Imagem DAQUI
O maltrato subtil
Num
qualquer dia, numa qualquer cidade, num qualquer país, nasceu uma linda menina,
cujos olhos maravilhosos observavam tudo em redor.
Quando
começou a andar pela cidade, as pessoas disseram-lhe que, para ser bonita,
tinha de usar vestidos bonitos. E ela deixou de se sentir bonita quando não
tinha posto um vestido bonito.
Quanto
à cor da pele, aconselharam-na a mudá-la, para ser mais bonita, e ensinaram-na
a maquilhar-se. A partir desse dia, a menina nunca mais se sentiu bonita se não
estivesse maquilhada.
Outro reparo que lhe
fizeram foi relativo à altura. Se não fosse mais alta, não seria bonita. A
menina começou, então, a usar saltos altos, com grande sacrifício. Aliás, se
não calçasse sapatos de tacão, sentia-se sempre baixa e insignificante.
Claro que para ser bonita tinha de ser magra. Assim, nunca mais pôde
comer aquilo de que gostava sem se sentir sempre culpada.
E também lhe falaram do cabelo, da cintura, do peito. Deste modo, a
menina começou a sentir-se tão feia que todos os dias despendia mais tempo e
fazia mais sacrifícios para se sentir um pouco mais bonita.
Acabou por estragar a pele por causa da maquilhagem diária, por
deformar os pés por causa dos saltos altos, que usava constantemente, e por
ficar debilitada para poder continuar magra segundo os padrões que lhe exigiam.
Tinham-lhe ensinado a não gostar de si como era e a usar sempre
artifícios para ser digna do apreço dos outros.
Até que chegou o dia em que começou a ter medo de que os outros
descobrissem como era realmente. Sentindo-se feia, apaixonou-se por um rapaz
que a tratava como se não fosse digna dele, atitude que ela achou normal.
Sentindo-se feia e sem conseguir aceitar-se, passou a permitir que a
maltratassem.
Nota: Nunca te esqueças de que a verdadeira beleza é uma atitude, e de que
és sempre uma pessoa lindíssima quando és autêntica.
Diego Jiménez
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segunda-feira, 20 de abril de 2015
Teias Invisíveis Que Vão Aprisionando e Destruindo.
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O conceito de beleza feminina (e também masculina *) tem sido imposto por mentalidades cuja imbecilidade é infinita.
ResponderEliminarInfelizmente muitas são as que acreditam ser a mais rápida maneira de alcançarem a fama e dinheiro.
No entanto os filipinos (refiro-me aos habitantes naturais das Filipinas) perferem-nas com mais, bastante mais, conteúdo.
Uma questão de cultura? Talvez! O que não devia acontecer é uma mulher deixar-se seduzir por uma imagem que nada tem a ver com a sua morfologia.
Mas quem sou eu para opinar? Eu que vivo num galinheiro...
Beijokas vestidas de sorrisos :))
*) "beleza masculina: passa pela pesquisa e procura o texto que publiquei em 13-06-207: numa manhã de domingo
São os rótulos, os paradigmas, os poadrões, os modismos que nos impõem e n´s aceitamos... por simples bobeira. Esquecemos de nossa própria essência, de nossa real beleza, do que realmente nos fazer feliz. Parabéns pelo texto. bjs
ResponderEliminarUm texto que um dia
ResponderEliminarEu irei ler à minha Maria
Infelizmente há muitas meninas que ficam com essas cicatrizes.
ResponderEliminarNo corpo e na mente.
Beijinhos
Infelizmente há muitas meninas dessas por aí.
ResponderEliminarUm abraço
Conheço gente assim. E por mais que faça referências ao assunto e os efeitos já se façam sentir ao nível da imagem, a degradação maior está a começar: a falta de auto-estima.
ResponderEliminarParece incrível como hajam pessoas que se queiram escravizar assim.
Beijos
SOL
Linda menina
ResponderEliminara fingir de feia
Excelente texto amiga! Um drama que atinge muita gente.
ResponderEliminarBeijinho grande
Belo texto! A submissão às modas é má de mais... E muitas das nossas adolescentes deixam-se subjugar por elas.
ResponderEliminar"Nunca te esqueças de que a verdadeira beleza é uma atitude, e de que és sempre uma pessoa lindíssima quando és autêntica."
ResponderEliminarO problema, Janita, é que na vida real todos sabemos que as coisas não se passam assim!
Abraço grande
Um bonito texto. A realidade é complexa. Reagimos biologicamente condicionados ao que vemos - somos de certa forma uns cãezinhos de Pavlov nas patas de trás.
ResponderEliminarNão tem culpa quem repara, nem quem se arranja, nem quem saliva...
Somos assim, só a morte nos liberta, ninguém quer morrer, quem quer ser ninguém?
A todos os leitores/amigos que me deixaram a sua opinião nesta mensagem, o meu: MUITO OBRIGADA!
ResponderEliminarBeijos para quem for de beijos e abraços para quem for de abraços!!
Janita
Talvez por isso tantas vezes me sinto à margem da "normalidade" assim imposta e tenho orgulho nisso.
ResponderEliminarUma "anormalidade" que felizmente passei à minha filha.
Um beijinho e um abraço muito grande amiga Janita.
Fê
Uma excelente lição para certas miúdas que sonham com o paraíso e não usam a cabeça para pensar que o paraíso não se conquista com quimeras.
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