"Quem não Ama não Vive"
Na minha alma se
apagam
As alegrias que eu tive;
Só quem ama tem tristezas,
Mas quem não ama não vive.
Andam pétalas e folhas
Bailando no ar sombrio;
E as lágrimas, dos meus olhos,
Vão correndo ao desafio.
Em tudo vejo Saudades!
A terra parece morta.
- Ó vento que tudo levas,
Não venhas á minha porta!
E as minhas rosas vermelhas,
As rosas, no meu jardim,
Parecem, assim cahidas,
Restos de um grande festim!
Meu coração desgraçado,
Bebe ainda mais licor!
- Que importa morrer amando,
Que importa morrer d'amor!
E vem ouvir bem-amado
Senhor que eu nunca mais vi:
- Morro mas levo comigo
Alguma cousa de ti.
As alegrias que eu tive;
Só quem ama tem tristezas,
Mas quem não ama não vive.
Andam pétalas e folhas
Bailando no ar sombrio;
E as lágrimas, dos meus olhos,
Vão correndo ao desafio.
Em tudo vejo Saudades!
A terra parece morta.
- Ó vento que tudo levas,
Não venhas á minha porta!
E as minhas rosas vermelhas,
As rosas, no meu jardim,
Parecem, assim cahidas,
Restos de um grande festim!
Meu coração desgraçado,
Bebe ainda mais licor!
- Que importa morrer amando,
Que importa morrer d'amor!
E vem ouvir bem-amado
Senhor que eu nunca mais vi:
- Morro mas levo comigo
Alguma cousa de ti.
António Botto, in 'Canções'
Quem ama vive, mas sofre... :)
ResponderEliminarAté se diz que quem se sujeita a amar, sujeita-se a padecer, Luísa!:)
EliminarBeijos!
:)
"Para não sofrer é preciso não amar"
ResponderEliminarBeijinho e uma boa semana
E quem deseja uma vida sem amor, Adélia?
EliminarAmar a vida, o trabalho que se gosta, os amigos, a família...tudo é uma forma de amar e dar sentido à vida!...:)
Beijinhos muito amigos!
Não conheço bem a sua obra, mas gostei deste poema. Sofrido!
ResponderEliminarBeijocas
António Botto, foi um homem muito sofrido e isso espelha-se em toda a sua obra.
EliminarViveu num tempo de grandes preconceitos e a sua sensibilidade e orientação de vida privada, nunca foi vista com bons olhos.
Beijinho e obrigada, Teté!
Tudo de bom para ti!
Diria antes, Ó vida.
ResponderEliminarA felicidade e a dor são irmãs siamesas.
Abraço grande, dorme bem
A vida tudo leva e tudo traz, com o tempo, Argos!
EliminarLembras-te de "E Tudo O Vento Levou"?
Pois, então... o vento não levou as pessoas a errar e a amar demais, foi a vida! Mas falar no vento soa mais a poesia!!
Felicidade e dor, inseparáveis? Nunca tinha pensado nisso!
Beijinhos e ...dorme bem! :-)
As pessoas dizem é a vida e a vida somos nós!
EliminarAbraço grande
Tens razão! Como sempre!
EliminarA vida somos nós que a fazemos, mas...e quando surgem situações que nos ultrapassam e não controlamos?
Quando somos postos perante a necessidade de tomar uma decisão e temos mais do que um caminho a seguir?
Temos o livre arbítrio de escolher o nosso caminho, mas essa escolha não terá já sido destinada por uma força maior?
Hoje estou numa de me questionar acerca do porquê disto e daquilo, e não encontro respostas!
Grande abraço..
Belíssimo poema
ResponderEliminarPungente.
Beijinhos e votos de boa semana
Botto escreveu contos e poemas belíssimos, este é um deles, Pedro!
EliminarBeijinhos alegres! :)
António Botto muito bem lembrado!
ResponderEliminarMas eu penso que o vento nem sempre leva tudo...antes levasse!
Abraço
Há lembranças que nem o vento leva, nem o passar do tempo apaga, Rosa dos Ventos! Tens razão!
EliminarUm abraço!
Obrigado, Janita.
ResponderEliminarUm beijo muito grande
De nada, Manel!
EliminarSabes como gosto de ti e o teu blog acabou por ser levado pelo vento?!?
De certo modo, ficará sempre entre nós e alegrar-nos-á a vista e trazendo as tua palavras. É como um belo livro que nos tocou e podemos reler, a cada passo!
Beijinhos, muito amigos!
ResponderEliminarNão é à toa que os grandes poetas e as grandes poetisas são quem mais amaram... e mais sofreram!
Beijinhos... mas com sorrisos
(^^)
Eles, os poetas, não amaram nem sofreram mais do que as outras pessoas, souberam e sabem é descrever esse amor, sofrido, em bela poesia.
EliminarAcho que é essa a diferença!
Tu, como Deusa do Amor e da Sexualidade, saberás isso melhor do que eu, Afrodite! :-))
Beijinhos sem dor e muita amizade.
O meu poeta preferido.
ResponderEliminarBotto foi sublime.
João Roque.
EliminarSublime, é a palavra exacta para definir António Botto!
Beijinhos.
Posso fazer um resumo? Obrigado.
ResponderEliminarÉ assim: "quem não ama não vive". Tudo dito.
Beijinho, Janita e boa semana.
Oh, Observador!
EliminarMas que resumo tão bem resumido. Eu não faria melhor! :-))
Beijinho, António! Sabe, que fiquei muito contente por me dares o prazer da rua visita.
Andas tão preguiçoso!! Só te sentes bem no aconchego do lar! Será do frio?
Abraço amigo! :).
Amiga Janita:
ResponderEliminarAntónio Botto era um poeta muito "avançado" para a época como sabes.
Um poema intenso e quase desesperado de um eterno apaixonado, até rimou :)
Parabéns pelas fotos lindas do teu amigo Manuel.
beijinho e boa semana
Fê
Amiga Fê.
EliminarAvançado, sensível, inteligente e fora do seu tempo. Quando a mente voa mais alto, não se conhecem imposições.
A barreira dos retrógrados, podem isolar quem apenas quer ser livre!
Amiga, quando tiveres um tempinho livre, vai até ao blog do amigo MFC. Há lá fotos e textos belíssimos! Foram dez anos a apresentar uma foto por dia!!
Por alguma razão o "Aventar" o elegeu, por dois anos consecutivos, o blogue do Ano!
Beijinhos!
PS. Já te dei resposta! Vamos em frente. Quantos mais, melhor!
Olá, Janita!
ResponderEliminarOlhando ao que ele foi na vida, faz lembrar um pouco o janota Oscar Wilde: nascido antes do tempo e por isso mesmo censurado e incompreendido. Quanto ao poema, não deixa de ser algo estranho lê-lo...ainda que bonito.
Lindas fotos!
Beijinhos amigos e boa semana.
Vitort
Olá, Vitor!
EliminarPoderia ser, mas acho que não é bem a mesma coisa!
Oscar Wilde tinha traquejo e descaramento, ou coragem, sei lá!
Sarcástico e jocoso, esteve sempre nas tintas para o que os outros dissessem ou pensassem.
António Botto, era discreto, sofria a incompreensão expressando a sua dor em poemas e contos, marcados pela diferença.
Um homem muito sofrido!
É a minha ideia, claro.
Não consigo coloca-los no mesmo patamar.
Quanto às fotos, aconselho-te a ir ver outras de vários pontos do País. Há umas dos Jardins do Palácio de Cristal, que vais adorar.
O blog " Pé de meia..." merece ser visto e apreciado por quem sabe dar valor à Arte de fotografar.
Beijinhos amigos e bom resto de semana.
O poeta mal-amado e incompreendido num Portugal pequenino, mesquinho e preconceituoso!
ResponderEliminarBoa escolha, Janita! (Infelizmente pouco conheço a sua poesia - culpa minha, naturalmente!)
Pois se ainda hoje temos um Portugal dos "pequeninos", mesquinho e preconceituoso, como muito bem dizes, Graça, imaginemos como seria naquele tempo.
ResponderEliminarEu acho é que continuamos iguais, apesar de algumas excepções, claro!
Obrigada e um beijo
Como sempre, alia lindas imagens, neste caso, fotos, a um poema igualmente bonito. Parabéns!
ResponderEliminarBeijinhos
Paula