“A poucos quilómetros
de Alcácer do Sal,
a aldeia de Santa Susana,
tem menos de cem habitantes
e praticamente nenhum comércio.
As casas de piso térreo caiadas
de branco dão-lhe um ar pitoresco,
mas entre os que cá vivem
e os que vêm de passagem,
há cada vez menos gente
a percorrer estas dez ruas.
Como se vive num lugar sem jovens,
onde os dias passam cada vez
mais devagar?”
Foi com este texto e a fabulosa fotografia da senhora sorridente a espreitar à janela, ( que eu fotografei da revista ) que o jornalista António Pedro Santos iniciou uma fantástica reportagem sobre esta pequena aldeia alentejana, publicada na NM, há umas semanas atrás. Fiquei encantada com a beleza branca e azul das suas ruas e o arrastar lento das horas, sem pressa nem ansiedade.
"Além da taberna que só abre ao fim da tarde, a aldeia tem
apenas dois estabelecimentos comerciais: uma pequena oficina de automóveis e o
restaurante com uma residencial. Em termos gastronómicos destacam-se as migas à
alentejana com coelho frito e o arroz de cabidela."
"A estrada nacional que atravessa a localidade é de uma
agitação constante, nos meses de Verão, por turistas que passam a caminho da
praia da Comporta ou do Carvalhal.
Há apenas seis crianças em Santa Susana. Dizem que ali é que
se sentem bem, nas cidades é muita confusão."
A reportagem conta com depoimentos encantadores de habitantes que adoram a sua aldeia. Ali nasceram, cresceram e envelheceram. É ali que desejam permanecer até ao fim dos seus dias. Durante os longos meses em que a rua principal se aquieta do ruído de carros que se dirigem às praias já citadas.
O que resta?...o que resta é conversa!! Nenhum habitante se queixou de solidão. Foi esse convívio, essa conversa entre pessoas que, imaginamos, pouco terão para conversar, que me seduziu nesta pequena e linda aldeia. Provavelmente na taberna, que só abre ao fim da tarde, entre um copo de três e um petisco, contam-se anedotas sobre alentejanos!!...
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Não conheço esta aldeia. Fica onde? E é bom ou mau que exista este tipo de aldeias? O meu coração balança... Como turista, apreciarei. Como residente, hoje, nem tanto.
ResponderEliminarBji.
Nem eu conhecia, José. Santa Susana fica a 15 quilómetros de Alcácer do Sal. Penso que o que é bom mesmo, é que se preservem estas relíquias de um Portugal quase esquecido. Não deixar que as habitações se degradem e fiquem reduzidas a ruínas.
EliminarClaro que também eu não sei se gostaria de lá ter residência permanente, mas não me importava de lá ficar por umas temporadas. Aquela zona fica muito perto do Litoral e quem quer passar férias agitadas que nos fazem regressar ainda mais cansadas do que quando fomos veranear? Eu, não!
Fujo de multidões e do transito infernal. Cada vez gosto mais de lugares sossegados, mas limpos, airosos e com bonitas paisagens. ;)
Beijinhos
Parece muito bonita essa aldeia. E ainda assim tem alguma agitação com os turistas... O turismo é sem dúvida uma oportunidade para a dinamização de muitas das aldeias do interior de Portugal, envelhecidas e a caminho da desertificação.
ResponderEliminarTambém fiquei surpreendida com a beleza desta aldeia.
EliminarSabes que a 4 quilómetros situa-se o centro budista tibetano, onde se organizam aulas de yoga e muitas outras actividades espirituais e de lazer. Muito interessante, mesmo.
Não deu para explicar tudo o que a reportagem foca, mas os interessados podem sempre recorrer à Net e pesquisar.
Beijos, Luísa.
As pessoas que lá vivem e sempre viveram gostam e ainda bem, Mas eu morria se tivesse de lá morar... apesar de parecer um mimo de aldeia...
ResponderEliminarGostei de saber no entanto. Beijinhos
Graça, hoje já ninguém vive isolada ainda que viva numa aldeia.
EliminarA não ser que se viva numa aldeia perdida no interior de Trás-os-Montes, e mesmo assim com as vias rápidas e auto-estradas ninguém fica isolado.
É a chamada globalização, Graça!! :)
Beijinhos citadinos para ti! :)
Estou encantada, Janita e gostava muito de ver a reportagem mas não percebi onde a viste...será que podes fazer o favor de me informar?
ResponderEliminarObrigada, bjss
Informo com todo o gosto, Papoila. Fico até muito contente por este meu post ter suscitado a tua curiosidade. :)
EliminarEsta revista - NM- Notícias Magazine, faz parte integrante da edição do Jornal de Notícias de Domingo, e não pode ser vendida separadamente. Esta, tem o nº 1268 e é de 11 de Setembro.
Se quiseres podes tentar ver se ainda consegues arranjar o jornal e respectiva revista, ou ver em WWW.NOTICIAS MAGAZINE.PT. Eu já acedi ao endereço electrónico indicado e apenas vi alguns tópicos da última revista, que também tenho.
Eu é que agradeço, Papoila.
Beijinhos
PS- As três imagens de Santa Susana, que publico, retirei-as da Net. Embora a última também faça parte da reportagem, mas onde se vê uma criança a correr...:)
Obrigada. Informação muito completa e que deve ter dado algum trabalho...agradeço duplamente.
EliminarBeijinhos
Janita pesquisei no youtube e encontrei uma reportagem deixo-te o endereço não sei sei deixar o link mas basta copiar e colar no https...https://www.youtube.com/watch?v=8QiSIVGc7oA. Linda, linda.bjs
EliminarJá copiei o link, Papoila, irei ver mais tarde com tempo e depois te direi.
EliminarObrigada e um beijinho
Comoveu-me este teu post. O ano passado visitei grande parte do Alentejo e havia terras onde não se via vivalma e sabes uma coisa, por vezes apetece-me fugir e ir viver para uma terra dessas, pode parecer estranho, ou pensares que estou maluca, mas adoro o ambiente dessas aldeias despidas e tudo, mas com alma. Se aguentava muito tempo por lá, isso já não sei!
ResponderEliminarBeijinhos Janita
Também me comovo quando vejo e leio este tipo de viagens a um mundo quase perdido no tempo.
EliminarA foto da simpática senhora idosa, que se calhar nem será muito mais idosa do que eu, de rosto sulcado pelos anos de uma vida vivida ao sol e ao vento, mas onde a doçura está bem patente, cativou-me de imediato.
Sente-se que aqui não chegou a maldade do mundo. É como dizes, são terras com alma. Alma que se sente à flor da pele, das suas gentes!
Beijinhos, Manu!
Cantinhos de Portugal que permanecem intocados, quase parados no tempo.
ResponderEliminarE que lindos e únicos são.
Beijinhos
Cantinhos que pararam no tempo, mas onde se vê que há empenhamento na sua conservação e há asseio e limpeza. Tenho visto noutras reportagens, sobre aldeias quase despovoadas, onde as ruas e casas se foram esboroando por falta de cuidado na entidades competentes, Pedro.
EliminarÉ por isso que o Alentejo é diferente e tão lindo...:)
Beijinhos
Ah, essas cidadezinhas são uma delícia mesmo. Aconchegantes, simpáticas, bonitinhas, as pessoas têm tempo de conversar. Bela homenagem e as fotos também.
ResponderEliminarSão localidades deliciosas, sim, mas de onde os jovens têm de sair para procurar o seu futuro nas grandes cidades.
EliminarMas, o importante, é que os naturais e forasteiros sintam toda a beleza e o aconchego que estes lugares proporcionam.
Obrigada, Carlos!
É Alentejo e está tudo dito, Janita ! :)... A sua beleza generalizada, tão especial, estes recantos maravilhosos (quase) ignorados, ... as suas pessoas, fantásticas, ...
ResponderEliminarFelizmente, Portugal é uma país maravilhoso que eu adoro, em cada um dos seus recantos, por onde vou passando !
... E mais uma nota : Essa "velhinha" maravilhosamente linda que apetece abraçar e beijar ! :))
Beijinhos, Jani ! :)
Amigo Rui, que mais poderei eu acrescentar a este teu comentário tão fiel às maravilhas do meu Alentejo? :))
EliminarPois foi essa "velhinha" de sorriso doce, rosto lindo e expressão serena, que me atraiu nesta visita por terras alentejanas. Ali não se vislumbram quaisquer resquícios de amargura ou azedume. Uma bênção!!
Um beijinho e obrigada, Rui! :))
Excelente a sua partilha
ResponderEliminarTodos vivemos numa aldeia
mas eu prefiro a que sugere
sem encontrões.
A foto da menina é um hino
à janela dos seus olhos
Que vivam as boas memórias vivas
Bj
Amigo Eufrázio.
EliminarBem-haja por este comentário que calou fundo no meu coração!
Um beijinho Poeta, e a minha gratidão.
Imagino sempre que todos amam assim a terra onde nasceram, mas na verdade, eu que amo a minha Liaboa, não tenho a certeza se aguentava viver tão isolada do mundo... ;)
ResponderEliminarBeijocas
Gosto muito das cidades onde temos à mão tudo o que precisamos.
EliminarInclusivé o alimento para o espírito: teatro, cinema, centros comerciais e o diabo a sete, mas andar metida no meio do barulho já me chegou, quando trabalhei na Av. da Boavista.
Hoje, gosto de viver numa localidade sossegada e estar perto dos grandes centros. Há lá coisa melhor?
Não me importaria de passar em Santa Susana grande parte dos meus dias, quando me aposentasse. Com um centro Budista a 4 Km, com imensas actividades interessantes, e a 15 da cidade de Alcácer, estaria como peixe na água!:)
Hoje, já nada fica no fim do mundo, Teté!
Beijinhos. :)
Amiga Janita,
ResponderEliminarConheci esta aldeia quando vivi em Sines, muito agradável, como agradáveis são todos os locais no Alentejo, porque eu nasci e amo Lisboa mas tenho o Alentejo no coração.
Para quem gosta de sossego, não há nada melhor, embora seja difícil para quem está habituado à confusão :)
Pena que estes locais, estejam a ficar sem jovens, sinal que vão acabar por desaparecer.
Um beijinho
Ainda há quem se habitue e goste de confusão, amiga Fê??
EliminarComo disse acima à Teté, o ideal é viver em zonas sossegadas e perto das cidades.
Não acredito que desapareçam, podem é ir ficando mais desertificadas, mas no tempo de veraneio, com todos a rumar ao Litoral, a terra fica mais animada!:)
Pois olha, que holandeses e ingleses adoram viver no Alentejo profundo, em contacto com a natureza.
Beijinhos Fê. :)
Nasci e cresci em Lisboa,não a troco por nada mas adoro as pequenas vilas e aldeias para passar férias!
ResponderEliminarAbraço grande
Ainda bem, Ricardo.
EliminarNinguém escolhe o local onde nasce, mas pode escolher o local onde vive. Nem sempre, é certo, mas quando se fica livre de compromissos profissionais, muitos são os que optam pelo sossego das aldeias ou vilas.
Beijinhos e uma boa noite, Ricardo.
Já lá estive. É verdade que quase só vi o espaço fronteiro à igreja, pois estava de passagem com destino "mais além".
ResponderEliminarO que recordo? A "calma" tão querida dos alentejanos (não confundir com a sesta que o calor convida).
Beijokas!
Eu gostaria muito de conhecer! Fiquei a amar esta localidade.
EliminarPorque será que, sendo eu alentejana, não tenho a "calma" dos alentejanos? Lol
Beijinhos, Kok!
Gosto desta gente, de portugueses adornados apenas com aquilo que sentem, com aquilo que é seu.
ResponderEliminarGrande partilha, Janita.
Um beijinho :)
Algo me dizia que também tu, A.C., irias gostar destas gentes e da simplicidade do seu modo de viver, ser e estar.
EliminarFico feliz, por isso. :)
Um beijinho grato, A.C.