A Mulher
Ó Mulher! Como és fraca
e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!
Quantas morrem saudosas
duma imagem
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca ri alegremente!
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca ri alegremente!
Quanta paixão e amor às
vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento!
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento!
Paixão que faria a
felicidade.
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!
Sonetos de Florbela Espanca
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F E L I Z F I M - DE - S E M A N A
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Uma mulher que morreu muito nova e que sofreu bastante.
ResponderEliminarQuem ama sofre, Catarina,
Eliminare Florbela foi uma mulher que quis 'amar, amar perdidamente...'.:)
Beijinhos, boa semana.
Querida Janita, Florbela sempre nos encanta!
ResponderEliminarNas minhas aulas de poesia falamos muito sobre a Florbela Espanca, pois o professor é um admirador e estudioso da sua vida e obra.
Uma mulher com uma vida atribulada, intensa e muito avançada para época.
Um beijinho e bom fim de semana
Fê
Minha querida Fê.
EliminarNão sei se te lembras, mas esse encanto desesperado que emana da sua poesia, um dia, há uns anos atrás numa fase menos boa da minha vida - se é que algum dia foi boa - tornou-me desencantada e "zanguei-me" com a Florbela.
Fui mais tarde repescá-la e continuámos unidas no mesmo desencantamento que nos encanta.
Quanto eu gostaria de estar aí contigo nessas aulas de poesia!
Um beijinho amiga, tem uma boa semana.
Nunca li muito de Florbela e tudo o que li, gostei muito!
ResponderEliminarBom domingo Amiga Janita.
Um beijinho
Com a Florbela Espanca não há meios termos, Amiga Flor. Ou se gosta ou se odeia.
EliminarEngraçado que eu digo isto, mas tenho dias! :)
Um beijinho, boa semana.
Adoro os poemas da Florbela Janita,
ResponderEliminaruma mulher independente num tempo ainda difícil :)
Acho que nós, mulheres, todas sentimos na poesia da Florbela um eco do nosso âmago, nesta maneira tão nossa de sentir as coisas do coração. Os homens, não! :)
EliminarAbraço, Angela.
«Eu sou a que no mundo anda perdida,
ResponderEliminarEu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...
Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida! ...
Sou aquela que passa e ninguém vê ...
Sou a que chamam triste sem o ser ...
Sou a que chora sem saber porquê ...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!»
Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"
Gosto muito deste Soneto, que se não estou em erro, se chama "Eu".
EliminarAs duas quadras dizem-me muito pouco. Quase nada.
Os dois tercetos gosto muito e já os tenho espalhado por essa blogosfera afora incluindo o seu blog, amigo Rogério.
Lembra-se, ou nem por isso?
:-)
O meu avô conhecia o sobrinho dela.
ResponderEliminarA sério, Daniel?
EliminarPensei que a poetisa fosse filha única.
Vou ter que pesquisar (a fundo) a vida da nossa conterrânea! :)
Afinal era primo.
Eliminarhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Túlio_Espanca
Estive a ler sobre Túlio Espanca e compreendi de onde o teu avô o conheceu, Daniel!
EliminarInteressante!
Muito triste e muito bonito...
ResponderEliminarBeijinhos e bfsemana
Assim é a poesia de Florbela, Papoila. Bela e triste.
EliminarBeijinhos
Ó mulher, como podes ser tão apaixonante e tão desesperante. Minha autoria... Beijoca!
ResponderEliminarÓ Rafeirinho, eu sei que o desespero é de tua autoria! :)
EliminarNunca esquecerei as tuas palavras de há quatro anos e meio atrás...O quanto sofres ao ter de comentar poesia!!
Azar. Esperavas pelo post seguinte. :)
Beijocas, boa semana!
Mulher, o princípio e o fim! e o centro também... rs
ResponderEliminarbeijo
Mulher, o cerne da vida e da morte. O centro onde tudo se concentra. Sem nós não haveria Vida...
EliminarBeijinhos
Perdi os Meus Fantásticos Castelos
ResponderEliminarPerdi meus fantásticos castelos
Como névoa distante que se esfuma...
Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los:
Quebrei as minhas lanças uma a uma!
Perdi minhas galeras entre os gelos
Que se afundaram sobre um mar de bruma...
- Tantos escolhos! Quem podia vê-los? –
Deitei-me ao mar e não salvei nenhuma!
Perdi a minha taça, o meu anel,
A minha cota de aço, o meu corcel,
Perdi meu elmo de ouro e pedrarias...
Sobem-me aos lábios súplicas estranhas...
Sobre o meu coração pesam montanhas...
Olho assombrada as minhas mãos vazias...
Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"
Ricardo.
EliminarConsegues, sempre, trazer-me as coisas mais belas, mais intensas e que mais me dizem.
Consegues, sempre, conhecer algo que eu nunca conheci, algo que nunca li e que sem o saberes, me enriquecem infinitamente.
Obrigada, de coração.
Um grande e terno abraço.
Não conhecia este Soneto dela. Gostei. Obrigada
Eliminarum beijinho e uma boa semana
Gábi
Tal como a Gábi, não conhecia este soneto. :)
ResponderEliminarTodos juntos é que sabemos tudo, Luísa....:)
EliminarA grande Florbela Espanca sempre valorizando a Mulher e o Amor! Bela escolha, Janita!!
ResponderEliminarBeijinhos e boa semana.
Obrigada, Graça!
EliminarPela Florbela que escreveu o poema e...
por mim que - simplesmente - o escolhi! :)
Beijinhos
Vim desejar-te bom fim de semana... e não podia passar aqui sem reler Florbela! A sua poesia diz-me muito ao ponto de por vezes nela "me perder".
ResponderEliminarBom fim de semana minha querida
(^^)
E eu, ontem à noite ou já hoje, pois acho que passava da meia-noite, "perdi-me" no teu blog, Afrodite. :(
EliminarVi que tinhas publicado e fui lá ver-te e ler. Entrei na caixa de comentários, escrevi e quando ia publicar o comentário, a internet fugiu-me.
Fui para a cama cheia de dores de cabeça e sem ter conseguido obter o acesso à dita cuja.
Até fiquei com receio que tivesse apanhado algum vírus.
A sério!! Havia um único comentário: o da Ematejoca.
Nunca antes me tinha acontecido tal. De manhã foi logo a primeira coisa que vim verificar e «et voilá» .
Que se terá passado?
Um beijinho, querida amiga deusa e que tudo siga a teu contento.
PS- Uma vez que vi gorada a minha intenção de te visitar, vou aguardar que voltes, de novo.