( por sinal, a filha do meio das três filhas do fotógrafo de que já vos falei. Os outros dois eram rapazes) após uma meia hora de boa e amena cavaqueira, em que se abordou o meu amor pela poesia e a paixão da minha irmã pela declamação, deliciou-nos com a leitura de vários poemas de sua autoria.
A mulher, a seu lado, olhava-o com ar de profunda veneração. Como se fosse aquela a primeira vez que o ouvia. Eu sorria. Quase nem me atrevia a respirar. Sentia-se no ar um clima sublime, de algo especial e divino, tal era a paixão que se sentia vibrar na voz do poeta - que o não queria ser -
Poeta? Não! Apenas gosto de deixar a alma falar...em palavras que vou escrevendo quando não me cabem mais cá dentro...
Eu, sorria, e ouvia enlevada...Pedi se poderia fotocopiar os poemas e trazê-los. Que sim... fui a correr à loja da minha amiga fotógrafa ali mesmo, do outro lado da rua, para me fazer as fotocópias - frente e verso na mesma folha, que o papel está caro- diz-me ela a sorrir.
Cheguei a lamentar, com alguma tristeza que, na roda da vida, eu tivesse sido forçada, aos doze anos, a abandonar aquela terra que é a minha, e onde algo me diz, poderia ter sido muito feliz.
O VELEIRO
O veleiro faz-me sonhar
Com viagens eternas sem destino
Percorrendo o Mundo através do Mar
Ao encontro dos meus sonhos de menino.
Sem tempo, sem dia, sem hora
Como cenário, o Mar e o Céu
Vivendo da Vida apenas o “agora”
E à noite, as Estrelas, o Sonho e eu.
Como a gaivota solitária
Planar no infinito do Céu
Sem limites, como um pária
Que há muito a identidade perdeu
Talvez que a imagem do veleiro
Desperte em mim a ânsia de libertação
Daquele que sou e que rejeito
Partindo para outro que procuro em vão.
( O Autor do Poema é português, serpense, mas tem apelido Castelhano. Mais do que isto, não posso nem devo dizer)
****~~~~~****
Gostaria de lhe ter dito que o sonho, que tantas vezes se procura longe, por vezes, está ali, no lugar onde sempre estivemos.
( O Autor do Poema é português, serpense, mas tem apelido Castelhano. Mais do que isto, não posso nem devo dizer)
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Linda partilha querida amiga ,apesar de não conhecer o autor é muito belo ,beijinhos muitas felicidades
ResponderEliminarÉ um autor auto didacta, como tantos que há por esse país fora, amigo Emanuel.
EliminarOs alentejanos são pessoas de paixões e sentimentos fortes.
Obrigada, um beijinho
Mana....eu conheço mas não digo o nome...
ResponderEliminarEsse é o.......? Filho do mestre....? Que casou com a filha do meio ? É o .........caramba, ajuda-me mana tenho o nome debaixo da língua e não sai..
Mana, claro que conheço....
Kis :=}
Pois é, sim...é esse mesmo, Mana.
EliminarÉ o genro do Mestre! Cunhado da amiga e marido da irmã.
Beijocas. :)
Eu sabia! Nunca tinha tido tanta certeza como esta!
EliminarKis :=}
Mana nós somos perfeitinhas...
Se mais perfeitas fossemos, Mana, até estragava...
EliminarBeijinhos. :)
Gostei!
ResponderEliminarFoi uma tarde que te encheu a alma e o coração.
bjs
Eu sabia que gostarias, Papoila! :)
EliminarFoi um tempo tão preenchido de gratos momentos que, creio bem, ainda me não recuperei.
Obrigada, Papoila, beijinhos.:)
Gostei
ResponderEliminar(o apelido do meu avô é Beltran Pepe)
um beijinho
Lembro-me de uns Pepes que viviam num velho palacete no largo da Cruz Nova. Quem sabe sejam teus familiares?
EliminarDa minha parte, tenho Moreno do lado materno e Serrano do paterno, mas estes de Aldeia (Vila) Nova de São Bento.
Parece que, afinal, não somos mais nada, para além de amigas, claro. :)
Beijinhos, Gábi.
Amigas é o melhor :)
Eliminar(a família do meu avô não era rica por isso não me parece que vivessem num palacete)
um beijinho Janita
Amigas, sim, é o mesmo o melhor!:) Por vezes, melhor do que a família.
EliminarUm beijinho.
Atão
ResponderEliminarvamos la disfazer a confusão
Estavam ás Portas de Beja
mas o home poeta
é lá de Serpa
de que raio de terra
vomecê éi?
Não há confusão nenhuma, Amigo Rogério!
Eliminar"...originalmente, eram apenas três, as entradas a Porta de Beja, localizada a noroeste, a Porta de Moura, a nordeste e a Porta de Sevilha a Sul. As duas primeiras são entradas aparatosas, devido aos torreões, enquanto a Porta de Sevilha já não existe. Abriram-se mais tarde as Portas da Corredoura e a Porta Nova."
Para saber melhor e mais detalhes, deixo este site já que eu própria não lhe saberia explicar melhor isso das Portas...:)
http://www.terraspulodolobo.com/regiao/muralhas-e-aqueduto-de-serpa-salvador_r129
Abraço amigo. :)
O nome não importa, o poema diz tudo.
ResponderEliminarBeijinhos
Exactamente, Amigo Pedro.
EliminarNão importa o nome, mas a essência. A alma de Poeta do alentejano sonhador :)
Beijinhos
É um belo poema. O nome? Poeta com certeza.
ResponderEliminarUm abraço
Nem mais, minha Amiga.
EliminarNão é Poeta quem quer e sim quem sabe traduzir em verso ou prosa, os sentimentos que lhe transbordam da alma.
Um abraço.
Que sorte. Ouvir poemas directamente da boca do poeta. :)
ResponderEliminarFoi mesmo o que aconteceu, Catarina.
EliminarE que excelente diseur ele era...:)
Beijos
Interessante poema, cujo autor desconheço.
ResponderEliminarbli.
Ai, José...claro que desconhece.
EliminarAté eu desconhecia que o marido desta minha amiga, escrevia tão bem poesia. :)
Beijinho
Como eu gostaria de ter ouvido ao vivo este poeta, acho que ficaria como tu querida Janita, enlevada.
ResponderEliminarO sonho comanda a vida...
Um beijinho grato por esta maravilhosa partilha.
Beijinho
O Toque do coração
Querida Fernanda,
EliminarTenho a certeza que irias adorar ouvir, porque ele tinha a alma na voz. Mas este amigo era uma pessoa culta e isso dava-lhe um certo traquejo para escrever, agora que dizer de uma mulher que sendo analfabeta, de seu nome Virgínia Lagarto, que vivia na minha rua quando eu era criança, e fazia poemas de improviso a propósito de um qualquer acontecimento?
O anterior presidente da Câmara, o Dr. João Rocha, por sinal natural de Viana do Castelo e não alentejano, mas que o povo elegeu durante trinta anos, homenageou-a atribuindo o seu nome a uma rua de Serpa.
Aquela sim, foi bafejada pela Natureza com um verdadeiro dom poético. Uma autêntica Poetisa popular, qual António Aleixo.
Beijinhos :)
Nem todos têm o privilégio de conhecer um poeta, mesmo que seja popular. Conheci aqui há alguns anos o António Ramos Rosa, através de uma amiga comum. Também três prosadores !
ResponderEliminarÉ um privilégio, sim, Ricardo. Quer sejam conhecidos quer sejam poetas anónimos.
EliminarAbraço.
Conhecer um poeta de pertinho é um privilégio! Gostei imensamente do poema, porém gostei também da tua anotação abaixo:
ResponderEliminarGostaria de lhe ter dito que o sonho, que tantas vezes se procura longe, por vezes, está ali, no lugar onde sempre estivemos.
Beijo, Janita! Um bom fim de semana.
Um beijo, querida Taís.
EliminarObrigada pelo comentário e votos de um excelente fim de semana.