quarta-feira, 28 de outubro de 2020

CHUVISCOS.

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Há em mim, uma parte de melancolia,

de tamanho igual à parte do aconchego,

nestes dias e noites de agonia

em que a chuva bate de mansinho,

nas minhas vidraças,

feitas de ansiedade e medo.


Sinto medo de tudo e de nada

medo de não ter tempo para te encontrar

de saber que existes

e fazes parte do meu enlevo.

Sejas tu só espírito, ou carne, 

invólucro d'uma alma nobre,

sem que sinta pressa

em desvendar o porquê

da minha sede, 

nascida no deserto do meu penar...


* * * * * * * * * * * * * * * * * 

* * * * * * * 

32 comentários:

  1. Nada de medos, tudo o que tiver de ser às tuas mãos virar parar.
    Sei que o que disse é fácil, o certo é que esta ansiedade em que vivemos, torna-nos mais melancólicas. A chuva e os dia curtos não ajudam.
    Uma das coisas boas é que este tempo, faz com que as tuas palavras sejam verdadeiros poemas.

    Beijinhos querida Janita

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    1. Oh, minha querida Manu.
      Poemas - olha que pretensão a minha - são palavras soltas ao vento, simplesmente. :)

      Já sabes como todos os 'poetas' são fingidores, não sabes?

      Eu estou é em pulgas para ver se continuo com o problema da publicação dos meus comentários, como me aconteceu, há horas atrás.
      Parece que me deitaram mal-olhado. :)

      Beijinhos, querida Manu.
      E...obrigada. :)

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  2. Resta saber se os teus medos são reais ou poéticos.
    Faz sentido a minha questão, não faz?
    Beijinho, Janita.

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    1. Tudo poesia, António. E, como tal, fictício.
      Faz todo o sentido e acertaste em cheio.

      Não te apercebeste que andei hoje por duas ou três vezes lá pelo teu espaço a tentar fazer entrar um comentário? Que desespero, nem anónima me aceitaram. Tinha de provar que não era um robô e nem mesmo assim acertava uma. Isso aconteceu noutros também.
      Espero que esta facilidade, que agora encontro, não seja apenas aqui, senão acho que desisto disto.

      Beijinhos, António.

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    2. Não dei por nada, estou inocente e só falo na presença do meu advogado.
      De vez em quando o Blogger passa-se dos carretos.
      Haja pachorra!

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    3. Podes crer. E nos blogues interditos a Anónimos, não se comenta, de todo, claro. Como aconteceu, há pouco, com 'O Pacto Portugûes".
      Só à martelada...hirra!

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  3. Linda poesia e inspiração nesses chuviscos! Bjs,chica

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    1. Obrigada, querida Chica, és um amor. :)

      Beijinhos.

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  4. Melancolia, medos...? Arrede isso p'ra lá, sim?
    beijinho

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    1. Ora, José, por vezes também gosto de falar bonito, ora essa! :)

      Beijinhos.

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  5. Um poema no qual também me identifico! :)
    --
    Lembras-te do meu primeiro sorriso?
    -
    Beijo, e uma excelente noite...

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    1. Creio bem que nos identificamos todos um pouco com a melancolia que nos provocam estes novos e soturnos tempos, aliados à chuva e aos dias cinzentos, dá nisto... :)

      Obrigada, Cidália.

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  6. Querida Janita,

    Nem em imaginação pensávamos que estes "chuviscos" nos molhassem tanto.
    O lado positivo é que a inspiração brota com eles tal jardim adormecido. E o teu está a florir em pleno, a melancolia, o medo, a ansiedade ficam menores divididos com quem gostamos. Obrigada por os dividires connosco.
    Beijinhos e abraço apertado e muita saúde e coragem !
    .

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    1. Minha querida Fê.
      Que tempos estes, que tempos! Chuviscos que nos vão alagando a alma e entristecendo ainda mais a vida.

      Estes que vos trouxe, são as gotículas que se agarraram aos vidros da minha marquise e me apressei a fotografar. Os outros, por enquanto, são invisíveis.
      Eu é que agradeço minha amiga e te desejo o melhor do mundo, embora saiba que parte do teu mundo está lá tão longe...

      Um forte abração da tua velha amiga.
      Que tempos bons já vivemos, Fê!

      Beijinhos

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  7. A chuva a gerar um poema sublime que elogio e aplauso
    .
    Abraço

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    1. Muito obrigada pela sua gentileza e simpatia, Ricardo.

      Boa e tranquila noite.

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  8. Linda poesia.
    Melancólica
    Quase se pode agarrar de tão corporea
    Gostei

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    1. Oh...mas que elogio bom de se ouvir! :)
      Digam lá o que disserem, todos gostamos de ser mimados.
      Muito obrigada, Poeta! :-)

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  9. Óh pá
    Janita
    tem dó
    teu poema

    munta
    bom...

    Verdade!

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    1. Verdade...
      verdadinha...
      verdadeira,
      foi eu ter ficado contente
      quando o vi assomar aí,
      no umbral da minha porta.

      (ou ombreira)

      :))

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  10. Os chuviscos aqui estão a anunciar um tufão daqui a dias.
    Vamos ver se o gajo se desvia porque parece ser bruto.
    Beijinhos

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    1. Segundo as notícias que se vão ouvindo e lendo, por cá, este tal Saudel prometia ser ainda pior do que o Hato que vos visitou no ano passado. Vá de retro, satanás!!

      Metam-se todos no avião e venham para este paraiso, Pedro...casinha, e bem localizada, já têm! :)
      Beijinhos

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  11. Cada dia gosto mais dos seus poemas. Muito bom.
    Abraço e saúde

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    1. Muito grata, amiga Elvira.
      Com incentivos destes até me vou aventurar mais na 'arte de bem fingir todo o poema', a exemplo da arte equestre. :)

      Um abraço e muita saúde.

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  12. Respostas
    1. Que bom, Leo. Muito grata!
      Fico muito contente por teres gostado.

      Um beijo.

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  13. A esperança, por vezes, arquitecta possibilidades que vão alimentando o nosso imaginário. Faz parte da vida e de nós como seres pensantes.
    Boa Tarde.

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    1. Ufa! Pensei que não lhe tinha agradado nadica de nada, disto tudo aqui postado, Don Luís!

      Tem razão, no fundo, e a brincar, ainda é a esperança que alimenta a nossa imaginação.
      Obrigada por ter vindo.

      Um abraço.

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  14. A chuva também me provoca melancolia. Essa parte do aconchego não me convence nada.

    Sou da luz e do sol. Ou não tivesse nascido no dia de S. Martinho.

    Um beijinho do Algarve ( acho que á espera de chuva para a semana...)

    Sandra Martins

    PS - Espero que o "Cigano Maltês" não me rogue uma praga: eu detesto o tempo que ele adora.

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    1. A culpa não é toda da chuva, mas o estado do tempo contribui, e muito, para o meu estado de espírito, Sandra.
      Hoje não pôde queixar-se de falta de sol, apesar do frio.

      Nã...o 'meu' Ciganito preferido é homem do bem e de paz. :)

      Beijinhos.

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