“Entre tanta miséria e
tantas coisas vis
Deste vil grão de areia
Ainda tenho o condão de me
sentir feliz
Com a ventura alheia.”
(…)
A que
propósito vem esta estrofe, transcrita do livro que a imagem mostra?
Eu explico,
num resumo mui resumido:
Após uma
longa conversa telefónica com uma familiar, e ainda na sequência de outra longa
conversa, pessoal, versando o mesmo tema que mantivemos no sábado enquanto
degustávamos um saboroso estufado de língua de vitela, tive o prazer de
constatar da alegria, inopinada, e tão gratificante, por ver a sua solidão de
mulher só a quem a vida madrasta fez
perder dois maridos que a fizeram tão feliz, o último há pouco mais de um ano, logo agora que tanto
necessitava de um pouco mais de cor que lhe colorisse o cinzento dos seus
dias...Sim, apesar da universidade sénior, dos quatro filhos, dos seis netos, das duas bisnetas e da missa dominical, fica
sempre tempo por preencher.
Pois bem,
essa vida madrasta, por
obra do acaso, ou talvez nem tanto, colocou ao seu ouvido a voz de um
namorado que não via nem ouvia há cerca de sessenta anos.
Ah, agora
sim...o reviver das velhas emoções do primeiro amor, fazem bater mais forte
aquele seu velho coração. E chora e ri, qual adolescente, enamorada pela
lembrança de um jovem que, actualmente, ronda ou ultrapassa os oitentas, mas que ela ainda
não viu a imagem e teme ver. Apenas porque também ela se vê com dezasseis anos.
E eu, que
conhecia a história antiga, digo que sim, dou o meu aval, fico feliz com esta
ventura de alguém que não me é tão alheio quanto isso.
Não há dúvida que, enquanto houver vida, tudo pode acontecer!
Aos outros... Vida madrasta!!!
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Faz ela muito bem!!! Temos de aproveitar as prendas que a vida nos dá. Até ao fim!
ResponderEliminarEla que aproveite!
E aproveita sim, Graça! Ela sabe - sempre soube - que no aproveitar é que está o ganho!! Admiro-a muito, podes crer.
EliminarBeijinhos, boa semana. :)
Sem dúvida querida amiga,ou a vida não fosse um eterno recomeçar a cada amanhecer ,muitos beijinhos feliz semana
ResponderEliminarÉ verdade, amigo Emanuel!
EliminarA vida traz-nos muitas surpresas, uma boas outras nem tanto, mas este reinício de um ciclo que ficou interrompido, acontece poucas vezes.
Um beijinho e obrigada.
Há quem diga, e eu acredito, que o amor não tem idade. E quem não fica feliz por alguém que nos é próximo se sinta feliz?
ResponderEliminarTambém eu acredito meu amigo, porém se existe algo na vida que, também acredito, não se procura, é o Amor. Acontece ou não, conforme o destino de cada um.
EliminarPara alguns, com é o caso, mais do que uma vez na vida.
Bem-Aventurados aqueles a quem a vida dá três oportunidades de ser feliz...coisa rara, temos de convir. :)
Beijinho.
Já alguma que outra vez tinha aqui vindo espreitar "O Cantinho da Janita", numa primeira instância porque regra geral gostava dos comentários da Janita que lia noutros blogues. Mas eu mesmo não terminava de me atrever a comentar/participar aqui neste seu Cantinho... muito por culpa de eu mesmo ter uma certa dificuldade me corresponder com muitas pessoas, desde logo e como no caso concreto por via do blogger. Mas como gostei do que por aqui vi e li desde um primeiro momento, eu sabia que mais tarde ou mais cedo, desde que aqui regressa-se, em algum momento se me tornaria inevitável corresponder a alguma publicação da Janita, é o caso!...
ResponderEliminarNa circunstancia para dizer: apesar de e/ou até por tudo história bonita _ como que, ao menos até ao momento, se esteja a fechar um ciclo do destino iniciado há muito; por si só enquanto destino, sem princípio nem fim, sempre continuo, podendo é cumprir-se na prática corrente ou não!? E aqui parece que sim!!!
Muitos parabéns a quem de ventura e a quem "tem o condão de se sentir feliz com a ventura alheia"
VB
Olá, Victor!
EliminarSeja muito bem-vindo a este Cantinho modesto. Fiquei agradavelmente surpreendida, e grata, pelo seu comentário e pelas simpáticas palavras.
Também eu já tinha lido alguns dos comentários que o Victor deixa em blogues que sigo, nomeadamente no "À Esquina da Tecla" e até já o fui visitar, porém sem deixar rasto. Talvez por timidez, raramente dou o primeiro passo. Por isso, lhe fico grata por me proporcionar o à vontade de o poder visitar e comentar. :)
Sabe? Aqui para nós que ninguém nos ouve, sou um nadinha resmungona, pelo menos é o que um Grande Amigo mo diz, a cada passo, mas se há algo que me deixa feliz, é ver as pessoas de quem gosto serem felizes.
Um abraço, volte sempre que lhe aprouver.
Os meus parabéns pelo belo blogue, que devia ter dado logo no primeiro comentário, a que agora acresce a minha gratidão por esta agradável correspondência, além de pela visita e vinculação da Janita ao meu próprio espaço (blogue)!
EliminarE já voltei... :)
Abraço
há coisas do arco da velha...
ResponderEliminarPois...coisas que o "arco das novas", provavelmente nunca saberá o que significa...
EliminarBeijinho, Laura. :)
Como tenho uma costela romântica (ou até mais do que uma...) gosto muito de histórias de amor... mas gosto sobretudo de histórias de vida! E se forem reais, gosto mais ainda.
ResponderEliminarPor isso fiquei também eu feliz, por contágio e simpatia, com esta história tão real e tão terna.
O brilho no olhar de alguém que, passada uma vida, volta a sentir-se com dezasseis anos... deve ser lindo!
Parabéns pelo texto tão bem escrito e que se sente transbordar de ternura.
Beijinhos venturosos
(^^)
Afrodite.
EliminarEsta é uma história de amor um pouco 'sui generis' pois não se sabe como irá terminar. Digamos que está em fase de re)construção. :)
Grata pela bondade das tuas palavras, já que só com muito boa vontade se poderá chamar a esta simples prosa, um texto bem escrito.
Beijinhos cobertos de gratas venturas.
Abraço grande e que a tua amiga seja feliz!
ResponderEliminarBem....que sejamos todos!
Outro abraço
Ricardo.
EliminarPercebeste-me bem...que sejamos todos felizes, sim! :)
Um grande abraço e mais outro e outro!
PS- Como sei que gostas de Lendas, peço-te que não vás embora, espera um pouquinho. Às 22:35 tenho agendado um post que vais gostar.
Beijinhos!
Claro que é motivo mais que suficiente para todos nós nos revermos na felicidade reencontrada dessa tua amiga, Janita.
ResponderEliminarBonito o que lhe aconteceu após 60 anos ao recuperar um amor perdido ! ☺ …
Bonito ela sentir-se rejuvenescida e que possa vir ainda a ser muito feliz !
Porque não haveremos todos nós de nos sentirmos bem com a ventura alheia ?
Adorei o teu texto e todo o sentimento implícito !
Beijo, Janita :)
Depois, pessoalmente e se se proporcionar, falaremos melhor sobre este caso singular, Rui.
EliminarTrês horas para lá e para ca dão para muita coisa! :)
Beijinhos.
E provavelmente assim nasce mais um capitulo das As Cinquenta Sombras de Grey.
ResponderEliminarA vida é para ser vivida plenamente. Os oitentas podem ser os novos 16.
:-)