sexta-feira, 2 de setembro de 2016

ESTÁ-NOS NO SANGUE...

...o amor pelo Mar e pela Poesia!


No passeio de uma rua, numa localidade do centro do país, conhecida pela planura da sua condição geográfica, vi três coisas que me chamaram a atenção e me fizeram parar: uma bicicleta, meio de locomoção muito usado naquela zona, provavelmente até seria uma BUGA, a típica calçada portuguesa e o toque sublime, que me comoveu e fez captar aquele trio delicioso. Em poucas palavras alguém havia registado, numa cadeira, onde ninguém ousaria sentar-se, nem eu, apesar dos pés doridos, um bocadinho do sentir do nosso Eugénio de Andrade. Aqui vos deixo um pouco mais daquele belo poema, que todos vós bem conheceis...


 (…)

É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão, crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.


(…)


 Decididamente, nós, Portugueses, temos o Mar e a Poesia na Alma. Não há volta a dar...E ainda bem!


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25 comentários:

  1. Respostas
    1. Obrigada, Papoila! :)

      Se acaso voltares a passar por cá, peço-te que leias o poema que está abaixo.

      Beijinhos, boa semana.

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  2. Maravilhoso!
    Fizeste-me recordar 'a invenção do amor' de Daniel Filipe.
    Disponível num link perto de ti.

    https://www.youtube.com/watch?v=neOuJbHaCnw

    Beijinho e bom fim de semana, Janita.

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    1. Muito Obrigada, António.

      Emocionei-me ao ouvir este belo poema de Daniel Filipe.
      Realmente, há uma enorme semelhança entre a Urgência de inventar o Amor, do poema de Eugénio de Andrade e este.
      Embora diferentes, a mesma intenção está lá, igual, inequívoca! Uma beleza.

      Entre colocar aqui a hiperligação ao vídeo e umas estrofes do poema, optei pela segunda hipótese.

      "Um homem e uma mulher
      que tinham olhos e coração e
      fome de ternura
      e souberam entender-se sem palavras inúteis
      Apenas o silêncio
      A descoberta
      A estranheza de um sorriso
      natural e inesperado.

      Não saíram de mãos dadas para a humidade diurna
      Despediram-se e cada um tomou um rumo diferente
      embora subterraneamente unidos pela invenção conjunta
      de um amor subitamente imperativo."

      Maravilhoso, mesmo! Adorei.

      Beijinho e boa semana, António.

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  3. Concordo, Janita! De facto assim é. A imagem da foto é um espanto!!

    Beijinhos de mar e amor...

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    1. Sei que também gostas de poesia e de Eugénio de Andrade, Graça.

      Fico feliz por te agradar a imagem. :)

      Beijinhos de poesia e mar...

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  4. Magnifica imagem. Não conhecia o poema.

    Bom regresso, bom fim de semana.

    Beijinho

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    1. Esta cadeira representou, para mim, um 'achado' delicioso, Adélia. Fiquei imenso tempo a admirá-la, só depois me lembrei de a fotografar. :)

      Obrigada, querida Flor, um beijinho.

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  5. Janitamiga

    Felizmente, pelos vistos, estiveste numa boa e regressaste acelerada. Estupendo!
    __________
    Por cá as coisas continuam más:

    1) Vou à consulta dum neurologista no dia 15 deste mês. Quero ver se tiro as dúvidas sobre o alegado Parkinson;

    2) Estamos quase a perder as pouquíssima esperanças sobre o cancro do meu irmão Braz. Diversos médicos já disseram que irá (ou já está) caminhando para o fim... Porra!!!!

    3) O meu Miguel continua a tentar encontrar trabalho/emprego,mas...tem 52 anos


    Bjs da Raquel e qjs do Leãozão

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    1. Querido Amigo Henrique,

      irei procurar o teu e-mail e responder-te por essa via.

      Um grande beijinho para todos vós.

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    1. :)) Somos uns românticos, Ângela, não somos?

      Beijinhos.

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  7. Pois, de poesia conheço pouco. Mas adorei a foto e a ideia da cadeira! :)

    Beijocas

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    1. Também adorei a ideia de terem escrito uma parte do poema de Eugénio de Andrade, na cadeira colocada no passeio da rua, Teté. Achei uma maravilha!

      Beijocas e obrigada.

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  8. Não há volta a dar e é urgente assim permanecer... :)

    [Essa cadeira ficava mesmo bem nos meus pinta-amores. Posso levar para lá?]

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    1. Permaneçamos, pois, a inventar alegrias e coisas boas, Luísa! :)

      Claro que podes levar a cadeira para o teu Pinta-Amores, terei todo o prazer em te a "emprestar". :))

      Sabes? Vi uma pintura mural linda, lá em Aveiro, e pensei nesse teu blog, mas, na altura, íamos de carro e foi-me impossível fotografá-lo.
      Por aqui nunca vi nada de jeito...:(

      Um beijinho.

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    2. Obrigada Janita! Vou levar. :)

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  9. Janita,
    Nós, os portugueses, temos uma forma de sentir as coisas que tem muito a ver com a tentativa de resposta à questão: "o que é a vida?"
    É por isso que, grosso modo, somos alérgicos a metas, a números, a robotizações...
    Os do norte, com as contas todas em dia, não deixam de ser uns tristes, com uma elevada taxa de suicídios. É por isso que eles adoram o sul, as esplanadas, bebidas frescas, música "caliente"... :)
    Eugénio, sempre!
    (Creio que situaste a acção do post em Aveiro. Será?)

    Um beijinho :)

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    1. Olá, AC.

      Desta vez conseguiste surpreender-me, e muito! Já direi porquê.

      De facto a acção do post decorre em Aveiro. :) Passei por lá quando ia a caminho do Sul, mas não para o Algarve.
      A sigla BUGA, significa Bicicleta de Utilização Gratuita de Aveiro.( caso não tenhas acedido ao link:) )

      Pois a minha surpresa, advém da tua afirmação: " Os do norte, com as contas todas em dia, não deixam de ser uns tristes, com uma elevada taxa de suicídios." Pasmei!!

      Sabes que o maior número de suicídios se verifica com uma taxa mais elevado no Alentejo?
      E no Norte também há excelentes esplanadas, bebidas frescas e musiquinhas bien calientes.:) Penso eu de que!!
      Devias querer referir-te à fuga massiva, do pessoal do Norte, durante as férias, para os «Algarves», não será? Mas isso deve-se à temperatura da água do mar que, segundo dizem, este ano mais parecia caldo...:)

      Há mais de dez anos que não vou ao Algarve e nem sei quando lá voltarei! Cada vez mais, fujo de multidões...

      Um beijinho e obrigada, A.C. :)

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    2. Há por aí uma grande confusão, Janita, e por culpa minha. Quando me refiro aos do norte, não é de Portugal, mas sim da Europa (noruegueses, suecos, finlandeses e afins...). Esclarecida?

      Um beijinho :)

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    3. Ahhhhhhhh...por isso eu estranhei teres falado 'nas contas em dia'! :)
      Aí, tens toda a razão, sim! Essa tristeza dos povos nórdicos não terá a ver com o clima?.. Nós, por cá, podemos ser «pobretes, mas somos alegretes»...o Sol, tem esse efeito milagroso no estado de espírito das pessoas.
      Valha-nos,isso, ao menos!! :)

      Desculpa lá ter-me precipitado, A.C.

      Um beijinho grande! :)

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  10. Janita,

    Chama-me egoísta...mas estou feliz pelo teu regresso!;)
    Gostei muito desta publicação, a cadeira está genial, obrigado pela partilha.

    Abraço grande

    Repto? Que tal pintares tu uma? Um banco? Ok, um vaso?

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    1. Ricardo,
      Só agora me apercebi deste teu comentário e não quero ir à deita sem te responder...
      Se és egoísta, é um egoísmo bom, porque fico feliz em saber que gostas de me ver por aqui. :)

      Quanto ao repto que me lanças, olha...vou pensar nisso. Quem sabe descubro em mim talento para alguma coisa?
      Mas começo pelo vaso, Ok? tenho muitos e se ficar uma borrada, não choro o prejuízo...;)

      Beijinhos. Inté...

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  11. Esta foto prova que a poesia cabe em qualquer lugar!
    (o amarelo da cadeira fez-me lembrar ovos moles)

    Gosto muito de Eugénio de Andrade.
    Um abraço.

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    1. E cabe mesmo, Alquimista. Até nos lugares mais improváveis... assim haja quem a saiba sentir e entender.

      Sabe que estive a tomar café numa confeitaria onde as famosas barricas de ovos moles são a especialidade da casa, e não me senti tentada a comprar? E ainda bem.
      Evitei ingerir uma boa dose de calorias.:) Mas adoro esses doces.

      Fiquei contente em saber que gosta de Eugénio de Andrade.

      Um abraço.

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