A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Fotografia minha |
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade resplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
[ Carlos Drummomd de Andrade ]
* * * *
Creio que, neste texto poético, o objectivo do
Poeta foi comprovar que não há uma verdade universal, já que o que constitui uma
verdade para uns, pode não constituir para outros.
Gostaria de saber a vossa
opinião, se a isso estiverem dispostos. Concordam com esta teoria, ou, pelo contrário, acreditam que a verdade é a verdade, e não pode
haver duas verdades?
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Bom dia amiga Janita!
ResponderEliminarPoema muito interessante:)
Amei!
Tenha um Santo e feliz fim de semana!
Beijo de Paz e Bem...!
Grata pela simpatia, Josélia!
EliminarUm beijinho com votos de bom fim-de-semana.
Já os filósofos gregos tinham chegado a essa conclusão.
ResponderEliminarQue porta tão bonita. Adoro portas e janelas.
Continuação de um verdadeiro fim-de-semana, querida JANITA 🌻
Se os filósofos o concluíram, é porque é essa a verdade, ou seja, a verdade verdadeira é algo inconclusivo por ser subjectivo! :)
EliminarTambém gosto muito de portas e janelas antigas. Esta fica numa casa antiga, na rua onde mora a minha filha.
Ainda passei os dedos nessas partes esbranquiçadas, pensando ser pó, mas não era. :)
Obrigada, querida Teresa.
O mesmo te desejo.
Beijinho
A verdade libertar-nos-á!!
ResponderEliminarHá verdades absolutas. Tanto quanto sei 2+2=4 e não somos eternos. Não há dúvidas quanto a esta última afirmação se excluirmos aqueles “bichinhos” de que falei numa postagem que podem viver eternamente.
Em muitas circunstâncias a verdade é subjetiva. Depende da nossa perceção, das nossas emoções do momento, da nossa experiência e dos nossos vieses/preconceitos.
Duas pessoas observando e analisando uma situação que está a decorrer à sua frente, poderão analisá-la e relatá-la de uma forma diferente.
Por isso afirmamos tantas vezes que a verdade é relativa. : )
Talvez Drummond de Andrade tenha pensado nas passagens bíblicas quando escreveu isto, não sei. Mas, eu não me sinto inclinada para essa vertente espiritual. Pensei mais nas vivências, no dia-a-dia, do comum dos mortais; pessoas como nós, afinal.:)
EliminarTambém não pensei na «verdade» matemática, nem na não eternidade da vida terrena, lógico.
Já o parágrafo em que referes como pode ser analisada uma mesma situação, vista por várias pessoas e às eventuais diferentes conclusões a que cada uma chegou, se enquadra mais naquilo que eu tinha em mente. :) Não estando de acordo entre si, cada uma tem como verdade aquilo que presenciou ou ouviu...
Beijinhos e bom fim de semana, Catarina. :)
Posso meter-me aqui no meio? Espero que sim e não me levem a mal, mas enquanto lia, lembrei-me de uma adivinha ou anedota: Quando é que 2 + 2 são 5?
EliminarPodes, pois, Gábi e deves!! :))
EliminarNão quero ir pesquisar, seria fazer batota e tu não mereces isso. :)
Será que é porque uma dessas 4 é uma fêmea grávida? :))
Diz lá tu.
Beijinhos.
Poderia ser, mas quando li foi como anedota e a resposta é:
Eliminar- Quando a conta está errada :)
um beijinho
Oops!
ResponderEliminarGostei da porta e o poema foi bem escolhido!
Bom fim de semana!
: )
Não te preocupes, Catarina...quantas vezes comento sem manifestar o meu agrado pelo que comentei? Se lá fui, li e 'falei' é porque gostei! :))
EliminarAinda assim, fico contente por teres gostado do que eu gostei...;)
Tirando a verdade universal - tudo o que nasce morre e as tais contas de aritmética, toda a verdade pode ser encarado de várias maneiras por pessoas diferentes.
ResponderEliminarEu já cheguei a ter que considerar não ser verdade o que para mim o era! :)
Abraço
Nem mais, Leo! Não há uma verdade absoluta, quando o que está em causa é a nossa verdade pessoal. Mas também pode ser que a nossa verdade seja a tal verdade que não se baseia no conceito geral daquilo que é tido como verdadeiro...:)
EliminarAbraço e bom fim de semana.
Esqueci-me de te dizer que a foto é linda!
EliminarAbraço
Muito obrigada, Leo! :)
EliminarUm beijinho e boa semana.
Gostei do poema, muito... Quando aos factos das verdades. Tudo é relativo, digo eu, não sei:))
ResponderEliminarHoje:-Inconsciência Desmedida
Bjos
Votos de bom sábado e um óptimo fim-de-semana.
E diz muito bem, querida Larissa.
EliminarUm beijinho e bom fim-de-semana. :)
Queridos leitores amigos,
ResponderEliminarjá está no blog o capítulo 2 de "Variações em Quadrilha", que vos convidamos a ler.
https://contospartilhados.blogspot.com/2019/06/variacoes-em-quadrilha-capitulo-2.html
Com votos de excelente fim-de-semana,
saudações literárias!
Obrigada pelo convite. Irei ler com gosto assim que possa.
EliminarSaudações bloguistas!
Boa proposta! Como já dito acima, há verdades verdadeiras que ninguém pode negar, e outras que dependem do ponto de vista pessoal. E mesmo as verdadeiras, é conforme o tempo, o lugar e a cultura: não era verdade que o Sol girava em torno da Terra ou que o Papa era (é?) infalível?
ResponderEliminarEntão hoje em dia, com as fake news, um cidadão nem sabe em que mundo se movimenta. Assunto que dava pano para mangas...
Conto uma verdadeira: numa roda de mulheres ditas de soalheiro, uma delas, cega, afirmava não sei o quê e foi-lhe perguntado: mas tu viste?; vi!, responde a cega. Repito: esta história é verdadeira.
(Como ontem não visitei o Cantinho, aí vai hoje:
conhecia ambas, embora o final da segunda fosse diferente, mas confesso que não me recordo qual era. Apreciei alguns dos comentários, bem esgalhados).
Se for festejar o São Pedro, divirta-se. Faça favor de ter um bfs e aceite um beijinho repenicado.
Uma grande e insofismável verdade, é o facto do muito que tenho aprendido com o José! Este seu comentário traz a lume algo que me leva a uma reflexão profunda.
EliminarEssa história verdadeira, pode ser entendida por muitos como uma mentira dita pela mulher cega, mas sabe que eu entendi, e senti, porque razão ela disse que viu, sendo invisual? Entendi e acredito, mesmo sem enveredar pelo campo místico.
Também não irei escalpelizar o que penso, tão somente porque sei, que o José sabe, a razão porque o sei.:)
Não, não vou festejar o São Pedro, na verdade, esqueço sempre estas festividades populares, derradeiras.
Aceito e retribuo o beijinho repenicado. :)
Filosofia nan é minha praia mas gosto de ler.
ResponderEliminarBjs
JAFR
Para lhe ser muito sincera, JR, também não me sinto muito à vontade com estes temas complexos mas, só com a sua abordagem, poderei ir alargando os meus conhecimentos sobre, e, sobretudo, saber o que os outros pensam.
EliminarGrata por ter vindo.
Um abraço e bom fim-de-semana.
É tudo, tudo mesmo, uma questão de perspectiva e não creio que haja uma única porta da verdade. Acredito, sim, que haja milhões de portões, portas e portinholas, cada uma delas conduzindo a uma específica parcela da verdade.
ResponderEliminarBeijinho e bom Domingo, Janita :)
Ah, Mª João, quando a mentira se quer camuflar de verdade, encontra sempre uma frincha da porta, por onde entrar. Aí, é que fica complicado destrinçar a verdade da mentira. :)
EliminarBom resto de Domingo.
Beijinho.
Sem dúvida, Janita!
EliminarEstou no entanto convicta de a que a mentira também se confronta com o tal problema das duas metades de nós; para uma metade, soará profundamente aliciante e, para a outra, soará a falso.
Além do mais, a mentira sofre de um gravíssimo distúrbio de personalidade. É frequente depararmo-nos com mentiras que estão profundamente convictas de serem verdades...
Beijinho e votos de uma boa semana! :)
Maria João.
EliminarAdepta que sou da sabedoria dos antigos, que se baseava na experiência de vida e se ia transmitindo, de geração em geração, acredito piamente que a verdade, nua e crua, é como o azeite: vem sempre ao de cima..
Já me custa muito a crer que, uma mentira dita muitas vezes, soe a verdade. :)
Beijinho e excelente semana.
Verdade verdadinha? Ora, ora, cada um tem a sua e às vezes pode acontecer serem coincidentes.
ResponderEliminarSem filosofias (tema que não é visita cá do galinheiro) aceito a parte das meias verdades porque entre umas e outras encontramos (quase) sempre pontos coincidentes.
Esta é a minha verdade. Ou meia...
Beijokas e risadas às metades (que juntadas serão inteiras):))
§- uma verdade verdadeira e que não deixa dúvidas é: o nascer!
(haverá quem duvide?)
... e o morrer também ‼
EliminarKok...juntando as tuas meias verdades às minhas, conseguiríamos a verdade completa, mas não quero. Ficas com a tua metade que eu fico com a minha...:))
EliminarBeijos e sorrisos.
Teresa
EliminarTiraste-me as palavras da boca...:))
A minha verdade é sempre mais verdadeira que a do outro... :))
ResponderEliminarBom domingo Janita.
Há pessoas que nisto da verdade, funcionam ao contrário do olho gordo da vizinha; a tal que acha que a galinha alheia é mais gorda do que a sua...ehehehe
EliminarBoa semana, Luísa!
Acho que depende das situações... mas há aqueles que só vêm a verdade que lhes interessa.
ResponderEliminarLá isso é VERDADE, Pear Boy!! :)
EliminarBoa semana.
Eu tenho um "modo " de viver que é: se posso e não vou prejudicar ninguém, omito uma situação, mas depende do caso e da pessoa se for atingir alguma. Mas, por outro lado, prefiro sempre, mas sempre a verdade, meias verdades, em minha opinião não existe ou não deve.
ResponderEliminarBeijinho Nita
Querida Mena.
EliminarSempre considerei que: "omitir, não é mentir". Ninguém é obrigado a dizer tudo o que pensa e se passa na sua vida.
O que condeno veementemente, é que, de forma ardilosa, se mascarem sentimentos e situações, tendo como fito manter uma imagem de pessoa com conduta irrepreensível e 100% confiável.
Mas isto sou eu a pensar alto e nem tem nada a ver contigo.
Isso das meias-verdades, tema abordado pelo Poeta, significa apenas - no meu ponto de vista - que algo que hoje se vê como certo, amanhã pode não o ser.
O mundo dá tantas voltas...
Beijinho, Nina. :)
Afinal não sou só eu que mudo de visual, esta porta está uma preciosidade, o que para mim é uma verdade sem meios termos.
ResponderEliminarQuanto ao assunto para reflexão, tudo depende do ponto de vista, para alguns há as meias, para outros e falo por mim, tudo é pão, pão, queijo, nessa porta devia entrar a verdade inteirinha, doa a quem doer.
Boa semana sem dores😊
Beijinhos Janita
😘😘😘
:)) Sabes, Manu? Decidi mudar o meu 'cabeçalho' consoante forem as publicações. Não chega a ser uma mudança de visual, já que o formato do blogue continua igual. É só para quebrar um pouco a monotonia visual de quem aqui entra com alguma assiduidade. :)
EliminarPois...por eu ser tão pão-pão, queijo-queijo, é que têm confundido as minhas palavras e me dão nas orelhas.
Mas eu confio muito que o tempo me dará razão.
Beijinhos e boa semana, Manu.
Boa tarde Janita,
ResponderEliminarVou também "meter a colherada".
Penso que este assunto dá "pano para mangas".
Eu não me considero mentirosa e abomino a mentira. Por isso, acredito que a verdade vem sempre ao de cima.
Outra coisa é a opinião de cada um. Diz-se que "até um relógio parado dá as horas certas duas vezes por dia".
Um abraço do Algarve,
Sandra Martins
Entre, tome assento, e sinta-se à vontade, Sandra. :)
EliminarGostei de 'ouvir' a sua opinião que, por sinal, coincide com a minha.
Gostei desse aparte do relógio parado.:)
Não é à toa que um blogue, que tenho o enorme prazer de ler e ter na minha lista, diz que não há nada mais livre do que um relógio parado! Apeteceu-me acrescentar: «Livre e verdadeiro»!
Um beijo nortenho, e o meu obrigada, pela sua oportuna colherada. :)
Mais do que certa que podem existir duas, três, quatro, cinco, etc., tantas quantas as pessoas que viveram algo, e podem ainda multiplicar-se as versões enquanto o tempo passa, e será verdade quando se crê no que se diz ou lembra
ResponderEliminaragora vou ler os comentários que antecedem para saber a resposta...
Ehehehehe...Tão certa é a verdade como dois e dois serem cinco, Gábi?
EliminarBeijinho
Já de volta
ResponderEliminarEnquanto lia pensei nas vezes em que gostaria de ter uma máquina do tempo para saber como é que algo realmente se passou
Gostei das imagens em cima e da porta
um beijinho
Pois eu não era bem uma máquina de tempo que gostaria de ter. Era um fato que me tornasse invisível.
EliminarPresenciaria variadíssimas conversas e situações, para as puder ter como certas...isso, do diz que diz, nunca é confiável. :)
Obrigada, Gábi.