Apareceu aqui pelo quintal, meio-morto de fome e sede, no início dos dias quentes. O pêlo sujo mais parecia de um cinza escuro.
Foi ficando por cá. Água fresca e alimento não lhe faltaram. Quem não gostou nada de partilhar o seu espaço com o intruso foi o Santiago. Arisco, já numa ocasião me arranhou a mão, o ingrato.
Ainda não convivem bem, mas lá vão coabitando...cada um no seu canto! Hoje dou-vos a conhecer...o Gato. Ainda não lhe escolhi nome. Quando o chamo digo. Anda...e ele vai ou vem. Agora, tem o pêlo negro e brilhante, a cauda volumosa. Está lindo, sim, mas não é meu. Um dia, quando quiser, pode ir para onde lhe apetecer. É livre.
Aqui, está deitado numa cadeira no escritório da empresa onde trabalho. Não vai comigo. Já sabe o caminho e aparece quando quer. Do quintal de casa, lá, vão uns 100 metros de distância.
É bom viver e trabalhar na província...:)
Que fazes por aqui, ó gato?
Que ambiguidade vens explorar?
Senhor de ti, avanças, cauto,
meio agastado e sempre a disfarçar
o que afinal não tens e eu te empresto,
ó gato, pesadelo lento e lesto,
fofo no pêlo, frio no olhar!
Que ambiguidade vens explorar?
Senhor de ti, avanças, cauto,
meio agastado e sempre a disfarçar
o que afinal não tens e eu te empresto,
ó gato, pesadelo lento e lesto,
fofo no pêlo, frio no olhar!
De que obscura força és a morada?
Qual o crime de que foste testemunha?
Que deus te deu a repentina unha
que rubrica esta mão, aquela cara?
Gato, cúmplice de um medo
ainda sem palavras, sem enredos,
quem somos nós, teus donos ou teus servos?
Qual o crime de que foste testemunha?
Que deus te deu a repentina unha
que rubrica esta mão, aquela cara?
Gato, cúmplice de um medo
ainda sem palavras, sem enredos,
quem somos nós, teus donos ou teus servos?
( Poema de Alexandre O'Neill )
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Ele pode não ser teu Janita mas, tu já és dele :))
ResponderEliminarBoa noite e uma beijoca
Sim, Noname, acho que já me adoptou como sua dona...uma chatice!!! :))
EliminarBeijinho de Bom fim de semana.
O gato, livre e inquieto, pois só inquieto poderá se livre, liga-se aqui, debica ali, mas sempre sem amarras. Há uns, contudo, que se vão aquietando com os mimos, a comida, e vão engordando. Mas - com os gatos há sempre um mas - haverá sempre um momento em que, para serem autênticos gatos, se libertarão das amarras, nem que seja só para dizerem aos donos que, por mais mimos e paparoca, um gato não deixa de ser um felino.
ResponderEliminarUm beijinho, Janita :)
Este engordou tanto, que já pensei se não será uma gata e andará prenhe. Quando corre, o longo pêlo negro até abana.
EliminarOs gatos, como felinos que são, gostam de ser independentes, mas qual o animal que não se aquieta num sítio onde tem tudo o que precisa e gosta? No fundo, os animais são como as pessoas.
Um beijinho, A.C. :)
Janita,
ResponderEliminarOlha o meu sorriso!
Abraço grande
Ricardo,
EliminarFoi a pensar nesse teu sorriso que, quando olhei para o gato, resolvi fotografá-lo e agora o publiquei. E acertei..!! :-)
Um beijinho alegre!! :)
E escolheu o seu poso! :DD
ResponderEliminarÉ verdade, Portuguesinha! Escolheu o cantinho mais seguro e confortável...;)
EliminarObrigada pela visita. Um beijinho para si.
E é lindo.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana
Se a Elvira o tivesse visto quando aqui chegou, dizia que não era o mesmo gato. E olhe que eu não sou de tratar os animais com "mariquices". Desde que o outro, preto e branco, me arranhou, nem sequer os afago. Mas acho que eles sentem que gosto deles...:)
EliminarUm abraço, bom fim de semana.
Já é teu, se assim não fosse já se tinha ido embora. É lindo. Sempre gostei de gatos todos negros, presentemente não tenho nenhum negro. Beijinhos
ResponderEliminarNão, meu não é, Mary. Os animais, tal como as pessoas, não são pertença de ninguém. Qualquer dia sai por aí para a 'gatice' e desaparece, conforme apareceu. Mas o anexo, no quintal/jardim, terá lá sempre uma caixa forrada com uma manta e um recipiente com água e alimento seco, para gatos!! :)
EliminarBeijinhos.
Obama! Talvez lhe assente bem, embora obvio :)
ResponderEliminarTens um novo amigo o que é sempre bom. Beijinhos
De facto sugeres um nome sonante, Papoila, mas receio que o Gato se encha de vaidade e se julgue importante.
EliminarVou pensar...
De qualquer modo agradeço, és a primeira a sugerir um nome...vamos lá ver se aparecem mais propostas! :))
Beijinhos domingueiros.
A, Papoila, o nome não é tão óbvio assim. O Obama é bem mais clarinho e bem parecido.
EliminarAdoro gatos e esse é lindo, espero que não parta e lhe possas chamar teu e com um nome bem engraçado.
ResponderEliminarBeijinhos Janita
Pois é, Manu, também gostaria de encontrar um nome patusco e, ao mesmo tempo, com sonoridade. Ele merece...:)
EliminarBeijinhos, boa semana
...um giraço :)
ResponderEliminarE aparece quando quer...ora ora...tal não é, além de fino faz o que lhe apetece e ainda tem direito a uma bela cadeirinha :)
Beijo n´oteudoceolhar *
Ah, Doce Olhar, agora fizeste-me rir! :))
EliminarUm sortudo, não é?
Beijinhos
Gosto de gatos e bem aproveitado o poema do O'Neill !
ResponderEliminarPor sinal gosto mais de cães, Ricardo, mas de uma maneira geral gosto de todos os animais. Os gatos, vá-se lá saber porquê, é que me têm aparecido todos por aqui, e vão ficando...:)
EliminarBoa semana, um abraço!
Um Pretinho lindo! Acho que não vai embora, parece-me estar feliz!
ResponderEliminarFez-me lembrar o meu Pretinho que desapareceu ainda quando estavamos em Monte Real.
Boa semana Janita.
Beijinho
"Pretinho" também seria um bom nome, Adelia, mas não gosto muito de chamar os animais com diminutivos.
EliminarO primeiro gato que tive, também ele todo preto, ainda o João vinha para cá, diariamente, então, de comum acordo, baptizámo-lo de "ELE QUE O DIGA". Era um fartote de rir quando alguém perguntava o nome do bichano!! Lol
Um beijinho e obrigada, Flor.
Querida amiga, eu que convivo com uma gata há treze anos, sei como são cativantes mas independentes, é por isso que gosto tantos deles.
ResponderEliminarOs gatos escolhem os donos e esse, em plena liberdade, escolheu-te, vais ver que é um amor para sempre!
Um beijinho renovado com as águas do mar do sul :)
Cativantes, independentes e preguiçosos, amiga Fê!!
EliminarNunca fui adepta de ter animais em casa, no entanto, eles têm todas as condições para uma vida minimamente confortável.
Andam pela vizinhança, voltam para o quintal quando querem e são livres como passarinhos. A diferença é que as aves têm de procurar alimento e os meus gatos, não! :))
Vejo que o mar e os ares algarvios, te renovaram o espírito e o corpo...digo eu!! Lol
Beijinhos e excelente semana, querida Fê. :)
Sortudo, o Gato!!! Por cá por casa também têm passado bastantes sortudos... Ainda bem que há boas almas que tomam conta deles - logo se tornam tão meigos!
ResponderEliminarBeijinhos e ronrons...
Os teus também não tiveram menor sorte, Graça! São bem apaparicados, são!! :))
EliminarPena a tua 'Branquinha' não ter aparecido. Quando isso acontece passamos por desgostos...:(
Beijinhos (ronronados?)
;)
Os gatos têm essa característica - quando percebem que são bem tratados têm tendência a ficar.
ResponderEliminarEspertos!
Beijinhos, boa semana
São muito comodistas, Pedro!
EliminarAmigos, verdadeiramente amigos dos donos, são os cães.
Digo-o por experiência própria, que já tive um rafeirito super inteligente e dedicado.
Beijinhos, boa semana!
A sorte de ser livre !!!
ResponderEliminarSempre que leio poemas ao gato me vem este de Pessoa, à cabeça :
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama
Invejo a sorte que é tua
Por que nem sorte se chama
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu
Abraço, Janita ! :))
E estes que, se calhar, poderei chamar de 'meus', acredita que são mesmo livres. Livres, de partir e voltar: a verdadeira essência de 'liberdade', Rui! :)
EliminarTambém conheço o poema e já o publiquei. Mas poemas escritos com amor, eram e são os de Manuel António Pina.
Deixo-te ficar um link onde o escritor/poeta se encontra rodeado de gatos. Repara que o que ele tem ao colo é tal e qual este 'meu'...é ou não é?? :))
http://www.jn.pt/cultura/dossiers/homenagem-a-manuel-antonio-pina/interior/o-amigo-dos-gatos-2892787.html
Gostaria de te deixar a hiperligação, mas agora estou com pouco tempo.
Um abraço, amigo Rui!! :))
Igualzinho !!! rsrrs... neste (que te tem a ti e não tu o tens teu) os olhos parecem mais luminosos, mas será uma questão de luz ! :))
EliminarInteressante o que cada escritor pensa dos gatos ! :)
Abraço
Acho que Pessoa via - e invejava - nos gatos, aquela libertina liberdade que às tantas ele gostaria de poder assumir, sei lá! :)
EliminarJá António Pina via neles seres quase mágicos e misteriosos, aos quais se ligava com um afecto lá muito dele. Conjecturas minhas, obviamente...:))
Um abraço :)
Gatos não é o meu forte. É mais cães, animais surpreendentes. Ah, e cavalos? Só quem teve um algum dia... Mas já que falamos de gatos: havia lá por casa um, que morreu velhinho, que no meu regresso a casa, de férias de Natal ou de Páscoa (no Verão, nem tanto), gostava de dormir aos meus pés na minha cama. Não sei onde dormia o resto do ano. Também gostava de passear com o pessoal lá de casa, como se fosse um cão.
ResponderEliminarOlá, José, quanto gosto me dá vê-lo de novo por aqui!
EliminarAcredite ou não já sentia muito a sua falta. Isto dos blogues tem esse 'contra'. Uma pessoa habitua-se, com o passar do tempo e do convívio, vai-se afeiçoando e chega a determinada altura já consideramos como família, os 'vizinhos' que nos visitam e visitamos, ou que lemos, simplesmente.
Ah, o cavalo é um animal nobre, que não podemos incluir na lista dos animais domésticos, mas lá que são muito inteligentes e perceptivos no sentido de detectarem quem lhe quer bem e retribuírem a dedicação, lá isso são.
Isto não sei por experiência, mas por ver em filmes.:)
Obrigada por ter regressado a estas andanças, José.
Enquanto por aqui convivemos, sentimo-nos mais acompanhados, não acha? :)
Um beijinho.