Tela de Jean Auguste Dominique Ingres |
Idolatrei-te como se venera um deus, um sábio, um
ser superior. Bebia as tuas palavras, que aos meus olhos eram como estrelas de
um céu que só os abençoados poderiam ver e alcançar.
A tua pena discorria leve,
em prosas fluídas e translúcidas, como pinceladas coloridas de um pintor
consagrado.
Subitamente, um parágrafo, apenas um, mas com a força da lava de um
vulcão, derreteu o sortilégio, banalizou o que fora magia. Pude ver, então, que
até os deuses não conseguem resistir à vaidade de mostrar o seu saber, passando
por cima dos sentimentos e da boa-fé de quem os elevou à condição de sábios, somente,
por serem simples e crentes. Ignorando-os, simplesmente.
Onde antes eu via sabedoria alicerçada na modéstia dos grandes, vi um ser vulgar, igual a tantos
outros. Tombaste do pedestal e ficaste reduzido a nada. Não lamento, tive o que
mereci. A desilusão...E a culpa, se a houve, não foi tua.
Mea culpa...Mea
culpa!
Olá Janita, ás vezes acontece o não querermos ver a realidade e ela está mesmo à frente dos nossos olhos e só a vislumbramos quando ela nos lava a cara. Pena, porque depois de uma desilusão assim, paga o justo pelo pecador. Adorei o teu texto. Beijos com carinho
ResponderEliminarOlá, amiga Rosa-Branca.
EliminarIsto é ficção com algum sentimento meu misturado!
Ando a treinar para escrever um romance!! ;)
Beijinhos,
Eu estou num ponto em que já quase nada me desilude, isto porque já me desiludiu antes.
ResponderEliminarEu ainda não atingi esse patamar de indiferença, Daniel.
EliminarE para ser sincera, gostaria de o não alcançar.
Realmente, só se desilude quem se iludiu.
Mas isto são fases!! Vão e vêm...tipo montanha russa!
Abraço! :)
O que acontece não é indiferença. É um permanente estado de desilusão, em que uma nova desilusão já nem o é.
EliminarIsto hoje soa a Alberto Caeiro... lol
E não é que soa mesmo, Daniel??
EliminarQuem diria que de um heterónimo de Pessoa, um dia te compararia! :)
Mas gostei!
Isto só vem provar que um filósofo
também sabe e pode poetar!...
:)
A desilusão existe sempre quando existe ilusão, mas quem não se ilude minha Amiga?
ResponderEliminarA culpa penso ser um sentimento muito pesado, que a capacidade de lidar com ele poderá ajudar a carregar! Capacidade é algo que não tenho.
Acertei no nº de meninas no teu post anterior, mas não tinha conseguido ver o video, vi agora e achei uma maravilha.
Um grande beijinho carregado de culpa por gostar de ti.
Apesar das desilusões, eu iludo-me e quero continuar a iludir-me, amiga Adélia!
EliminarO que seria a vida sem a auréola da ilusão e do sonho?
Quero continuar a acreditar...fazer de conta que há coisas que acontecem por mim e para mim.
Isso nunca será uma desilusão porque só existe na minha imaginação!! :)
Então, amiga, temos uma culpa partilhada. Também te estimo muito.
Beijinhos
Para treino está um mimo!!
ResponderEliminarBeijinhos, boa semana
Sempre gentil e carinhoso, Pedro!
EliminarBem-haja.
Beijinhos.
Neste dia tão importante para si e família, mando um abraço especial. :)
Ilusões, desilusões... Ora, tudo faz parte embora seja preferível não as termos. Porém, sem ilusões a vida não seria uma monotonia? Felizmente, nem todas acabam numa desilusão. Acho mesmo que essas são as que menos importam.
ResponderEliminarMas o que sei eu destas coisas? Só algumas experiências pessoais e que não deixaram saudades.
Bem afinal o que importa isso? O que importa é que "botes no papel" o que imaginas. Força nisso.
Beijokas escritas com sorrisos
§-só hoje é que comentei os teus textos anteriores. Sabes, é que tenho andado atarefadíssimo a tratar dos animais pascais! ó_ò
Grata pelo incentivo, amigo Kok!
EliminarComo disse à Flor, sem ilusão a vida não teria graça nenhuma!
Ao longo da minha vida 'botei no papel' muito do que sentia. Sabes que ao reler o que escrevi há anos atrás, hoje, já não faz sentido?
Mudam-se os tempos e com eles vão-se desvanecendo os sentimentos. Se há factos que gostaria de reviver, outros há que não quero nem lembrar.
Doravante, vou apostar na ficção. :)
Animais pascais? Quais? Coelhos??
Beijokas botadas aqui, e agora. ò_ó
:)
Camarada Janita, parabéns pelo texto.
ResponderEliminarE mais não digo, estou assoberbado em ... pensamentos :)
Beijinho
Obrigada, amigo e camarada!
EliminarE ainda dizem que pensar é indolor, Amigo Observador!
Quem o diz não deve pensar...Lol
Beijitos sem cansaço.
O treino está a correr bem. Mas, olhe, não se amofine assim tanto. Desilusões, quem as não teve?
ResponderEliminarPS - Estou à espera do comentário ao seu "no comment!", a propósito da Páscoa.
Está a correr bem, mas nunca mais chego à Meta, José!!
EliminarOh, meu amigo...se é sem comentários, como quer que comente?
Abracinho, é sempre abraço de gente, mas gente a pedir mimo. Sabe como é?
:)
Olá, Janita.
ResponderEliminarÉ pena.
Não creio que a culpa seja de quem se ilude, mas de quem leva à ilusão ;)
bj amg
Olá, Carmem.
EliminarNão tenhas pena, querida. Mais triste que a desilusão é viver sem ilusões.
Beijo amigo.
Desilusões , ilusões são uma constante da vida e com ambas se aprende e se cresce.
ResponderEliminarExcelente texto!
Beijos Janita
Pois é, Manu! Nunca paramos de crescer interiormente.
EliminarOs amargos da vida só nos fazem valorizar os doces instantes, ainda que breves.
Beijinhos
Deus e o Diabo moram em pequenos pormenores..
ResponderEliminarsão eles (os quase-nada dos pormenores) tão eloquentes, que mais que um estilo revelam tantas o carácter...
c´est la vie.
beijo
deve ler-se: ... "revelam tantas vezes o carácter..."
ResponderEliminarAmigo Herético, se existe o Bem e o Mal, em algum momento da nossa vida, todos nos deparamos com eles.
EliminarEste texto não é propriamente um confronto entre os dois:
Deus e Diabo; é mais um sentir (que já amainou)!
Beijinhos.
A ilusão é irmã gémea da ilusão, Janita. Mal de nós quando as escorraçamos, é sinal de que a luz se tende a apagar. Por vezes desiludimo-nos? Claro, isso faz parte do nosso percurso, tal como também faz a procura de nova crença, prima direita da ilusão, ainda que de forma cada vez mais depurada. ;)
ResponderEliminarUm beijinho :)
Na primeira frase queria dizer "A ilusão é alma gémea da desilusão...". Assim é que é.
EliminarUm beijinho :)
Ainda bem que voltaste, AC.
EliminarSabes que tenho andado a adiar as respostas, por perceber que te havias enganado e sentir-me acanhada em perguntar-te?
Agora posso dizer-te que, na verdade, não poderia existir uma se não houvesse a outra. Tens toda a razão!
Gostei de saber do parentesco da Ilusão com a Crença...:)
Obrigada, AC. Um beijinho
Belo texto, Janita!! Endeusamos as pessoas e depois acabamos por perceber que têm pés de barros como todos nós... culpa nossa, de facto!
ResponderEliminarBeijinhos
Comigo acontece muito isso, Graça.
EliminarDeslumbro-me com quem me faz levitar, através da escrita, muito mais, até, do que com a palavra dita.
Por isso, a culpa é minha e só minha! Esqueço que a perfeição não existe...
Beijinhos
Um bonito treino, boa vontade, sabedoria, muito conteúdo. Acho que está tudo aqui, agora é só editar.
ResponderEliminarAbraço
Manuel Luís,
EliminarBoa vontade, há sim, muita.
Conteúdo, algum. Agora, sabedoria, não acredito.
Um abraço grato.
Boa tarde, existe um ditado popular que diz, " nem tudo que parece é" quando acreditamos no que parece, a seguir surge a desilusão pelo pelo que não é.
ResponderEliminarAG
Os ditados populares são cheios de sabedoria, A.Gomes.
EliminarMas eu, como sou arrevesada, continuarei a acreditar no que parece. Se não for, paciência!!
Não podemos desconfiar de tudo e de todos.
Abraço! :)
ADOREi estes pensamentos vadios, assim como a tela de Jean Auguste Dominique Ingres.
ResponderEliminarNunca sofri uma desilusão, porque nunca idolatrei alguém, (talvez, o Álvaro Cunhal, mas era ainda muito nova) nem nunca bebi as palavras de ninguém.
Abraço-te com amizade.
Sabes, amiga Teresa? Tenho espírito de aventureira destemida, mas, na prática, sou uma pessoa sensaborona.
EliminarA vadiagem que gostaria de ter feito, e não fiz, faço-a através do pensamento!!;)
Daí, terem surgido estes 'Pensamentos vadios'.
Eu bebi, bebo e continuarei a beber...quando tiver sede!
Fui mais Che Guevara, Ematejoca.
Beijinho com estima e apreço.