e poética frase do nosso amigo zaratustra.
    Boa noite 😴 e um abraço amigo.

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    1. Ah, como o Zaratustra vai ficar contente...!

      Por acaso, esta noite dormi bem.
      Enxotei a insónia. Um pouco à força, é certo, mas para grandes males grandes remédios.
      Espero que a tua noite tenha sido igualmente boa.
      Já minha mãe dizia que, dormir é meio sustento.

      Abraços e tudo de bom, Teresa

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    2. Não tem de quê, caríssimo!
      Tanto eu quanto a Teresa, temos o coração ao pé da boca.
      Ela ainda consegue ser mais comedida do que eu, logo, somos sinceras. 😊

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  11. Tudo se conjuga , a flor linda e o belo poema da Maria Teresa Horta.
    Saí mais rica depois de ver este belo post.
    Beijinhos Janita

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    1. Grata querida Manu.
      Toda a poesia da Mª Teresa Horta, seja mais atrevida/erótica, seja doce e romântica, é magnifica.
      Quanto à flor, só tenho um amigo que me faz destas oferendas.
      Ele gosta de mimar as amigas e nem gosta lá muito que eu as use no blog e refira o seu nome... mas, como depois de as receber, pertencem-me, faço com elas o que bem entender.😊

      Beijinhos, Manu. 🌺

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  12. Se pensarmos que um poeta/poetiza é como uma flor que se revela pelas suas cores, perfumes e demais odores, num jardim repleto de prosas, ensaios e doutras flores, então podemos afirmar que um poeta/poetiza é uma flor que se "cheira" e de que se gosta, de acordo com as preferências e as sensibilidades poéticas dos que os/as leem.
    Acoplando a orquídea de gotas d'água salpicada a uma belíssimo poema de sensibilidades rimadas, eis o que melhor me ocorreu!
    Beijinhos "salpicados" de sorrisos. :))

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    1. Não sei o que aconteceu por aqui, Kok.
      Ontem respondi ao teu comentário, uma resposta assaz longa e de acordo cm o que dizes e desapareceu. Porquê? Pois, se eu não sei, tu muito menos saberás.
      Desculpa. Porventura pode haver alguém que o tenha lido.
      Como vou escrevendo ao correr da pena e discorrendo sobre o tema, não me recordo do que escrevi, pelo que não posso reproduzir nada.

      Beijinhos pesarosos.

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  13. Olá, querida Janita, eu sempre tive uma admiração pelas orquídeas, são muito 'paparicadas' pela sua beleza, admiradas e muito cuidadas, com todo o zelo. Mas eu adoro as margaridinhas, são simples e belas, e parece que aguentam mais os trancos da vida. São coisas que a gente compara na vida real, não tem jeito.
    Não conhecia a brilhante poeta Maria Teresa Horta.
    Gracias por trazê-la!
    Beijo e um lindo fim de semana!

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