Encontrei esta cadeira numa rua da cidade de Aveiro. Nessa tarde de Agosto o calor era intenso e eu sentia as pernas cansadas. Só eu sei a vontade que tive de me sentar. E a coragem para tapar tão bela descrição de um poema de Eugénio de Andrade? Quem nela escreveu conhecia a sua poesia. Eu também!
Hoje, a propósito de algo que li, lembrei-me do poder que as palavras têm. Palavras que tanto podem ferir como um punhal, como ser um bálsamo quais gotas de orvalho. Ainda das palavras que...
(...)
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
(...)
...ou, ainda, de quão diferentes são estes dias, negros, de uma pandemia indesejada, que nos vai roubando as alegrias simples do convívio, olhos nos olhos uns nos outros e, nas belezas de outras paragens.
Campos de Aveiro,
Manchas verdes de arroz,
E a vela dum barco moliceiro,
Que um pirata ali pôs.
A servir de moldura
O velho mar cansado;
E o céu alto a descer e a ter fundura
Na quilha dum arado.
Miguel Torga, Palavras de Cristal
E o que fizeste à cadeira? Não tinha dono? Trouxeste para casa?
ResponderEliminarOra, UmaMaria...A cadeira ficou lá. Provavelmente o dono seria o mesmo da bicicleta. Eu trouxe foi a fotografia.
EliminarEsta cadeira romântica até chegou a andar pelo "Pinta-Amores" da Luísa.
Fui lá buscar o link para te mostrar. Tens é de o copiar e colocar na pesquisa do Google. Não me apeteceu trazer o link directo. Hoje já tive que chegue disso.
http://pinta-amores.blogspot.com/2016/09/178.html
Beijinhos. 😘 😘
Gosto muito de ler as palavras sublimes de Torga
ResponderEliminarAbraços
Alfacinha.
EliminarE das de Eugénio de Andrade, não gosta? E das minhas... também não? 🤔
Estou a brincar. 😂
Abraço.
Que encanto de cadeira.
ResponderEliminarComo tenho duas encantadoras cadeiras amarelas — vou escrever um poema nelas.
Teresa.
EliminarA cor da cadeira não influenciou em nada a beleza e originalidade da ideia, se em vez de amarela fosse azul turquesa ( a minha cor preferida) não seria menos bela.
Já sabes que poema lá vais escrever?
Boa semana, um abraço.
Ah, conheço esta cadeira. Uma blogger muito simpática e amiga cedeu-me o direito de a usar no pinta-amores. :)
ResponderEliminarPois conheces, Luísa, e ela também te conhece a ti. Deste-lhe notoriedade e fama. :))
EliminarBeijinho, boa semana.
Uma cadeira de cor amarela
ResponderEliminarEu não escreveria nela
As letras que nela espelha
Embora o amor seja urgente
Sentir-me-ia mais contente
Se a sua cor fosse vermelha
.
.
Um domingo feliz.
Cuide-se
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
Pois... se fosse, mas no caso é amarela. Uma cor linda por sinal, embora eu também goste de vermelho, claro.
EliminarGostei dos versos. Obrigada.
Uma boa semana, Ricardo.
Não há nada que eu não goste, a começar pela cadeira, os poetas, Aveiro que gosto muito e a bela magnólia.
ResponderEliminarUma diversidade que me encheu os olhos e o coração.
Beijinhos Janita
Quando me vem uma ideia à cabeça, quase nunca vem só, outras lhe vêm no encalço. Ajustar tudo, de modo a que a coisa me saia com sentido, por vezes não é fácil. Ainda bem que esta aparente variedade de temas e poemas te agradou, querida Manu.
EliminarUm grande beijinho e boa semana.
Já vi que temos um amor em comum. Refiro-me a Eugénio de Andrade e a Torga.
ResponderEliminarBelas fotos de uma linda cidade que é Aveiro.
Beijinho
E verdade, Ana, temos este amor em comum e o outro, não menor, pelo Alentejo. :-)
EliminarUm beijinho e Obrigada pela visita.
Bonita a publicação de hoje. Onde entra Eugénio de Andrade tudo fica mais belo.
ResponderEliminarObrigado
Um abraço.
Alegro-me com o seu comentário, Luís.
EliminarSe a poesia de Eugénio de Andrade embeleza as publicações, os comentários alegram os corações de quem as elaborou.
Obrigada.
Um abraço e boa semana
Nunca resisto
ResponderEliminare link(o)
e
Eugénio é génio
“Passamos pelas coisas sem as ver
Gastos, como animais envelhecidos
Se alguém chama por nós, não respondemos
Se alguém nos pede amor não estremecemos,
Como frutos de sombra sem sabor
Vamos caindo ao chão, apodrecidos”.
Frente a frente
“Nada podeis contra o amor
Contra a cor da folhagem
Contra a carícia da espuma
Contra a luz, nada podeis.
Podeis dar-nos a morte, a mais vil, isso podeis… e é tão pouco!”
Bem podia essa cadeira
ter a cor florida
da tua magnólia
É sempre gratificante quando os leitores acedem aos links sugeridos. Ainda bem que o Rogério o fez. Esses poemas de Eugénio de Andrade são os meus preferidos.
EliminarBelo elogio à minha magnólia. :-)
Obrigada.
Um abraço.
A Cadeira é tão bonita que dá vontade de ater em casa!
ResponderEliminar-
A compreensão verdadeira não tem preço. Obrigada.
-
Beijo, e um excelente Domingo:)
As coisas belas são para serem desfrutadas pelos olhares de quem as aprecia. Escondidas, jamais, Cidália. :)
EliminarCom o Domingo no fim desejo-lhe é uma boa segunda-feira.
Um abraço e obrigada.
Amarelo e sem pintinhas
ResponderEliminarCada cor seu paladar
Branco alva são as minhas
São boas para ver o mar
Olha que bonita quadra, SONS & SENTIDOS!
EliminarCadeiras para ver o mar
Podem ser de quaisquer cores
Bastam ter assento e espaldar
Não precisam ter flores.
Será que estive à sua altura? :-)
Um abraço.
Obrigada
Lindo achado Janita.
ResponderEliminarÉ urgente o amor e pede passagem, Eugenio sempre bom.
Beleza de partilha do Torga nestes olhares pela cidade.
Gosto destes olhares com poesia Janita.
Meu abraço e feliz semana com paz, alegria e poesia.
Foi o meu olhar atento ao que estava à volta que achou a cadeira, Toninho. Fiquei um bocado a olhar para quem passava e todos seguiam sem parar. Até o meu filho e nora, que seguiram para diante, tiveram que me chamar, é que fiquei presa a esta interessante ideia.
EliminarMuito grata pelo seu apreço, meu amigo.
Um abraço e uma boa semana.
Tb são as minhas formas de artw favoritas.
ResponderEliminarAs de rua.
Dizem sempre tanto
Gostei
Esta expressão de Arte urbana é deveras original, Miguel.
EliminarNa minha já longa vida nunca me tinha deparado com algo tão bonito e interessante.
Um abraço, boa semana.
Boa semana
Eliminar😊
Boa noite! 😊
EliminarJanita,
ResponderEliminarÉ uma delícia de
experiência, essa cadeira
com esses lindos
versos. Toda publicação
é maravilhosa.
Bjins de ótima nova semana.
CatiahoAlc.
Bjins
é de fato notável
Olá, Cátia.
EliminarÉ sempre um gosto receber as suas visitas e palavras tão gentis e amigáveis. Muito obrigada.
Também lhe desejo uma óptima semana.
Beijinhos gratos.
Uma bela cadeira. E Eugénio de Andrade e Miguel Torga no mesmo post é sol brilhando em céu azul.
ResponderEliminarAdorei.
Abraço, saúde e boa semana
Desta vez deu-me jeito juntar, às minhas palavras, as palavras destes dois grandes nomes da nossa Poesia, amiga Elvira.
EliminarFico deveras feliz com o seu agrado.
Um beijinho com votos de uma boa semana.
Há tantos anos não vou aos ovos moles!!!!
ResponderEliminarBeijinhos, boa semana
Pois, Pedro, está muito longe.
EliminarPor cá, não é preciso ir a Aveiro para nos deliciarmos com essa iguaria. Qualquer supermercado tem à venda os «ovos moles» dessa bela cidade.
Beijinhos, boa semana.
Aqui em Lisboa também há....eu é que passo ao lado deles no hipermercado e faço vista grossa....há dois anos que consigo manter o mesmo número de jeans!🤣
EliminarOlha que grande proeza...🤔
EliminarPara quem esteve um mês sem tocar numa migalha de pão, aboliu o açúcar no café desde outubro/20, faz quilómetros a pé diariamente, cortou com a manteiguinha na torrada matinal...achas que passar pelos ovos moles no super, e olhá-los com desdém, custa alguma coisa? Pffff.... 😛
😂
A mim custa...e de que maneira!! 🤣
EliminarGulosa!! 😛
EliminarBom dia
ResponderEliminarEscrever frases nas cadeiras não é de todo normal para passar mensagens, mas deve ter sido com a melhor das intenções.
Gosto muito de Aveiro , especialmente da Costa Nova e comer um bom robalo grelhado nas esplanadas dos restaurantes .
JR
Boa tarde, JR.
EliminarEm Arte, quanto maior a originalidade, melhor o efeito atractivo que exerce sobre os apreciadores. É vermos as obras de Bordalo II... :-)
Ah, as belezas da Costa Nova!... Há anos que lá não vou.
Devagarinho e com cuidado, acabaremos por ter a liberdade que tanto desejamos e nos permitirá retomar o que nos dava prazer.
:-)
Aveiro, Eugénio de Andrade e Miguel Torga são uma bonita conjugação!
ResponderEliminarAbraço
Uma trilogia e tanto, não é Leo! :-)
Eliminarbeijinho, boa semana.
"O poder que as palavras têm" é um facto, mas há quem diga que palavras leva-as o vento e outros, ainda, que a falar é que a gente se entende. Há ainda uma outra versão: a palavra é de prata e o silêncio é de ouro.
ResponderEliminarEu diria: tudo com conta, peso e medida.
bji e boa semana
Pois é tudo muito certo, mas eu continuo na minha de considerar o poder imenso das palavras. Até porque antes do vento as levar, elas, as palavras, ou acariciam o nosso íntimo ou nos deixam de rastos, mas nunca indiferentes, essa é que é essa! :-)
EliminarBeijinhos, boa semana!!
Olá, Janita
ResponderEliminarAs palavras às vezes parecem também uma cadeira bonita em que apetece descansar. Há quem diga que as palavras podem fazer verdadeiros milagres e eu concordo.
Bonita magnólia.
Uma noite descansada.
Olá, Maria Dolores.
EliminarO peso das palavras é incalculável, tanto para o bem quanto para mal. Tanto podem ser milagrosas e salvadoras como podem devastar uma vida.
Obrigada.
Beijinhos e uma noite descansada.