Menina vestida de branco
E de semblante preocupado
Será que tu já previas
Que o teu futuro seria
De solidão e agonia
Pelo teu destino traçado?
De Senhora das Dores vestida
Cumpriste uma promessa antiga
Feita em momento de grande dor
Pela Tia, mulher dura e corajosa
Quando soubeste o motivo
Disseste logo que irias
Naquela Procissão penosa.
Penosa pelo lento caminhar
Feito sob um sol ardente
Desde a Vila até ao Cerro
Onde morava e ainda mora;
A Senhora de Guadalupe
Na modesta Capelinha
Onde vai rezar quem é crente.
De recordação trouxeste
Um retrato a preto e branco
E os pés cansados, doridos
Rebentando em bolhas de água.
Sem um lamento da sua boca sair
Contente pela missão cumprida
A menina, voluntária quase à força
Voltou para casa...
... quase feliz e a sorrir.😊
Um poema tão sofrido onde tocas uma passagem da tua meninice! Ainda dizes que não fzes poesia? Eis a mostra... que gostei muito!
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
Da minha meninice feliz tenho muitas e boas recordaçõs, só não falo nela mais vezes porque não tenho imagens para o confirmar. :)
EliminarIsto não é poesia, são versos MP... ( muito populares) :)))
Beijinhos e bom domingo, Fatyly.
Quem consegue fazer marcha-atrás até à sua infância está ainda longe de sucumbir ao Alzheimer! Páscoa Feliz!!!
ResponderEliminarSe pensou que as suas palavras me animariam, enganou-se redondamente, meu caro!
EliminarLi algures, não m lembro onde, que um dos primeiros sintomas de senilidade, é não nos lembrarmos do passado recente e sim, de coisas acontecidas há muitos, muitos anos... :))
Bom Domingo de Páscoa!!
Bom dia amiga.
ResponderEliminarPoema terno e lindo de mais .
Parabéns !
JR
Grata, caro amigo JR! :)
EliminarFeliz Domingo de Páscoa!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarAh, Vitor...o que eu daria para saber o que te levou a remover este comentário!! :))
EliminarGostei, sinceramente gostei.
ResponderEliminarBoim domingo de Páscoa, Janita.
Beijinhos
E eu gostei sinceramente de saber que o teu apreço foi sincero, António! ;)
EliminarBeijinhos e um bom Domingo de Páscoa.
Passando, vendo, lendo, elogiando e agradecendo a partilha poética, deixando cumprimentos cordiais, bem como,
ResponderEliminar.
“” votos de um feliz domingo de Páscoa extensivo à sua família ””…
Obrigada pelo convite, mas já por lá passei ainda antes de ter ido resgatar o seu comentário ao lugar habitual.
EliminarCumprimentos e uma boa semana.
ResponderEliminarOlá,Janita
Bem tarde, mas espero que ainda a tempo, aqui chego, para te desejar uma Feliz Páscoa. Mais doce que o poema que para este dia escolheste, que apesar de lindamente escrito ainda assim é tristinho...
De vez em por aqui passo, para matar saudades, dando conta que te tornaste poetisa de corpo inteiro.Os meus parabéns!
E também votos de que a vida contigo possa ser generosa, e te dê tudo o que mereces.
Beijinhos amigos; fica bem
Vitor
Nunca vens tarde, nunca chegas tarde, desde que vás chegando, meu querido Vitor, amigo de longa data!
EliminarComo sabes sempre gostei muito de Poesia, mas não tenho bases para a escrever. Vou colocando em rima umas frases que expressem o meu sentir sobre os meus vários sentires.:)
Se Saramago e o Miguel Sousa Tavares disseram que todos somos escritores, só que uns escrevem e outros não, porque razão não poderia eu aventurar-me no mundo da poesia?
Lá que ponho o corpo inteiro nisto, ponho, agora se é poesia ou não, tanto se me faz!
Não Vitor, a vida não é generosa nem nos dá o que merecemos. Dá-nos aquilo que dela conseguirmos arrancar, mas coisas há que não dependem só de nós.
Grata por ainda te lembrares de mim, deixo-te um longo abraço de muito carinho.
E um beijinho, também.
Um poema algo dolorido.
ResponderEliminarVamos levantar essa moral, por favor.
Beijinhos, boa semana
Pedro, mas tudo o que aqui descrevi em pobres rimas, aconteceu mesmo. É uma passagem da minha infância que me ficou marcada na memória para o resto da vida.
EliminarNão se trata de astral elevado ou baixo. É a minha vida!
Beijinhos, boa semana.
Participar nas procissões em criança era um suplício por causa do calor.
ResponderEliminarNão me lembraria de o recordar num poema...
Em qualquer caso o poema é magnífico, gostei de ler.
Boa semana, amiga Janita.
Um beijo.
Esta Procissão é especial e ainda agora acontece nas Festas da Páscoa lá na minha terra, Jaime. Faça sol ou chuva.
EliminarSendo eu a criança mais novita da família recaíu em mim a escolha. Neste caso fui uma espécie de pagadora de promessa(s). Não fui vestida de Anjinho, fui com o traje de Nossa Senhora das Dores, com o coração trespassado pelas setas da dor. A verdade não se mascara nem se ajusta a metáforas.
Uma boa semana pós doçarias de Páscoa.
Um abraço
Tanta dor superada no sorriso do dever cumprido!
ResponderEliminarAbraço
Fui uma menina com grande noção do dever e da responsabilidade. Sempre consciente do mundo em que vivia Nunca fugi a fazer sacrifícos em prol de quem de mim precisasse. Refilona até dizer chega, mas justa. :) Se as filhas da minha Tia, que fez a promessa, já eram casadoiras e a minha irmã, mais virada para olhar a própria sombra, quem restava? Eu!
EliminarAbraço amigo, Leo.
Ah, minha amiga Janita, estive fora com toda a troupe, que é numerosa, sem a internet. Decidimos não fazer uso desse meio de comunicação, salvo em caso extremo. De qualquer modo, era na roça e na roça o sinal da net não chega bem, por isso quase o cumprimos.
ResponderEliminarMas gostei do modo poético que retratas essa passagem da infância, das imagens, da espontaneidade dos seus versos (como dizes). E sei que não havia pranto em seu sorriso.
Espero que tenhas tido uma Páscoa Feliz.
Um boa semana, minha amiga!
Beijinhos,
Gostei de reler essa palavras "troupe" que, curiosamente também se usa muito lá no meu Alentejo, caro Professor.
EliminarQuando é para descansar, descansa-se.
A Internet, essa benfazeja companhia, dispensamo-la quando queremos ter todo o tempo do mundo para desfrutar dos ares do campo e da família. Compreendo perfeitamente.
Como já referi ali em cima a um outro bom amigo, nunca se chega tarde quando se chega.
Obrigada pelo interesse que demonstra, mas já tive Páscoas melhores, também já passei bem piores. Ficou ali no meio termo. :)
Um grande beijinho meu com muito carinho pelo carinho que sinto nas suas palavras, querido amigo José Carlos.
Que bela poesia! Emocionante e incrível!
ResponderEliminarBoa semana!
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Até mais, Emerson Garcia
Um poema sofrido.
ResponderEliminarEssas promessas trazem sempre alguma dor, mas gostei das fotos.
Beijinhos Janita
O mais sofrido, querida Manu, foram as bolhas nos pés. Os sapatos eram novos e duros, e o caminho até à Capela no Alto de S. Gens ainda não era alcatroado como é hoje.
EliminarMas quando me trouxeram de volta a casa a minha mãe preparou um bacia de água tépida com umas pedras de sal onde mergulhei os pés e, pouco depois, já eu andava a brincar com as minhas amigas na rua...com os pés metidos nuns sapatos velhos, claro. Fui muito feliz, acredita. Aliás, como já o disse várias vezes, a infância foi o período da minha vida em que fui mais feliz. :)
Beijinhos, Manu!
Hoje estive a ver um programa falando sobre saudade/poesia. É certo, que carregamos um fardo de lembranças, que ora viram saudades e assim abastecem os poetas. Duras lembranças Janita, mas é como diz:
ResponderEliminarJuro que vivi.
Abraços e feliz semana.
Bjs e paz.