Recordação de um Sol Distante
Fazia calor. Um sol límpido e brilhante
castigava as palmeiras, o pomar de laranjeiras e as pedras do muro que o
rodeava. O laranjal ocupava todo o lado sul do recinto da mesquita de Córdova e
as árvores continuavam no exterior a densa floresta de colunas da mesquita.
Enquanto alto muro contribuía para restabelecer o isolamento, o céu, de um azul
perfeito, fazia de cúpula.
Depois de atravessar a Catedral, Corto
Maltese entrou no jardim e percorreu lentamente toda a sucessão de arcos árabes
brancos e vermelhos até que parou. Ficou a olhar as carcaças ressequidas de
crocodilos penduradas como troféus. Era um rapaz de dez anos.
O Fim da Balada
Caim e Pandora estavam na ponte de
comando do cruzador do tio: tinham encontrado as roupas e as atitudes de dois
jovens de boas famílias. Pandora desfolhava um livro com ar distraído,
afastando graciosamente os cabelos do rosto. Caim observava a costa com um
comprido óculo de cobre. Pandora lia uma linha, depois lançava um olhar rápido
ao primo.
- Que está ele a fazer?- perguntou-lhe
num tom desinteressado.
- Está parado junto a um barco que
deveria chamar-se «Argos».
- «Argos»? – repetiu Pandora
surpreendida.
- Sim, «Argos»- Contaram-me que o
Corto Maltese chegou nela há uns anos.
(…)
- Adeus, Caim!
Havia uma grande tristeza naquelas
duas palavras.
- Mas de que adeus estás a falar? Temos
uma grande casa em Cape Cod. É fácil de encontrar. – Entregou a ponta da corda
e a piroga afastou-se suavemente, enquanto o vento enfunava as celas.
- Corto Maltese! – gritou Caim, com
toda a emoção que o envolvia – convido-o, bem como a todos os que quiser levar
consigo. Até à vista, meus amigos, até à vista! Não se esqueçam. Vocês são…vocês
são…as pessoas mais maravilhosas do mundo!
NOTA: Dedico este post à rapaziada da geração Corto Maltese.
Este livro, do escritor e autor de banda desenhada Hugo Pratt,
foi o primeiro de uma longa lista, como poderão ver e ler AQUI e AQUI.
Também - se conseguirem - pelas imagens da contracapa do livro.
Com data de Junho/97, pertenceu/pertence ao rapaz que creio ser da mesma geração, e já viveu nesta casa, hoje, a viver no país das tulipas.
Dois comentários que li, algures aí num outro blog, de dois bloggers que constam na minha lista, fizeram-me lembrar deste audacioso marinheiro e ir à sua procura. Tanto procurei que o encontrei, adormecido, numa estante onde repousam os livros, antigos, já lidos e semi-esquecidos...
TODOS os RAPAZES, que leram as aventuras de Corto Maltese; este post é para vós!! :)
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Nunca li o livro, mas vi bocadinhos de uma série feita pela RTP.
ResponderEliminarBela postagem, Janita!
Bom domingo.
Bjs.
Obrigada, Teresa.
EliminarO livro é do meu filho, dos seus tempos de jovem universitário. Também não li na íntegra, mas hei-de ler, sim! Pareceu-me muito interessante.
Um beijinho, boa semana.
Nao o conheco :) "já é hábito " lol
ResponderEliminarBom domingo Nita
Beijocas
Deixa lá, minha querida, a tua presença é muito especial neste cantinho. Que importa se conheces, ou não? Estás aqui e isso é que conta. Ainda que seja para dizer mal...ehehe
EliminarBoa semana, Nina.
Beijocas. :)
Já não me lembrava e nunca li, só ouvi falar.
ResponderEliminarPelos vistos algo de grandioso me passou ao lado.
Beijinhos Janita
A rapaziada é que era apreciadora deste marinheiro.
EliminarPergunta ao teu filho, ele deve ter lido, pelo menos a banda desenhada. Este é do meu rapaz.
Beijinhos e obrigada, Manu.
Boa tarde. Visitando e como sempre, ficando fascinado com a sua publicação. Simplesmente brilhante.
ResponderEliminar.
* Mulher = Ventre de Vida...( Poetizando) *
.
Votos de um domingo feliz
Obrigada, caro Gil.
EliminarParece ter lá no seu espaço um bonito poema dedicado às Mães.
Irei lá ler, sim.
Boa semana.
ResponderEliminarMinha visita hoje é para deixar uma singela homenagem as mães.
Ser mãe
É reconduzir à vida aqueles
que nos combateram no pretérito mais que perfeito.
E depois da rápida jornada redentora,
resgatar à Luz Divina os filhos mais adorados,
elevando a Deus uma prece de agradecimento,
pela oportunidade de muito ter amado
e de ter podido ser... MÃE!
Com amor e carinho..
. Parabéns a Todas Mamães! E se você for mãe, parabéns, seja feliz e abençoada sempre!
Mãe, que a beleza das flores, a doçura do mel e o brilho das estrelas envolvam você e que você continue irradiando este amor e esta alegria que você sempre ofereceu.
feliz dia das mães!!!
Sou mãe, sim, por cá festejámos o Dia no passado Domingo.
EliminarUm Dia muito feliz para si, Professora Lourdes, e para TODAS as Mães do mundo, hoje e sempre.
Um abraço fraternal e o meu muito Obrigada!
Histórias que nunca li. Quem sabe, um dia...
ResponderEliminarBom domingo, Janita!
Nós, raparigas, não somo muito dadas a este tipo de leitura, mas este marinheiro viveu histórias muito interessantes.
EliminarBeijinhos e boa semana, Luísa!
Não conheço Janita! mas todos os dias podemos aprender :)
ResponderEliminarde inicio pensei que "estarias" num cantinho do Algarve !
beijinho, bom domingo
Angela
(?) Eu num cantinho do Algarve, Ângela? O que te levou a pensar isso? Não percebi!!
ResponderEliminarBeijinhos, boa semana. ;)
Sempre fui um apaixonado da BD porém nunca por esse Corto Maltese. Outros sim me seduziram e ainda hoje os leio e re-leio com prazer.
ResponderEliminarBeijokas :))
Este primeiro livro de Hugo Pratt, que precedeu tudo o que se seguiu em BD, não tem um único desenho Kok. É só prosa, mesmo! :) Não gostas? Mas olha que o Corto Maltese era um tipo porreiro.
EliminarGostavas do Mandrake?... Eu também!! :))
Beijokas, amigo!
ADORO!!!!!
ResponderEliminarBeijinhos, boa semana
Ah, bem me parecia que o Pedro estava por dentro!! :))
EliminarEste livro tem 21 anos e foi um dos que o filhote deixou por cá, na impossibilidade de os levar todos quando foi para a capital.
Beijinhos, boa semana.
Isto aqui é uma aventura pegada.
ResponderEliminarCola-se à pele pelos olhos e não há colírio que despegue. Vícios semiprivados!
Bj.
Verdade amigo Agostinho.
EliminarAventuras, empolgantes, que a rapaziada de há vinte e tal anos gostava de ler. :)
Vícios privados virtudes públicas? Nada disso. Tudo com a conta, o peso e a medida que a aventura precisa.:))
Beijos e obrigada Amigo Poeta.