Flor da Liberdade
Sombra dos mortos, maldição dos vivos.
Também nós... Também nós... E o sol recua.
Apenas o teu rosto continua
A sorrir como dantes,
Liberdade!
Liberdade do homem sobre a terra,
Ou debaixo da terra.
Liberdade!
O não inconformado que se diz
A Deus, à tirania, à eternidade.
Também nós... Também nós... E o sol recua.
Apenas o teu rosto continua
A sorrir como dantes,
Liberdade!
Liberdade do homem sobre a terra,
Ou debaixo da terra.
Liberdade!
O não inconformado que se diz
A Deus, à tirania, à eternidade.
Sepultos, insepultos,
Vivos amortalhados,
Passados e presentes cidadãos:
Temos nas nossas mãos
O terrível poder de recusar!
E é essa flor que nunca desespera
No jardim da perpétua primavera.
Poema de Miguel Torga
Adenda: Simbolicamente é a camélia que representa, a nível universal, a Flor da Liberdade. Em Portugal, após a Revolução de 25 de Abril de 1974, passou a ser o cravo vermelho.
Eis a explicação, que todos conhecemos, mas me apeteceu recordar:
Um soldado pediu-lhe um cigarro, mas Celeste Caeiro só tinha flores e decidiu então iniciar a distribuição dos cravos aos soldados, que logo os colocaram nos canos das suas armas. Mais tarde as floristas da Baixa continuaram a replicar o gesto. Por esta razão este dia também ficou conhecido como "Revolução dos Cravos".
VIVA A LIBERDADE
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51 anos depois não há volta atrás.
ResponderEliminarBeijinhos, bfds
Nem volta atrás nem volta a dar, Pedro!
EliminarRetrocesso, nunca mais
Beijinhos, bom fim de semana!
Para nós, os que conviveram com Salazar, esta data tem um significado muito maior do que para a juventude, aqueles que têm menos de 60 anos que já foram criados nos tempos do Sá Carneiro, Mário Soares e Álvaro Cunhal.
ResponderEliminarEu não convivi com ele, nasci e vivi sob o seu Regime ditatorial. E bem mal me fez a sua moralidade de Deus, Pátria e Família, retrógrada e desumana. Quem pagava eram sempre os inocentes...
EliminarBom fim de semana!
Uma bonita e merecida mensagem do dia em que o ditador caiu e a nossa geração muitos não conseguiram passar essa mensagem aos filjhos e netos.
ResponderEliminarGostei muito!
Beijos e um bom dia
O verdadeiro ditador já havia falecido uns anos antes da Revolução. Quem estava no poder, à época, era Marcelo Caetano, não muito melhor, mas...melhorzito! :-)
EliminarBeijos, bom fim de semana!
Uma homenagem que respeito.
ResponderEliminarBeijinhos, Janita.
O respeito cabe em qualquer lugar... :-))
EliminarBeijinhos, António.
Gosto muito da sua poesia numa busca constante pelos seus ideais!
ResponderEliminarAbraço
Quanto à procura de ideais, não sei, mas que era um excelente Poeta e escritor de belas prosas, nomeadamente de Contos, lá isso era.
EliminarBeijinhos
Olá, tudo bem?
ResponderEliminarPortugal comemora o fim de um período de tirania com a revolução dos cravos. Essa história é sensacional, muito inspiradora.
Olá, Eduardo, tudo, tudo não está, não.
EliminarO meu pulso resolveu inflamar de novo e provoca-me horas nocturnas de verdadeiro tormento. Tive de recorrer novamente à cortisona, vamos ver se esta noite durmo, ou não, mas que a passe sem dores.
Obrigada e tudo de bom para si e família.
Escolheu um belíssimo poema para representar este 25 de Abril, Janita,
ResponderEliminare nunca será demais lembrar a origem do nome Revolução dos Cravos.
Um feliz 25 de Abril.
Beijinhos!
Olá, querida Sonetista.
EliminarAgradeço-lhe muito ter vindo dar-me a sua opinião que muito prezo. Teclar com a mão esquerda voltou a ser contraproducente, de modo que não tenho andado muito pela blogosfera.
Creio bem que não conseguirei ultrapassar esta maleita sem ir "à faca", até tremo só de pensar nisso.
Um beijinho e obrigada.
Forte demais isso, hein? Nada como a liberdade de dizer não, ou mesmo sim, quando e a tudo que quiser.
ResponderEliminarLiberdade, é isso tudo, Menino Beija-Flor.
EliminarUm pouco como a saúde...quando a não temos é que lhe damos o justo valor.
Tudo de bom, Poeta!
Nunca considerar a Liberdade como um dado adquirido. Cada vez mais fragilizada, há que ter muito cuidado e lutar para a conservar.
ResponderEliminarPara passar mais do que 30 dias nos Estados Unidos (novas normas desde 11 de abril), terei de me “registar e fornecer as minhas impressões digitais”. Nunca, em tempo nenhum, me passaria pela cabeça que viria a ter as minhas viagens, até ao país vizinho, monitorizadas para além de passar pelo controlo de segurança e pela alfândega americana que se processam no aeroporto de Toronto.
As perguntas por parte dos oficiais de imigração costumavam ser as mesmas: “razão da sua visita, por quanto tempo vai ficar e onde vai ficar”. Por vezes, perguntavam-me se levava comigo 10 mil dólares ou mais. Caso afirmativo (nunca aconteceu) teria de preencher uma declaração.
Não sei se terão outras perguntas para me fazer ou até exigirem/pedirem as senhas para terem acesso ao meu telemóvel e tablet. Estou a prever que não aconteça – sou branca, nascida em Portugal e naturalizada canadiana... mas nunca se sabe para que lado o oficial de imigração está virado no momento. : )
Catarina,
Eliminarnada, mesmo nada, deverá ser considerado como um dado adquirido. A Liberdade, muito menos!
Compreendo a tua frustração. Porém, quem coarta a liberdade alheia, neste caso concreto, não é eterno e tão pouco ocupou o assento principal da Casa Branca, para sempre.
Se calhar, até cai quando menos o esperar.
Um abraço solidário.
Abraço 25 de Abril, sem o cravo vermelho ao peito e a ingenuidade de uma criança que, como quase transmontana luto pela liberdade sem limites e aprecio toda a obra literária de Miguel Torga. Já agora, gosto mais de camélias do que de cravos.
ResponderEliminarSe gostas assim tanto de camélias, Teresa Palmira Hoffbauer, vais gostar da que publico a seguir e vai vir para ficar durante mais tempo.
EliminarUm abraço de uma Alentejanita a ficar com sotaque tripeiro!! :-))