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Desta vez são dois sonetos.
Mas o meu não conta. É uma pálida réplica humorística.
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A Frouxidão No Amor É Uma Ofensa.
A frouxidão no amor é uma ofensa,
Ofensa que se eleva a grau supremo;
Paixão requer paixão, fervor e extremo;
Com extremo e fervor se recompensa.
Vê qual sou, vê qual és, vê que diferença!
Eu descoro, eu praguejo, eu ardo, eu gemo;
Eu choro, eu desespero, eu clamo, eu tremo;
Em sombras a razão se me condensa.
Tu só tens gratidão, só tens brandura,
E antes que um coração pouco amoroso
Quisera ver-te uma alma ingrata e dura.
Talvez me enfadaria aspecto iroso,
Mas de teu peito a lânguida ternura
Tem-me cativo e não me faz ditoso.
Soneto de Manuel Maria Barbosa du Bocage
Não sei como é possível acontecer
Quem sinta na bondade frouxidão
Eu choro e desespero quando tal oiço dizer
Isso é maltratar alguém sem compaixão.
Sei que em tudo és diferente de mim
Se não ardo e se não gemo de paixão
Foi teu egoísmo que me tornou assim
Fogo que arde sem amor é chama sem coração.
Fica lá com tua fúria de raivoso garanhão
A ternura do meu peito é feita só de brandura
Como és homem de bravatas, praguejas sem ter razão.
Se minha gratidão te enfada, sai perto de mim, vai p'ra longe
Não quero teu fogo de palha bafiento e malcheiroso
Haverá quem me dê valor; e tu, vai pró Convento ser monge!!
😄
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Os sonetos de Manuel Maria Barbosa du Bocage são simplesmente pérolas literárias.
ResponderEliminarInteiramente de acordo, Teresa!
EliminarDois poemas com a mesma génese cada um ocupando-se do caso que têm entre mãos. Ambos queixosos, um de si próprio o outro da companhia que tem.
ResponderEliminarBoa Noite.
:) Acredito que Bocage tivesse entre mãos casos amorosos bicudos,
Eliminarjá eu, o que tenho entre mãos, quando abro a página deste espaço plano, é pensar no alimento que o mantém e sustenta.
Essa é a diferença entre o meu poema e o dele..:)
Boa noite, Don Luís D'Ávila.
Para pérola literária o da Janita não fica a dever nada ao Manuel Maria.
ResponderEliminarBjs, bfds
Ora, Pedro. Muita bondade da sua parte, isso sim. :)
EliminarBeijinhos, bom fim de semana
Bom dia
ResponderEliminarSe um é já velhinho e do melhor , o novo não fica atrás !!
JR
E vamos em frente que atrás vem gente!! :)
EliminarObrigada, JR.
Já conhecia o primeiro poema, soneto, e gostei muito do seu poema réplica humorística.
ResponderEliminarBeijinho, Janita :)
Assim a Maria João quisesse e não faltariam falhas - das quais tenho perfeita consciência - neste meu 'poema' impossibilitando-o de ser 'chamado de soneto'. :-)
EliminarAgradecida, pela omissão.
Beijinho, Maria João.
Considere-me ao seu serviço, quando quiser e se o quiser, Janita.
EliminarLonge de mim tentar impor-me à sua liberdade de expressão. Nunca o faria, nem consigo, nem com ninguém.
Outro beijinho!
Há tantas formas de imposições, Maria João! Às vezes, até sem nos darmos conta disso, quero crer.
EliminarPorém, assim como sou autodidacta em tantas áreas, quisesse eu escrever sonetos como mandam as regras, e não faltariam sites, nesta imensa biblioteca virtual, que é a Internet, para me ensinar ou orientar nesse sentido.
Mas, acredite ou não, o que eu gosto mesmo de fazer é andar a navegar por aqui, ao sabor das marés da minha vontade e apetite. Sem me dar muita importância nem valorizar os meus parcos saberes.
Um beijinho.
Por que motivo o teu não há-se contar? Lemos os dois e achamos as diferenças, se as houver.
ResponderEliminarBeijinho, Janita.
Se contou para vós, já conta para mim, António. :)
EliminarAs diferenças, há-as sim, sabeis vós e sei eu também.
Beijinho, António.
Gostei do soneto do Bocage, mas o teu está divinal :)
ResponderEliminarBeijinhos Janita
Se Bocage queria fazer amor com braveza e sem brandura, fosse amar gado bravo, lá para as lezírias, ora. Ia ver os coices que apanhava, não achas Manu? Ehehehehe
EliminarBeijinhos
Hahaha, fantásticos sonetos! :))
ResponderEliminar-
Entreguei um sonho à lua
-
Beijos e um excelente fim de semana.:)
:)) Então, não?
EliminarBom fim de semana, Cidália. :)
O seu não conta porquê?
ResponderEliminarEstá "fabulástico"! Uma resposta á altura.
Fosse vivo o Bocage e haveria desgarrada!
Um beijinho e votos de bom fim - de - semana!
Sandra Martins
Pronto, quem sou eu para contrariar-vos? Agora já conta, Sandra! :)
EliminarAh, se fosse desgarrada de quadras, talvez eu alinhasse, mas isto de sonetos dá cá uma trabalheira...
Beijinhos e bom fim-de-semana.
Muito bem conseguido o teu.
ResponderEliminarParabéns!
Abraço
:) Agradecida, Leo.
EliminarÉs muito generosa, como sempre.
Beijinhos, bom fim-de-semana.
Gosto dos poemas do Bocage.
ResponderEliminarE gostei bastante do seu.
Abraço, saúde e bom fim de semana
Adoro tudo, ou quase tudo, o que já li e conheço de Bocage. Até dos seus poemas eróticos gosto, se não forem escritos com excesso de palavrões ordinários. Assim ele tivesse feito subentender certos actos, da sua vida desbragada, em vez de os escarrapachar na vulgaridade rasca.
EliminarNo resto, o seu senso de humor mordaz e cáustico, foi do melhor.
Um abraço e bom fim de semana, Elvira.
Gosto imenso de Bocage. Um dia publico algumas das suas poesias eróticas !
ResponderEliminarPublica, sim.Terás em mim leitora atenta. :)
EliminarObrigada, Ricardo.
O elmano sadino
ResponderEliminarReferência da minha cidade.
😊
Cresci com ele como sombra na minha educação e ainda bem.
Gostei
É verdade. Ambos são naturais de Setúbal. :-)
EliminarImagino as repercussões que teriam tido, na sua veia poética, se Bocage tivesse sido a luz e não a sombra na sua educação... :)
Obrigada e um abraço.
Eu mereço esse reparo 😊mas tb disse sombra de propósito. É assim que sempre o vi
EliminarSe disse de propósito - e eu sei disso - ficou com a certeza que eu sou uma leitora atenta. 😊
EliminarBoa malha, Janita
ResponderEliminarOmbrear com Bocage é suicida
Pôr-lhe em cima ironia
Em vez de morte, deste-lhe vida
És mais uma que não deixará o soneto morrer
Boa malha, Janita!
Amigo Rogério, operações suicidas é comigo, e, como vê, ainda aqui ando. Gosto de correr riscos. Vida mansa, sem emoções, não é pra mim!!! :-))
EliminarAbraço.
Clac, clac, aplausos; estou a referir-me ao 2.º poema.
ResponderEliminarO Bocage, parece, não gostava de amores delicodoces, mas sim de paixões turbulantas mais bem vividas, digo eu.
beijinhos e bfs.
Parece mesmo que o poeta meão de altura, carão moreno, magro e de olhos azuis, gostava era de amor de urso...à bruta!! Ehehehe
EliminarOlha quem me diria que o meu Amigo iria aplaudir um poema desconchavado, sem métrica, sem sequer soar bem ao ouvido no terceiro verso dos dois tercetos...quem diria?
Isto só mesmo de quem gosta de nós e não nos quer desfeitear...
Estou a brincar, eu sei que se não tivesse gostado um bocadinho não vinha cá com 'coisas'. :) É por isso que tanto prezo a sua amizade. Acho que é a única pessoa ou a primeira de duas ou três pessoas que me entendem. Obrigada, José.
Beijinhos e bom fim de semana.