segunda-feira, 1 de março de 2021

DO CANTO SEM CANTOS.

  




Sei que um dia 

a porta fechada vai abrir-se

e por ela irá entrar uma nova luz.


* * *









Acordar pela manhã

é um pesadelo,

enfrentar os dias sempre iguais

uma tortura.

Não se ouve o pregão do homem

que amolava tesouras,

não oiço a flauta de Pã da minha infância,

nem vislumbro as coisas que tanto encantavam

o meu distante encantamento

 de menina.


Sei que um dia 
a porta fechada vai abrir-se
e por ela irá entrar uma nova luz.



Que seja em breve, que seja já,
que seja agora.
Venham céleres os sonhos que se desfizeram
em fumo e pranto,
que venha até mim 
essa abençoada boa hora,

de poder, enfim,
 encontrar 
iluminado o meu eterno canto.



****  ~~~ ****
___________________________________


32 comentários:

  1. Ora tempos Poeta. Gostei bastante do poema! Essa imagem é brilhante, em memórias!
    *
    Um brinde a mais um dia vivido, ao sol posto
    *
    Uma excelente semana
    Beijo

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    1. O sol quando nasce é para todos, Cidália.

      Boa semana.
      Um abraço.

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  2. A poetisa continua inspirada...

    : )

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    1. Mais amargura do que inspiração, Catarina.

      Beijinhos

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  3. A Pandemia está a dar cabo da cabeça de muitas pessoas. Não sair de casa é uma verdadeira tortura. Mas sair e ter medo é também uma tortura idêntica.
    .
    Abraço poético.
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  4. Eu tenho esse problema: só estou bem em casa porque tenho medo do vírus. Por outro lado, já estou farta de estar em casa por causa do vírus.....isto é um paradoxo!
    Gostei do poema, Janita!
    Beijinhos

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    1. Resumindo e concluindo, UmaMaria: Estás duplamente prisioneira do vírus. :-) Vamos lá ter calma.

      Um beijinho.

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  5. oh Janita,
    que bonito pedido !
    acompanho-te, tenho saudades dos cantos e das músicas de rua

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    1. Estive no teu Cantinho, Ângela.
      Também tu me pareces muito descoroçoada.
      Não há bem que sempre dure nem mal que não acabe.
      Vamos manter a calma.

      Beijinhos

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  6. Eu quando acordo
    Conto
    O tanto que tenho pela frente
    a que horas, com que agenda
    em que lugar
    da web
    Depois dou corda aos sapatos
    falo um pouco com Cristo
    tomo o pequeno almoço
    e lá vou
    Acompanha-me, baixinho,
    o rádio
    bem sintonizado
    num posto
    que de quando em quando
    tem um canto
    que me encanta

    Na rua
    namoram pássaros
    enganados
    por esta falsa primavera

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    1. E o Rogério tem 'salvo-conduto', que lhe permita essa liberdade toda? Isso que me diz não é vida confinada, é um canto permanente. Quase uma vida airada... :-)

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    2. Não, não tenho nada
      por vezes
      entre o meu quarto
      e a sala
      no corredor
      encontro uma brigada
      e o sargento-sono
      manda-me regressar
      à cama
      quando me levanto mais tarde
      o tal sargento diz-me que passe

      :)

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  7. Está difícil de aguentar. Até a primavera vai chegar antes da liberdade. :(

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    1. Que venha a Primavera, Luísa.
      Venha o sol, venham os trinados da passarada. Cá por mim já não qespero mais nada.

      Um beijinho.

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  8. Poema bonito mas tem algo de preocupante.
    Boa Noite.

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  9. Boa noite
    Estas palavras fizeram me pensar nesta nova etapa da minha vida. Agora que me aposentei tenho mais tempo para mim. Mais tempo para refletir e usufruir do mesmo para fazer o que gosto.

    JR

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    1. Fico contente por si, JR.
      Mas aconselho-o a não pensar demais.
      Quando puder, quando vier a liberdade de ir e vir, faça o que lhe der mais prazer, o que mais gosta. A vida é um ai fugaz...

      Boa noite.

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  10. Não sei porquê, mas não apreciei o escrito. Parece-me com sentido dúbio. Não leve a mal se estou errado.
    Bjs.

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    1. Não está errado. Mas não se preocupe, isto passa.

      Um beijinho, José.

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  11. Tenho esperança que já não demore muito alguma normalidade.
    Alguma...
    Beijinhos

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    1. Sabe, Pedro? Quando a Humanidade é atingida por uma "bomba" desta dimensão, mesmo quando tudo se acalma, nunca mais nada será como foi dantes. O conceito de «normal» será um outro e não o que entendiamos como normal. Lembrei-me de Chernobyl...

      Beijinhos

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  12. Gostei muito da tua porta, já o poema é triste e denota alguma amargura.

    Beijinhos Janita

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    1. A porta é de uma rua por onde passei há uns anos, Manu, não é minha.😊
      Todos temos os nossos dias, amiga. Tu sabes!

      Beijinhos.

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  13. Espero que seja apenas poético este sentir tão doloroso!

    Abraço

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    1. Olha, Leo, para amenizar um pouco as coisas diria que é fifty-fifty. Desdramatizar, precisa-se, sobretudo hoje. 😊

      Beijinho.

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  14. Inspiração ao mais alto nível!
    Beijinho, Janita.

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    1. Como dizem nuestros hermanos: Vaya...não fazes isso por menos, António? Ao «mais alto nível» não será um nível alto demais? 😊

      Beijinho, António. Fica bem, Amigo

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  15. Estavas triste.
    Hoje como estás?
    Menos surumbática?
    Acredito que,
    ao leres este termo do passado,
    te riste.

    Beijinhos rimando com sorrisos

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    1. 😅 Só tu para me levantares o ânimo!

      Beijinhos. 🥰

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