quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

FALAVAM-LHE DE AMOR.

 💙 💛 💙 💛

Falavam-me de Amor

.

Quando um ramo de doze badaladas

Se espalhava nos móveis e tu vinhas

Solstício de mel pelas escadas

De um sentimento com nozes e com pinhas.

.

Menino eras de lenha e crepitavas

Porque do fogo o nome antigo tinhas

E em sua eternidade colocavas

O que a infância pedia às andorinhas.

.

Depois nas folhas secas te envolvias

De trezentos e muitos lerdos dias

E eras um sol na sombra flagelado.

.

O fel que por nós bebes te liberta

E no manso Natal que te conserta

Só tu ficaste a ti acostumado.


Soneto de Natália Correia, em "O Dilúvio e a Pomba"


Quem terá engendrado esta imagem com os relógios
prontos a baterem as doze badaladas,
nozes, pinhas e onde só faltaram 
as andorinhas?!  Eu não fui!






💛💙💛💙


9 comentários:

  1. Cito o Luís Sequeira, o padre que me casou - às vezes distrai-se e merece um ralhete.
    Bjs

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    1. Ultimamente, por esquecimento ou cansaço, anda a merecer bastantes ralhetes, não acha, Pedro?
      Beijinhos

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  2. Grande mulher, essa Natália, no corpo e no espírito! Eu gostava dela!

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    1. A Natália e mais duas mulheres que eu também muito admirei, pela coragem de ser o que eram e o dizer sem rebuços nem hipocrisias: Snu Abecassis e Vera Lagoa ( Maria Armanda Falcão).
      Abraço!

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  3. Maravilhosa poesia da Natália e imagem linda!
    beijos, chica

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    1. Oh, querida Chica, tens sido de uma generosidade inexcedível!
      E eu, tão arredada tenho andado dos teus Cantinhos...
      Muito obrigada!
      Beijinhos

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  4. Um poema excelente dessa grande mulher!
    Beijos e um bom dia

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  5. Um poema lindo dessa grande mulher.
    Beijinhos amiga

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  6. Olá de novo, Janita.

    Ao soneto, conheço-o de há muito e tem, de cima a baixo, a impressão digital da Natália Correia. À imagem, por esta altura do campeonato, já me atrevo a dizer que foi a IA que a engendrou...
    Ai que qualquer dia dou comigo a publicar uma Coroa de Sonetos em coautoria com o Chat-GTP, coisa que eu sempre quis e temi, em simultâneo...
    " O fel que por nós bebes te liberta

    E no manso Natal que te conserta,

    Só tu ficaste a ti acostumado"

    E eu que tenho o meu fidelíssimo e talentoso companheiro de coroas de sonetos com problemas de coluna.. Tivemos de deixar uma Coroa no comecinho, bem guardada para quando as dores abrandarem o suficiente para ele poder estar inteiro, de corpo e alma, de olhos postos no ecrã...

    Obrigada por esta belíssima partilha e outro beijinho!

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