sábado, 5 de outubro de 2019

"A Persistência Da Memória."


Tela de Salvador Dali. 
Detalhes AQUI




























Tenho comigo o bem mais precioso,
o mais importante,
que me dá ânimo e faz delirar
que  me leva ao passado,
me dá vida ao presente
me faz rir e chorar.

Quando eu partir
para aquele ponto distante,
para lá do horizonte,
quero levá-lo comigo…
e só no último suspiro
deixá-lo  por fim
em mim
se finar.

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Adenda: Em virtude do comentário de um Amigo, que afirma não saber interpretar esta pintura surrealista, da autoria de Salvador Dali - como se isso fosse fácil -  , inverti a imagem. Os mais atentos poderão perceber que o pintor está ali representado. 

[O relógio como que lhe serve de mordaça, penso eu... ]
Ainda me meto em alguma encrenca por causa desta brincadeira. Apre!

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31 comentários:

  1. Que sejam boas as memórias
    de um tempo que é e que foi
    Que possas contar histórias
    De anos, de vida...
    Momentos que perdurem
    Que enlacem , abracem e no final que se quer longínquo
    Possamos dizer:
    - Valeu a pena.

    Beijinhos Janita

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    1. Nem todas as minhas memórias são boas - como o não devem ser as de toda a gente -, mas o que me faz saber distinguir as boas das más, relembrar o passado e perspectivar o futuro, é o facto da minha 'memória' estar lúcida e clara.
      É essa lucidez de pensamento que me lembrei de 'exaltar' nesta prosa, em modo poesia. :)

      Beijinhos, querida Manu!

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  2. Bom dia
    Como é bom começar o dia com coisas tão lindas .
    Gosto de musica , de anedotas e de tudo que nos faça felizes , mas adoro uma boa poesia .
    Obrigado amiga .
    BFS

    JAFR

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    1. Eu é que lhe agradeço, reconhecida, as suas generosas e assíduas visitas e palavras, amigo Joaquim Rosário.

      Um abraço e um bom resto de fim de semana.
      Bom Domingo! :)

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  3. A memória nem sempre é fiel aos factos ocorridos mas gostei do poema!

    Abraço

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    1. Só não é fiel quando nos começa a falhar, Leo.
      Espero que minha me ouça e atenda, com este apelo que lhe faço! :)

      Beijinho.

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  4. parabéns pela inspiração Janita!
    as telas de Salvador Dali deixam-me com pontos de interrogação na cabeça !:)
    abraço e bom fim de semana

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    1. A pintura surrealista de Dali, é menos louca, se a aprendermos a conhecer e decifrar, querida Ângela. :)

      Um beijinho grande.

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  5. Esta pintura do Dali é uma das suas obras mais conhecidas, mas, confesso, não consigo interpretá-la. O mesmo acontece com o seu bonito poema, que me soa bem mas que me deixa em dúvidas existenciais. Como sabe, a linguagem dos poetas passa-me quase sempre ao lado, defeito de que consigo desfazer-me. Não vou fazê-lo, mas apetecia-me pedir que traduzisse para analfabetos como eu.
    (Provavelmente, não gostou do comentário; se assim for mande-me bugiar, que eu encaixo).
    Beijinhos com votos de bom Domingo e não se esqueça de ir pôr a cruzinha

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    1. É hoje!... É hoje que lhe vou dar no toutiço, Amigo José!
      Anda aqui uma pessoa preocupada em não baralhar a cabeça dos já poucos visitantes que se dispõem vir ao Cantinho, dou-me ao trabalho de colocar links que darão informações valiosas, para quê?...Ninguém lá vai ler nem quer saber!

      Todos os bloggers publicam o que lhes dá na telha, quem entende, entende, quem não entende, entendesse...e eu tenho que publicar e esmiuçar tudo por miúdos. Que canseira!

      Bom, por ser para si, aqui vão as explicações.
      Esta tela tem o título do meu postal, certo?
      Foi inspirada nisso que escrevi essas palavras que teima em chamar poema...pois que seja! :))

      Quanto à interpretação da pintura é o seguinte:
      A seu respeito disse Salvador Dali:

      “Toda a minha ambição no campo pictórico é materializar as imagens da irracionalidade concreta com a mais imperialista fúria da precisão”.

      (Esta frase de Dalí resume a pintura em questão; os elementos irreais – relógios derretidos – misturam-se com imagens familiares aos olhos humanos, criando uma impressão de que eles realmente estão ali.

      - Ao fundo, podemos observar um penhasco e o mar no horizonte. Essa paisagem é o retrato do local onde Dali vivia em Catalunha. Neste quadro, ele preferiu retratá-las sem qualquer símbolo metafórico, limitando-se ao real.

      - No canto esquerdo da tela, algumas formigas reúnem-se em cima de um dos relógios. Estes insectos são a única representação de vida na pintura, além da mosca sobre o relógio que se encontra próximo ao descrito anteriormente. O pintor surrealista não gostava de formigas e quando as colocava nas suas obras era com o objectivo de simbolizar a putrefacção.)


      Mas há mais; quem reparar bem na pintura vê algo surpreendente.
      Salvador Dali está aí ao centro deitado com um relógio atado à cintura (?) também.
      Quando terminar de responder irei fazer uma adenda ao post com a tela invertida e quero que me diga onde e como vê o pintor.

      Isto é castigo para não ser preguiçoso. Tenho dito!

      Beijinho.
      ( a resposta à 'cruzinha' já lhe a deu no seu blogue )



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  6. Gaita! digo: "de que não consigo desfazer-me"

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    1. Eu percebi...espero que também perceba tudo o que tive a trabalheira de escrever ali atrás.

      Ah...aproveito para rectificar "dei", OK?

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  7. Por vezes falo com a minha memória
    Digo-lhe tudo
    E quando me falta a data
    ela vem recorda-ma

    (cada interpretação de um quadro
    tende a mutilá-lo
    prefiro ser eu a interpreta-lo
    e... acredites ou não
    Dali é meu irmão)



    Eu e a Minha Memória
    somos amigos
    íntimos

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    1. Quem alberga em si
      uma Trindade absoluta
      ( Eu, Alma e Contrário)
      tem uma memória para
      falhar e outra
      para acertar ( é isso?)
      nunca ficando
      devoluta.

      Concordo inteiramente
      que Arte é para ser apreciada
      quem a quiser esmiuçar
      deixa a obra mutilada.

      A Memória que persiste
      fica em nós, intimamente
      ligada.

      A minha, é assim, por enquanto...

      Um abraço, Rogério.

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  8. Nossa Senhora, a encrenca que aqui arranjei! Atão não fui ver o link? "Quem não entendeu que entendesse", disse e muito bem. Apanhei no toutiço, mea culpa, mas foi bem feito. Pois se o Dali está deitado com um relógio à cintura, seja (não era a Tonicha que cantava ter não sei quê à cintura?). Não prometo que para a próxima apenas escreva: gostei muito.
    Espero estar perdoado.
    Faça favor de ter uma boa noite.
    bji

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    1. Com isto tudo já chorei de tanto rir.
      Agora é que a minha vizinhança vai dizer que embirutei de vez! :))
      O relógio do Dali não está à cintura, enganei-me; aquilo é na direcção da boca e da nuca, vê-se mais em baixo a maçã-de-Adão. Afinal, viu ou não viu??

      Tá perdoado, claro! :)

      Beijinhos.

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  9. Volto aqui. Se ainda não está a fazer óó, veja uma (para mim) nova versão da 2.ª Valsa, enviada agora mesmo.
    boa noute

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    1. Vou já ver isso, embora não esteja lá muito famosa para Valsar, oiço e trauteio.

      Noute boa! :)

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  10. Às vezes o meu passado, não me dá vida no presente, deixa-me triste às vezes só por não ter feito algo que podia ter feito e como dizes nesse belo poema, só quando eu me finar, ele se apagará da minha memória para sempre.

    Beijinho Nita excelente domingo.

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    1. Tudo pelo planeta terra, R: não sei se tem outros interesses por trás, a miúda sei que não sabe nem pratica o que diz,muito menos que lhe roubamos a infância? como assim? se ela sempre respirou bem (felizmente) teve brinquedos, já usa tlm há anos, usou sempre roupa normal etc etc. Já me aborrece, a sério !!

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    2. Enquanto tivermos memória para recordar as tristezas passadas, teremos capacidade mental para enfrentarmos as coisas menos boas do presente, querida Mena. É a essa capacidade que me refiro e quero, gostaria aliás, de manter até ao final dos meus dias.

      Quanto à tua resposta, compreendi o teu ponto de vista e expus o meu, lá no teu cantinho. :)

      Beijinho grande, Mena.

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  11. Tenho bem na memória que o Dalí é o meu pintor preferido, um Wagner dos óleos!��
    Saudações derretidas!

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    1. Ora aí está a prova provada da sua excelente memória, Roadrunner.
      Ainda para mais, demonstrando ter um apurado e fino gosto artístico.
      Eu diria mais, Dalí é não só um Wagner dos óleos, como um Bach da luminosidade e, quiçá, um Strauss da criatividade ondulante dos objectos inanimados. E ainda muito mais, não acha?!

      Saudações delirantes!

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  12. Não tenho grandes preferências, mas adorei a publicação :))

    Hoje:- Sinto que nas nuvens estão ausentes |Poetizando e Encantando|

    Bjos
    Votos dum óptimo Domingo.

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    1. E eu, querida Larissa, fico muito feliz por isso.

      Um beijinho e boa semana.

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  13. Olá ,Janita

    Bem mais fácil a interpretação do teu bonito poem do que a do surrealista quadro do Salvador: que muito provavelmente só ele mesmo teria sido capaz de ter feito, dado não pertencer ele ao reino do comum dos mortais...
    Por curiosidade, fui espreitar um site em Inglês onde várias são as tentativas sugeridas, dadas por variadas pessoas, para explicar o sentido do quadro,chegando uma delas a sugerir que a inspiração para a forma deformada dada aos relógios teria sido inspirada por visão dum queijo a derreter...certamente dada a pouca estima que o Dali teria por tais objectos, dado que os mesmos não encaixavam no seu mundo fantasiado, desligado da realidade...

    Definitivamente, o teu poema é bem mais terra - a - terra...

    Beijinhos amigos
    Vitor

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    1. Olá, Vitor.

      Que bom voltar a ver-te por cá.

      Não conheço bem a biografia do excêntrico pintor, mas sabemos que havia uma boa dose de quase loucura na forma como se expressava através da pintura. No meu entender, creio que para ele tudo o que pintava fazia sentido, nós, simples apreciadores do belo explícito, é que não as sabemos interpretar.
      Afinal, a Arte do surrealismo é isso mesmo, penso eu.

      Já eu, meu amigo, pobre e insignificante mortal, desprovida de quaisquer dons, escrevi umas palavras tentando manifestar o meu desejo em manter viva e activa, até ao fim, a minha capacidade de discernimento. Ainda que não saiba decifrar o que Dalí imaginou e criou.

      Um beijinho amigo e o meu muito obrigada pela tua sempre grata companhia, Vitor.

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  14. A memória pode ser traiçoeira. :)

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    1. Traiçoeira e enganadora...e a falta dela, Luísa, desculpa muito usada entre a classe política...:))

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