terça-feira, 9 de novembro de 2021

DA PERSISTENTE INQUIETUDE.

 


R e n ú n c i a


Já não sinto a solidão

Não almejo companhia

Encontrei a paz que queria

Dentro da minha razão.


Dentro da minha razão

Eliminei a fantasia

Esvazie-me de paixão

Encontrei a paz que queria.


De que serve a companhia

Se a inquietude persiste?

Melhor é ficar sozinha.


Sei que tudo o que almejei

Habita dentro de mim. Existe;

Nesta paz minha e só minha.


( Janita - 06 de Novembro de 2021 )



IMAGENS  DAQUI


🌚   🌚   🌚  🌞  🌚   🌚   🌚

43 comentários:

  1. A renúncia é apenas um momento de descrença. Ninguém renúncia a vencer a solidão.
    Boa Noite, um abraço.

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    1. Pode, com muito esforço, tentar vencer-se o sentimento depressivo de solidão.
      Pode, até, tentar-se vencer a solidão física, procurando companhia.
      Mas não se vence o medo de arriscar e, sobretudo, nesta altura da vida, a certeza de que somos nós a nossa melhor companhia.
      Um abraço, bom dia.

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    2. Então, veja lá se também concorda, ou não, com esta questão que me surgiu e coloco à sua apreciação:
      E se a vida nos colocasse no caminho, assim, sem se procurar nem se contar, como que ao virar de uma esquina, alguém com a mesma carência de afecto e companhia, que preenchesse e desse sentido ao resto das nossas vidas?...Deveríamos dar-nos uma nova oportunidade, ou, em nome desse medo de arriscar e da suposta certeza de nos bastarmos, renunciar à companhia?
      Fica no ar a questão que me parece não ser desprovida de alguma pertinência, neste mundo onde se diz ser a solidão a doença do século XXI ou já vir do século XX, tanto faz...

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    3. Dar sempre a oportunidade!😊

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    4. O Luís fechou-se em copas, mas tenho quase a certeza que daria a mesma resposta, Manela. 😊

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  2. Sinto, pressinto
    neste soneto
    uma estranha nostalgia
    entre a tristeza
    e a alegria

    mesmo se negada no último verso
    há uma luta interior
    própria de toda a renúncia

    Abraço

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    1. Sentiu, pressentiu,
      mas não viu nem anteviu
      que entre a tristeza e a alegria
      há todo um mundo
      onde vive a realidade, não a utopia.

      Não é para mim,
      viver lutando contra moinhos de vento.
      Isso é para quem, na ilusão de mudar o mundo,
      se deixa atordoar no turbilhão dos dias
      esquecendo ou evitando, olhar-se por dentro.

      Abraço.

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    2. 🙄 🙄 🙄
      Se não percebeste
      faz de conta que percebeste
      para que os outros não percebam
      que tu não percebeste.
      Percebeste?
      🙄 🙄 🙄

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  3. O poema é muito bonito.
    Mas algo triste.
    Beijinhos

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    1. Amigo Pedro.
      Quando a musa nos bate à porta, vindo determinada a esquecer o lado lírico e quer que encaremos o lado prático e menos sofrível da vida, temos que lhe abrir os braços, não vá ela fugir assarapantada e nunca mais volte. 😊
      Beijinhos.

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  4. Gostei muito do poema e a essa paz que é só tua não a deves enclausurar e sim dar asas para que voes, caminhes por novas paisagens. Não sei se me fiz entender!
    Beijocas e um sincero abraço de força.

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    1. Bom dia amiga!
      Tanto não a enclausuro que partilho o meu sentir - daquele momento - convosco.

      Entendi sim, Fatyly.
      Mas as minhas asas
      já não têm o vigor de outrora.
      Se no vigor do voo, não voei,
      como hei-de voar agora? 😊

      Beijinhos, amiga, obrigada.

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    2. Ó mulher, pudesse eu ir ao Porto e havias de ver se não voavas...🤣

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    3. Também tens um jacto particular? Safa...tens tudo, Mulher!😊

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  5. Bom dia
    É verdade
    De que serve a companhia
    Se a inquietude persiste ?

    JR

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    1. Vai ver a inquietude persiste porque a companhia, seja de um ou de outro, não é a companhia certa.
      Cada caso é um caso. As vivências de uma pessoa, por vezes, se não sempre, são únicas.

      Boa tarde, amigo JR!

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  6. Poema melancólico mas bonito!
    Já eu não sou dada a solidões embora sofra de ausências!

    Abraço

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    1. Ou não fosse a melancolia o motor que move o mundo dos poetas!! :)
      Vais ver, querida Leo, ainda que o não admitas, esse sofrimento provocado pelas ausências, seja a sombra da solidão a que tu não és dada.

      Um abraço.

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  7. Esta saiu bem lá de dentro.
    Sempre sinónimo de boa poesia
    😊

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    1. Neste dia, nesta hora, foi bem lá de dentro que me surgiu a minha Musa inspiradora. Essa entidade tão volúvel e dada a transmutações de vária ordem.
      Boa, mas muito 'naif' Miguel. 😊

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  8. Então? Não a vejo a deixar-se ir abaixo, caramba.
    bji.

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    1. Então? Afinal em que ficamos?
      Se me vê pra baixo diz-me que arribe
      Se me vê arriba quer que desarribe?

      Já não entendo mais nada...

      Beijinhos. 😊

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  9. Um poema melancólico , porém, muito bem concebido. Adorei :)
    *
    Informação importante da blogger...
    pelo desculpa pelo linke, mas pode ser-lhe importante. :)
    *
    Beijo, e uma excelente noite..

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    1. Um duplo obrigada Cidália...Ufa!! Fiquei exausta com a sua explicação de adicionar novos blogues à lista, mas eu já tinha arranjado um esquema e parece-me mais fácil e eficaz.
      Faço uma ligeira alteração ao nome do blog em questão, sigo os passos que indica e eu já seguia... et voilá!!

      Beijinhos 😊

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  10. Um poema lindo e melancólico.
    Devia animar-te, mas estou em sintonia com o teu sentir.
    Acredito, sim, que numa outra altura as emoções serão mais optimistas.

    Beijinhos amiga Janita

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    1. Obrigada, querida Manu.
      Por vezes é melhor deixarmo-nos ir ao sabor da corrente.
      Lutar, desgasta-nos e faz-nos perder o rumo.
      Há que ter paciência e deixar passar a tormenta.
      O sol voltará a brilhar...🌞

      Um grande beijinho, Amiga 👍

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  11. Palavras sábias, Janita. Só o discernimento e arrumação mental permitem chegar a esta conclusão. Bem-haja e be happy.
    Um abracinho

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    1. Maria Dolores,
      sábias não serão, mas são certamente o fruto de uma análise lúcida sobre as próprias vivências.
      Seja feliz também.

      Um beijinho grato.

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  12. Visitei a cela de Marie Antoinette na Conciergerie.
    Identificaste-te com ela?
    Abraço amigo.

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    1. Sim! No nome, que era o de uma sobrinha minha, falecida em Janeiro, pelo meu lado paterno, mais arrogante e prepotente (não obstante ser juíza), do que a própria Rainha de França,( que era uma pessoa doce) e porque também eu fui "condenada" injustamente, sem ter cometido qualquer crime.
      Mas isto é uma história longa que daria e talvez dê, um dia, um belo e triste romance. :)

      Um grande abraço, querida Catarina.

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  13. Quase um soneto heptassilábico. Será que você notou? Na última estrofe houve a renúncia. Teria sido a mesma que inspirou o poema? Risos. Mas gostei muito da confissão do eu lírico. Sabendo ou lembrando que, na idade da razão, cabe muitas emoções, risos. E imagino, quase eu digo, eu sei, que sabes aproveitá-las com a sabedoria da razão, risos!
    Abraços, amiga!

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    1. Amigo, José Carlos, não notei, não senhor!
      Quando me lanço na aventura, algo pretensiosa, de alinhavar uns versos, aos quais dou o nome pomposo de soneto, se acaso tiverem duas quadras e dois tercetos, faço-o por puro instinto. Não possuo o menor conhecimento sobre poesia, não a estudei, nunca a conheci de perto. :)
      De quadras soltas gosto muito. Dêem-me o mote e eu vou por aí toda contente.
      Gostei de o ver bem disposto, Poeta Sant'Anna. É um privilégio ser visitada e comentada por um poeta tão conceituado e que veio de tão longe para me ver...:) Obrigada.

      Um abraço, caro Amigo.

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  14. Corrija-se imediatamente: cabem muitas, risos.

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    1. Considere ter sido feita, a correr, a sua vontade! 😊

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  15. A revolta dos franceses contra a realeza é perfeitamente compreensível! Paris era uma cidade infecta, pobre, violenta, em contraste com Versailles....a Revolução era inevitável e a execução dos reis também. Se a "coisa" ficou melhor depois...isso já são outros quinhentos!

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    1. Acredito que a Revolução fosse inevitável, sim. As atrocidades que foram cometidas é que poderiam ter sido evitadas. Maria Antonieta foi condenada à morte por um tribunal do Governo revolucionário implacável, que em nome da "Liberdade, Igualdade, Fraternidade", usaram de extrema crueldade para com a Rainha.
      Foi sempre esse o grande mal das Revoluções... e mais não digo!

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  16. O seu poema fez-me lembrar aquele ensinamento budista - não busque no mundo o que está dentro de si.
    Um bom dia Janita.

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    1. Veja só como eu,
      sem saber,
      até penso como Buda.
      Interiorizo o meu parecer,
      não busco no mundo cruel
      aquilo que em mim não muda. :)

      Muito obrigada, Joquim Ramos, fico sempre um pouco mais rica com os seus comentários.

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