quarta-feira, 17 de junho de 2015

Orgulho e Preconceito vs Sensibilidade e Bom Senso.


  A Cidade e a Aldeia

- Quem és tu assim tão simples?

 - E tu quem és afinal?

 - A nobreza da cidade

 - A aldeia de Portugal.

 - Tenho lindas pedrarias,
 Jóias mil, de muitas cores...

 - Eu tenho maior riqueza
 Nas minhas lindas flores...

 - Tenho risos e alegrias,
 Divertimentos constantes.

 - Tenho a músicas dos ninhos
   E canções inebriantes.

  -Tenho luz de noite a jorros,
   E não me levas a palma.

 - Tenho o sol durante o dia
   De noite a luz da minha alma...

 - Vivo em palácios vistosos,
   Que abundam pela cidade.

 - E eu, num casebre pequeno,
   Que o sol beija com vaidade.


 - A história fala de mim,
   Porque tenho algum valor...

 - Também tenho a minha história.
   Escrita com o meu suor.

 - Tenho o luxo que tu vês,
   Próprio da minha grandeza.

 - E eu o luxo e a vaidade
   De gostar da singeleza.

 - Todos que passam por mim
   Param sempre no caminho.

 - Quantos gostam de me ver
    Perfumada a rosmaninho!

 - Sou mais rica do que tu,
   Que nada tens, afinal.

 - Tenho aqui dentro do peito

   A Alma de Portugal.

 (Abílio de Mesquita )

Imagens da Net                                              ( mais uma pérola do meu livrinho mágico!)

Neste 'diálogo' não é difícil saber quando fala a cidade e a aldeia, pois não? :-)

««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««

18 comentários:

  1. Sinceramente, sinceramente ? ... Nem só uma, nem só outra !
    Diria que não poderia passar sem uma e sem a outra !
    Uma, até poderá ser mais cansativa, enquanto que a outra não deixa de ter a sua parte de monotonia.
    O ideal seria intercalar sempre que possível, porque ambas são belas e úteis para um bom equilíbrio emocional !

    Beijinhos, Janita do Arco, sem ser do arco da velha ! :))
    .

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Amigo Rui, acho que este texto é mais uma apologia à pureza de espírito e simplicidade dos aldeões, do que uma comparação entre a vida dos citadinos e dos rurais.

      No final da primeira metade do século passado, aconteceu o êxodo das aldeias para as grandes urbes na procura de trabalho nas indústrias que não existiam nas Aldeias.
      Já reparaste que agora está a acontecer o contrário?

      O Ricardo apresentou um vídeo fabuloso sobre uma comunidade rural em Tamera, no Alentejo. Se puderes gostaria que visses!

      Claro que penso como tu, mas prefiro, de longe, o sossego do que o burburinho, para viver! Óbvio que tendo a cidade perto!! :))

      Beijinhos!


      Eliminar
  2. Nasci e vivi a minha infância (que não tive) numa Aldeia, vim para a Cidade, mais tarde fui para o campo pertinho de uma Vila, estava cercada com campo e floresta, apenas ouvia o barulho dos pássaros, dos grilos e toda a bicharada que existe nestes locais, passavam-se dias sem ver uma única pessoa, sinceramente não estava a ser o que eu necessitava, voltei para a cidade, mas não existe arranha céus a sufocar, existe sim muito verde, muita floresta e mata, vivo cercada de árvores de frutos e muito, muito verde. Gosto da minha cidade.

    Beijinho amiga
    Adélia

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Amiga Adélia, pelo que dizes actualmente estás a sentir-te bem no local onde vives?
      Pensei que sentisse saudades da quinta onde moravas antes, pelo menos é a ideia que passas nos teus pot's.
      Acho que bom mesmo é viver no campo e ter a cidade perto! :)

      A tua cidade é Leiria? Aquele local que indicaste lá ao fundo, perto das Termas devia ser muito isolado, mas achava que seria onde tinhas sido feliz!

      Seja como for, o importante é o que sentimos seja no campo ou na cidade.

      Beijinhos com carinho, amiga.

      Eliminar
    2. Janita a minha cidade é Marinha Grande que fica a 10 km de Monte Real, gosto de viver cá, é onde vivi desde os meus 13 anos, não é uma cidade sufocada por prédios, tem muito verde, muita casa com quintal e jardim.
      Vivo num 1º andar de um prédio que tem apenas 4 apartamentos, dois r/c e dois 1ºs andares, a 500 metros de casa das minhas filhas, que vivem a 50 metros uma da outra.
      Quanto à quinta em Monte Real o Rodrigo tinha-a à 12 anos, os primeiros 6 anos passávamos lá o fim de semana e um dia ou outro por semana, e vivemos a tempo inteiro mais 6 anos.
      Fui lá muito feliz sim Janita, mas quando ainda trabalhava na Marinha Grande, dava para ver os meus netos e filhotas todos, ou quase todos os dias.
      Quando fiquei no desemprego, passava dias e dias na quinta sem ver ninguém, muitas vezes atravessava as Termas e ia até à Igreja de Monte Real para ver gente, apenas o meu jardim me deixa saudades.
      Há a dor muito grande por o Rodrigo se privar de tanta coisa para ter aquele cantinho, e ficar sem nada.

      Beijinho muito grande

      Eliminar
    3. Obrigada, por teres cá voltado Adélia.

      A vida dá muitas voltas, quem sabe um dia o Rodrigo recupera o que perdeu? Enquanto há vida...

      Um beijinho para ambos e votos de muita felicidade que, no fundo, é feita de pequenos momentos de alegria.

      Eliminar
  3. o importante é sentirmos o que há de positivo nos vários cenários por onde passamos, no campo ou na cidade, para enriquecer o nosso património das emoções!
    felicidades Janita :)
    Angela

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ângela, o meu património emotivo anda a enriquecer pela negativa! Talvez por isso, eu goste cada vez mais do campo e das flores silvestres, da vida calma e do sossego d'alma...

      Felicidades, também para ti, Ângela!

      Eliminar
  4. Eu adoro o campo, vivo perto da praia mas o meu coração está no campo!
    Não gostaria de viver isolada mas encanta-me a ideia de ir para o Norte, onde nasci e onde ainda vou mas de férias....
    bjs

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O meu coração vaguei, por aí, Papoila!
      Ora calmo ora em desassossego...

      É bom regressarmos às origens. Se a ti te encanta o Norte, a mim encanta-me o Sul...

      Beijos.

      Eliminar
  5. Espreite algumas pérolas do nosso lindo Portugal que publiquei ontem, Janita.
    Enviadas por um brasileiro.
    Beijinhos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Irei de seguida Pedro...Espero que sejam pérolas verdadeiras...

      Beijinhos.

      Eliminar
  6. Como sabes amiga Janita também tenho livros mágicos destes que na sua simplicidade encerram tanta beleza.
    Sou menina da cidade mas adoro a frescura do campo :)

    Um beijinho

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sei, amiga Fê, sei!

      Assim como sei o quanto és genuína, sincera e tens um coração de ouro!

      Sabes? Por vezes nem sei onde pertenço, se ao bulício que atordoa, se à placidez que adormece...

      Beijinhos e um grande abraço, Amiga.

      Eliminar
  7. Muito bonito. Eu adoro o campo, gosto muito das aldeias, mas sinceramente não sei se seria capaz de viver nela. Graças a Deus tenho o privilégio de morar na cidade e no campo ao mesmo tempo. Moro na Av. principal da vila onde moro, arredores da cidade do Barreiro. Atravesso a av. e tenho um extenso campo, um pinhal e o rio.
    Da minha varanda vejo tudo isso, e até vejo o Seixal do outro lado do rio. Não é um privilégio?
    Um abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Elvira Carvalho.

      É um privilégio, sim senhora!

      Vives onde gostas e sentes-te feliz nesse e noutros aspectos, ora, isso é, uma bênção! :)

      Um abraço e obrigada!

      Eliminar
  8. Bem...eu acho e isto é só uma mera opinião, que o campo já não é como o teu livro diz...nem a cidade....

    Abraço grande

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Uma mera opinião, com muito peso, Argos!!

      Meio século volvido, já nada é o que era...:)

      Beijinhos e abraços!

      Eliminar