Foto de Duarte Sol
Aquele corpo tão falsamente provocante que caminhava
para o abismo, era o seu, e ela por mais que
tentasse não conseguia aliená-lo.
Detestara-o
naquela noite e em todas as outras noites em que o usava. Queria que ele não
lhe pertencesse, sentia a maldição que pesava sobre si e desejava ser uma
pessoa normal, que se entrega, que recebe, que aceita e nada receia.
Só
via falência na sua vida. Não existia nenhuma razão no mundo que a pudesse
impedir.
A
quem poderia interessar que ela vivesse, que trabalhasse, que amasse. Para quê?
Para quem?
A
desculpa da euforia permanente produzida pelo álcool era mais razoável, pois
conseguia afastar a falta do amor que não conheceu, dos beijos que não deu, dos
livros que não leu e da vida que não viveu.
Mas
hoje estava sóbria!
Eram
precisamente seis horas e dezoito minutos quando ela decidiu o seu destino.
Janita
Naquele preciso momento, seis horas e dezoito minutos, quando procurava
de dentro da bolsa, a chave de casa, ansiosa para se estender na cama, após um
percurso solitário, de uma noite inteira vagueando sem destino, toda a sua vida
lhe passou pela mente, como se estivesse a assistir a um filme.
Sentou-se num degrau das escadas, olhou para o céu. Viu um clarão de luz intensa e, maravilhada, assistiu ao primeiro nascer do Sol em toda a sua vida.
Não! Os beijos que nunca lhe deram, o amor que nunca lhe dedicaram, os livros que não leu, enfim, a vida que nunca teve…Nada, nada mesmo, se poderia comparar à dádiva de estar viva e ver nascer um novo dia…
Voltou a descer as escadas e caminhou serena e confiante pelo passeio da rua, deserto àquela hora matinal. Havia despertado dentro de si a certeza de que o mais importante na vida, não é aquilo que se recebe e sim o que nos damos a nós mesmos.
Dali em diante iria olhar-se com mais carinho, gostar mais de si…Abandonar o cigarro, o álcool, os falsos amigos…Quem sabe aquela promessa de emprego na Livraria do Shopping não se concretizaria e os livros que nunca leu, ela, finalmente os leria? Ergueu a cabeça, sorriu e trauteando aquela velha canção aprendida na sua meninice, ensaiou uns passos de dança e seguiu em direcção ao seu novo Destino…
Sentou-se num degrau das escadas, olhou para o céu. Viu um clarão de luz intensa e, maravilhada, assistiu ao primeiro nascer do Sol em toda a sua vida.
Não! Os beijos que nunca lhe deram, o amor que nunca lhe dedicaram, os livros que não leu, enfim, a vida que nunca teve…Nada, nada mesmo, se poderia comparar à dádiva de estar viva e ver nascer um novo dia…
Voltou a descer as escadas e caminhou serena e confiante pelo passeio da rua, deserto àquela hora matinal. Havia despertado dentro de si a certeza de que o mais importante na vida, não é aquilo que se recebe e sim o que nos damos a nós mesmos.
Dali em diante iria olhar-se com mais carinho, gostar mais de si…Abandonar o cigarro, o álcool, os falsos amigos…Quem sabe aquela promessa de emprego na Livraria do Shopping não se concretizaria e os livros que nunca leu, ela, finalmente os leria? Ergueu a cabeça, sorriu e trauteando aquela velha canção aprendida na sua meninice, ensaiou uns passos de dança e seguiu em direcção ao seu novo Destino…
~~~ * * ~~~
Obrigada, Amiga Fê! Pelo muito que fazes em prol da união e interacção entre os Bloggers do nosso Blogobairro!!
Graças à Fê
ResponderEliminarde hoje em diante olha-mo-nos com mais carinho (para usar palavras do teu texto)
...Se não nos olharmos com ternura e carinho, fica difícil acreditar que os outros o possam fazer, verdade amigo Rogério?
EliminarBeijinhos!
PS- O contributo do Rogério, neste 'desafio' da Fê, foi muito interessante, pois claro que foi!! Gostei imenso! :)
Parabéns, Janita! Também pela esperança.
ResponderEliminarAbraço grande e um bom dia!
( não são precisas mais palavras porque tu entendes, porque tu sabes o valor de um nascer do sol )
Obrigada, meu querido!
EliminarO raiar de um novo dia, traz sempre uma nova Esperança.
Ambos o sabemos, e bem!
Um grande beijinho., Ricardo.
Querida amiga,
ResponderEliminarTransportas-te o sol que tens dentro de ti para iluminares com esperança o final deste nosso conto.
Eu é que agradeço a adesão dos amigos, e só tenho pena de não ter mais tempo para estas iniciativas que só tornam o nosso mundo mais azul :)
Um beijinho grato pelas tuas palavras de carinho que me fazem muito feliz!
Quando já pouco nos resta, há que saber manter a Esperança, Amiga Fê.
EliminarOs finais, nunca o são, na verdade, porque pode sempre acontecer algo que mude de novo o rumo do Destino, até numa curva ao virar de uma esquina.
Gosto muito dos teus interessantes «Desafios'. Ainda hoje recordo aquela tua bela Desgarrada! :)
Um grande beijinho e o meu muito obrigada, pelo prazer e a alegria que me tens proporcionado, ao longo destes anos todos.
:)
A nossa amiga Fê tem o condão de ser francamente positiva nas suas ideias.
ResponderEliminarE tu, Janita, teimas em acrescentar sempre mais e em bom.
Um beijinho para ambas.
A nossa Amiga Fê tem sido um exemplo de perseverança, força e espírito de entreajuda. Um força, que nos impele a continuar, apesar dos muitos pesares.
EliminarE tu sabes isso muito bem, Amigo António.
Um beijinho para ti, também!
Adorei esta tua interpretação cheia de esperança e de recomeços.
ResponderEliminarAinda bem que a nossa amiga Fê, lançou este desafio, assim pudeste dar largas à tua imaginação e arranjar um final muito feliz à história da personagem.
Parabéns!
Beijinhos Janita
E tu, Manu, deste-lhe uma interessante continuação!...
EliminarA personagem regressou a casa, escolheu um dos seus mais belos vestidos, enfeitou-se toda, só para ela, e ao som da música de fundo, dançou até ficar exausta, mas feliz.
Amanhá seria outro dia...Gostei muito da tua opção.:)
Beijinhos, Manu
Não acrescento nada, até porque há anos que não vejo um nascer do Sol (coisa linda, se bem me recordo). Isso porque sou (sempre fui) mais noctívago que madrugador. Seja como for, parabéns às autoras pelo "discurso" imprimido, escorreito que é.
ResponderEliminarJá assisti a alguns nascer-do-Sol, José, e digo-lhe que é uma sensação de renascimento única.
EliminarEnquanto o pôr-do-Sol é o expoente máximo para os românticos, o nascer da aurora é algo que nos inunda a alma de luz e de sonho, um acreditar que hoje será melhor do que ontem.
A noite nunca me fascinou. Pelo contrário...
Beijinho