Eu queria
escrever-te uma carta
Amor,
Uma carta que dissesse
Deste anseio
De te ver deste receio
De te perder
Deste mais que bem-querer que sinto
Deste mal indefinido que me persegue
Desta saudade a que vivo todo entregue...
Eu queria escrever-te uma carta
Amor,
Uma carta de confidências íntimas,
Uma carta de lembranças de ti,
De ti
Dos teus lábios vermelhos como tacula
Dos teus cabelos negros como diloa
Dos teus olhos doces como macongue
Dos teus seios duros como maboque
Do teu andar de onça
E dos teus carinhos
Que maiores não encontrei por aí...
Eu queria escrever-te uma carta
Amor,
Que recordasse nossos dias na capopa
Nossas noites perdidas no capim
Que recordasse a sombra que nos caia dos jambos
O luar que se coava das palmeiras sem fim
Que recordasse a loucura
Da nossa paixão
E a amargura da nossa separação...
Eu queria escrever-te uma carta
Amor,
Que a não lesses sem suspirar
Que a escondesses de papai Bombo
Que a sonegasses a mamãe Kiesa
Que a relesses sem a frieza
Do esquecimento
Uma carta que em todo o Kilombo
Outra a ela não tivesse merecimento...
Eu queria escrever-te uma carta
Amor,
Uma carta que ta levasse o vento que passa
Uma carta que os cajus e cafeeiros
Que as hienas e palancas que os jacarés e bagres
Pudessem entender
Para que se o vento a perdesse no caminho
Os bichos e plantas
Compadecidos de nosso pungente sofrer
De canto em canto
De lamento em lamento
De farfalhar em farfalhar
Te levassem puras e quentes
As palavras ardentes
As palavras magoadas da minha carta
Que eu queria escrever-te amor
Eu queria escrever-te uma carta...
Mas, ah, meu amor, eu não sei compreender
Por que é, por que é… meu bem
Que tu não sabes ler
E eu - Oh! Desespero! - Não sei escrever também!
Amor,
Uma carta que dissesse
Deste anseio
De te ver deste receio
De te perder
Deste mais que bem-querer que sinto
Deste mal indefinido que me persegue
Desta saudade a que vivo todo entregue...
Eu queria escrever-te uma carta
Amor,
Uma carta de confidências íntimas,
Uma carta de lembranças de ti,
De ti
Dos teus lábios vermelhos como tacula
Dos teus cabelos negros como diloa
Dos teus olhos doces como macongue
Dos teus seios duros como maboque
Do teu andar de onça
E dos teus carinhos
Que maiores não encontrei por aí...
Eu queria escrever-te uma carta
Amor,
Que recordasse nossos dias na capopa
Nossas noites perdidas no capim
Que recordasse a sombra que nos caia dos jambos
O luar que se coava das palmeiras sem fim
Que recordasse a loucura
Da nossa paixão
E a amargura da nossa separação...
Eu queria escrever-te uma carta
Amor,
Que a não lesses sem suspirar
Que a escondesses de papai Bombo
Que a sonegasses a mamãe Kiesa
Que a relesses sem a frieza
Do esquecimento
Uma carta que em todo o Kilombo
Outra a ela não tivesse merecimento...
Eu queria escrever-te uma carta
Amor,
Uma carta que ta levasse o vento que passa
Uma carta que os cajus e cafeeiros
Que as hienas e palancas que os jacarés e bagres
Pudessem entender
Para que se o vento a perdesse no caminho
Os bichos e plantas
Compadecidos de nosso pungente sofrer
De canto em canto
De lamento em lamento
De farfalhar em farfalhar
Te levassem puras e quentes
As palavras ardentes
As palavras magoadas da minha carta
Que eu queria escrever-te amor
Eu queria escrever-te uma carta...
Mas, ah, meu amor, eu não sei compreender
Por que é, por que é… meu bem
Que tu não sabes ler
E eu - Oh! Desespero! - Não sei escrever também!
****~~~~****
:)
ResponderEliminarBeijinho em TU
:)) Outro em TI, querida NN!
EliminarUm abraço, sem palavras. :)
Maravilhoso querida amiga ,desejo-lhe uma quinta-feira muito feliz ,beijinhos
ResponderEliminarMaravilhosa também, é a alegria que o Emanuel me proporciona com a sua presença e palavras amiga.
EliminarMuito obrigada!
Um Beijinho
Há muito que não relia António Jacinto... eu que até já andei no seu "comboio malandro" (o que até consta no meu livro)
ResponderEliminarAmigo Rogério, passei grande parte da tarde de hoje, a rever passagens do seu livro, perdi-me nas lembranças que me trouxe, mas não vi referência a António Jacinto. Voltarei a relê-lo, prometo.
EliminarReli um poema de Agostinho Neto e a resposta dada por 'Minha Alma', li um poema de Cândido da Velha, emotivamente recitado ou simplesmente lido - o autor não refere - pelo furriel "Alma Redonda". Relembrei as menções feitas ao Chico Buarque e Elis Regina, também a Maluda, Vieira da Silva, Paula Rego e tantos outros dos nossos pintores.
Voltei a emocionar-me com a generosidade do autor, ao fazer referência, no Prefácio, aos comentários dos leitores que acompanharam a publicação dos capítulos que foram sendo escritos e postos à nossa humilde apreciação, no rascunho 'Caminhos do Meu Navegar'. Uma honra e um privilégio, rever lá, no livro "Almas Que Não Foram Fardadas", um dos meus singelos, mas sentidos comentários.
Voltando ao 'comboio malandro' e a António Jacinto, deixo-lhe AQUI , a voz do Fausto, numa modesta homenagem minha.
Um abraço amigo e obrigada, Rogério! :)
Um amor, uma ternura, um desespero, uma vontade e um desejo de dizer por palavras escritas o que sinto vontade de dizer em palavras faladas, é assim que entendo este poema!
ResponderEliminarAgradeço ao Jacinto que o escreveu e a ti que o mostraste.
Beijokas!
E entendes muito bem, meu querido Amigo, pois é esse mesmo o sentido deste belo poema. Não me canso de o ouvir e, de seguida, de o ler!
EliminarE eu, agradeço-te a alegria que me dás com a tua amizade e carinho.
Beijos e um abraço. :)
Tão lindo...
ResponderEliminarBeijinho e bom feriado
(^^)
É mesmo lindo e emotivo, Afrodite. Sem dúvida!
EliminarUm beijinho e bom resto de semana, já que o feriado, findou!!
:)
:) ... Vai ao encontro do que tenho dito por várias vezes :
ResponderEliminar"Será necessário escrever ou mesmo dizer" ?...
Nunca o escrevi à Lena, nem foi necessário sequer dizer ! ... e ninguém acredita ! :)
... E li pela primeira vez uma série de palavras : ticula, diloa, macongue, maboque, capopa, jambos, bagres.
Abração, Jani :)
E eu volto a dar-te a mesma resposta que sempre te dei, Amigo Rui: É preciso, sim! Não a toda a hora nem com atitudes meladas e melosas, mas o 'namoro' que não tem idade nem prazo de validade, necessita ser alimentado com gestos de carinho e, porque não?- palavras de amor. Ainda que já tenham celebrado as bodas de Ouro! :))
EliminarAbração, Rui! :)
Este texto é lindo Janita,
ResponderEliminarjá conhecia, mas é sempre tao bom ler e ouvir novamente :)
beijinhos
Angela
Este texto, ou melhor, este poema em vídeo, nesta ou noutra versão, já em tempos o publiquei, recebido pela blogger: "Acácia Rubra". Foi num post em que pedia a colaboração dos amigos com uma música ou um poema falado, a seu gosto, claro.
EliminarSe me tivesse lembrado a tempo, teria procurado e agora deixava a hiperligação. :)
Se não me engano também colaboraste, Ângela, não tenho é presente qual o vídeo que sugeriste. Lembras-te?
Beijinhos. :)
Muito bonito, Janita.
ResponderEliminarComungamos da mesma opinião, Luísa!
EliminarBeijinhos. :)
Muito bonito!!!
ResponderEliminarBeijinhos sentidos.
Também acho, querida Graça!
EliminarBeijinhos.
Uma maravilha!!
ResponderEliminarBeijinhos, bfds
Um poema verdadeiramente lindo e tocante, Pedro!
EliminarBeijinhos, bom fim de semana.
Se não sabe escrever, posso sugerir que faça desenhos. Pode ser que dessa forma a mensagem seja transmitida com sucesso.
ResponderEliminar:-D
Insensível...Coração duro e empedernido!!!
EliminarÉ um facto, sou mesmo insensível.
Eliminar:-)
Passo, de fugida, apenas para desejar bfs.
ResponderEliminarMuito obrigada, José!
EliminarO mesmo lhe desejo.
Um beijo.
Brutal, no sentido de belo este poema e com um final algo desconcertante de que gosto em particular.
ResponderEliminarBem visto, melhor partilhado!
Abraço