terça-feira, 20 de julho de 2021

ORVALHOS DA MEMÓRIA.

 

Foto e texto da autora do blogue, claramente inspirado no poema.


Todos os que iluminavam a minha vida abandoram a casa.

 A ausência de amor, tudo mata.

 

Aos poucos tudo se foi ressentindo e secando. Não se ouvem risos nem sussuros, tudo ficou quieto e dolorosamente sem vida. 

A ausência de amor, tudo mata.

 

Até as flores e as plantam perderam o brilho e a cor. O orvalho resvala pelas folhas sem as humedecer, tal como as minhas mãos secas e a pele enrugada do meu rosto.

 

A ausência de amor, tudo mata.

 

Aos poucos, sem a seiva do afecto, também eu me sinto a morrer lentamente.

 

Como disse o Poeta:

 "O Amor Tudo Mata Quando Morre".



****************************

----------------------

36 comentários:

  1. Gostei do poema e do sotaque português Janita _ sempre bom ouvir um poema sentimental assim. Triste imaginar que o 'amor quando morre, tudo mata'. Sim, quem perde um amor perde o brilho de viver, mas existe o tempo que também tudo cura.
    Temos momentos assim mais reflexivos, Janita ,a tristeza a gente manda embora amiga e quero-te com poemas de esperança em muitos outros tipos de amor que nunca morrem.
    O figo na foto está apetitoso .
    grande abraço miguinha

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Bom dia, Lis!

      Amor, amores, representam para a vida do ser humano, a seiva que alimenta as árvores. Amores, são os nossos descendentes a quem demos vida e partiram para dar vida a outras vidas.
      É a lei na Natureza.
      Prometo que o próximo será de alegria e esperança, querida Lis! :)

      Um beijinho com votos de um dia iluminado.

      Eliminar
  2. Oi, Janita!
    Pensar que lutamos para sustentar um amor que o tempo irá consumir. Talvez o amor queira nos dizer para apenas vivermos o momento, afinal, o dia de ontem, já morreu e junto com ele, morremos um pouco a cada dia.
    Beijus,

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, Luma Rosa.

      Agradeço as suas palavras sábias. A vida é tudo isso sim, e, isso, é um ciclo que se repete ad aeternum.

      Um braço grato.

      Eliminar
  3. Brevemente lá em casa serei eu, a minha mulher, dois gatinhos e um passarinho.
    É a lei da vida.
    Beijinhos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Também nós partimos um dia da casa paterna, não é Pedro?
      Uma lei que dói, mas à qual ninguém foge. Fica a alegria que, nos momentos de reunião familiar, (cada vez mais raros, por motivos bem conhecidos) saem dois, mas entram quatro, cinco ou seis, e a casa se enche novamente de sons, risos e alegria. :)
      Beijinhos.

      Eliminar
  4. Bom dia
    Embora com sentimento muito profundo , que a sua inspiração continue e nos traga sempre bons poemas e boas fotos .

    JR

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Bom dia, Joaquim.

      Muito, muito grata, pelos seus sempre bons deejos e pelas suas visitas tão incentivadoras.

      Um abraço e tudo de bom também para si.

      Eliminar
  5. Já depois de ter feito o comentário no blog do Miguel (Inatingivel 2020) que reproduzo a seguir, achei que se aplica como comentário à sua publicação de hoje, peço desculpa pela duplicação mas achei muito adequado.

    A solidão impede a floração da alegria em nós, antes nos remete para a nostalgia, a melancolia, o que, diga-se, é um outro tipo de prazer.

    Um abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não li a publicação do 'Inatingível', que irei ler mais tarde.
      Depois de pensar um pouco nas palavras que aqui deixou, penso que o Luís colocou o dedo nessa ferida, que marca profundamente o sentir dos seres solitários, não por opção, mas por imperativos da vida.
      É verdade. Há como que um prazer quase mórbido, em não permitir a entrada do desabrochar da alegria em nós.
      Irei tentar alimentar, com mais carinho, o meu jardim interior.
      Muito obrigada pelo excelente comentário.

      Um forte abraço.

      Eliminar
    2. Também tenho como experiência o afastamento de três, deixei de usufruir da sua companhia e por isso de mais cinco descendentes. Sei o que isso é.
      Um abraço.

      Eliminar
    3. Temos de ser fortes e apelar a toda a nossa força interior, pois aliada à distância geográfica que nos separa dos nossos entes queridos, veio o flagelo que a todos afecta e isola.
      Felizmente, vamo-nos mantendo à tona nesta interacção e entreajuda blogosférica. É essa troca de impressões e ideias que me tem valido, para não me deixar cair no fosso depressivo.
      Obrigada!

      Outro abraço.

      Eliminar
  6. Bom dia Janita
    Há muito tempo que te leio não sei bem há quanto anos e estive a reler este teu espaço conforme o meu tempo disponível e digo-te que que manténs a mesma "qualidade" e inseri-te ao que eu chamo os "meus livros de bolso" isto claro se permitires a minha entrada se for não retiro-me de imediato!:)
    Não adiciono ao tal do Google não sei das quantas uma ferramenta que nunca usei.
    Os meus genros numa tarde arranjaram-me o pc porque o outro já era marado como eu:)))) e por vezes ainda ando a pescar:)))
    Beijocas e um bom dia
    Este teu poste está

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, Fatyly.

      Mas que surpresa boa ver-te por aqui. Desde os tempos já longínquos, em que ambas seguíamos as histórias do Vitor Fernandes naquelas suas sagas deliciosas quase diárias, que nunca mais te vi de perto. :)
      É certo que continuei a ver-te em alguns blogues que visitamos, mas cada qual na sua.
      Vou tentar adicionar-te à minha lista, para ler as tuas publicções, embora o Blogger ande a fazer tantas alterações que já nem me entendo com elas. De momento até ando com receio de mexer na foto de cabeçalho, não vá de novo ficar às cegas.

      Bem, aparece sempre que te aprouver e crê que serás muito bem-vinda.

      Beijocas e um forte abraço. :)

      Eliminar
    2. Se o disse, melhor o fiz e parece que os astros alinharam...
      A tua cubata já cá está, irei aparecer tão cedo quanto possível.
      Vai preparando um chazinho de boas-vindas. Eheheheh

      Eliminar
    3. É verdade as histórias do Vitor eram excelentes e acho que a maioria da gente desse tempo pisgaram-se para o Facebook que eu não tenho nem quero ter. Eu também andei às aranhas com o Blogger porque os meus genros mudaram tudo a que eu tinha direito e explicaram tudinho que entrou a cem e saiu a 200 e só mesmo metendo a mão na massa:))) Já consigo e acho muito mais prático:)
      O mesmo com o telemóvel...porra queria passar umas fotografias para o pc para imprimir e levar à minha mãe que está num lar...ainda não consegui mas irei tentar noutro dia.

      Beijos e um enorme abraço

      Eliminar
  7. Sim, assim será.

    Mas, creio que não é o caso. Seria se o amor que a Janita é capaz de dar, tivesse morrido. E por capaz de dar, refiro-me ás suas publicações aqui, ás suas flôres e plantas, aos gatos que já nos deu a conhecer, não é apenas á família.

    Tristeza, solidão e melancolia todos sentimos. Somos humanos.

    Mas, toca a arribar comadre Janita!

    Se esses belos figos estivessem aqui perto, quem arribava era eu! Adoro!

    Um grande beijinho, Janita!

    Sandra Martins

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Fica-me tão difícil responder aos comentários de preocupação, por parte dos amigos que me visitam e estimam que, tão cedo ninguém vai ler por aqui palavras que não sejam de riso e alegria.

      Ah, os figos, Sandra, até a figueira nunca mais deu figos bons como esse que aparece na foto. Também eu, doida por eles, lhes chamaria um figo. Vamos ver se a coisa ainda se compõe antes de terminar o Verão...

      Beijinhos e abraços mil com a minha gratidão, querida Sandra do Algarve. :)

      Eliminar
  8. É assim a lei da vida. Começa-se a dois, aumenta-se a família, e, um dia, acaba-se, regra geral, apenas em um. Os filhos partem, um membro do casal, parte para o reino dos céus, e fica o silêncio e a solidão.
    Felizmente na minha casa ainda existem os dois que começaram. Até um dia...
    .
    Cumprimentos
    Cuide-se
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Cada vida, uma história, cada história encerra o segredo de uma vida, Ricardo.
      Muito obrigada e cuide bem de quem está a seu lado.

      Um abraço

      Eliminar
  9. A memória salvaguarda o amor!

    Abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sempre, Leo. Assim a memória não nos atraiçoe e parta sem nos levar... :(

      Um abraço.

      Eliminar
  10. Boa tarde, Amiga!
    Fiquei na melancolia, Um poema tão verdadeiro. Tanto o seu como o do Poeta! Sou sincera, tenho medo da velhice e da solidão que possa provocar. Muito embora tenha os meus por perto. A Vida é assim, tem momentos bons e outros menos bons!| 🌹💙
    -
    Beijo, e um excelente dia...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Boa tarde, amiga Cidália.
      Sinceramente, encaro a velhice como algo natural, o meu grande medo é a ameaça que sobre mim paira e me pode deixar dependente, segundo já me foi dito pelo Hematologista, caso o número das plaquetas não baixe. Isso leva-me a recorrer ao medicamento que não está á venda e me é cedido pela farmácia do HSJ. Veremos no próximo dia 27, após novas análises, se baixaram ou terei de aumentar a dose. Como toda a químio, também esta me anda a trazer alguns transtornos.
      Há situações em que a morte é o mal menor...

      Beijinhos e obrigada.

      Eliminar
  11. Olá,janita

    “A vida é a arte do possível”, alguém terá dito, expressão que muito contém de verdade. Como igualmente verdade será que a mesma não trata a todos de forma amiga e generosa...
    Que os teus receios não passem disso mesmo, e que melhores dias cheguem em breve.

    Beijinhos amigos, um abraço

    Vitor

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, amigo Vitor.

      É praticando essa Arte do possível, que vou tentando viver o melhor que posso e sei. Sem muito sucesso, é verdade, mas em (quase) tudo o que faço dou o meu melhor.

      Beijinhos muito gratos e amigos.

      Eliminar
  12. A ausência de amor é um estado de espieito
    Se calhar requer habituação, como outro qualquer
    Gostei
    😊

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não creio, Miguel! A felicidade é que é um estado de espírito, o amor, ou a sua ausência, nada tem com o nosso ânimo momentâneo.
      Requer a capacidade de entrega ao outro. É diferente, penso. :)

      Abraço de bom dia.

      Eliminar
  13. O amor dos/aos "nossos" ou o amor do/ao "outro" serão seguramente diferentes. Contudo, a perda de um ou de outro será sempre uma imensa tristeza, seguramente se for dos "nossos". Também é certo que o tempo vai curando a ferida, ainda que fique sempre uma marca.
    Arribe, sff.
    bjis.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Tudo depende de quem o sente ou sabe sentir, porque «isto» de amar é uma arte, um dom, a capacidade de dar e sentuir necessidade de receber.

      Arribo para fazer o quê?

      Beijinhos.
      Bom dia!

      Eliminar
  14. Olá, querida amiga!
    Gosto das repetições que dão musicalidade ao poema.
    O Amor quando morre tudo mata e a morte é de crueldade horrenda, sem sensibilidade alguma se desdenha o que se regalou.
    Gostei muito.
    Seja feliz e abençoada!
    Beijinhos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Segui os passos do poeta, seguir um trilho nunca é o mesmo do que fazê-lo pela força da caminhada, querida amiga.
      Mas sempre lhe ficarei grata pela bondade e atenção das suas palavras animadoras.

      Um beijinho de bom dia! :)

      Eliminar
  15. Bom dia, Janita.
    Um bocadinho triste, mas muito belo. Porque a vida é mesmo assim: muito bela mas, por vezes, triste. Se assim não fosse, não seria vida, mas apenas os tais 'limões ressequidos'.
    Um beijinho e um dia como o sumo de fruta fresca e boa.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Amiga Dolores, tomemos então todos os sumos que a Vida nos põe no caminho, sejam doces, ácidos ou agri-doces.

      Um beijinho de gratidão e de bom dia! :)

      Eliminar
  16. Gostei muito do poema.
    Acredito que mesmo que morra o amor, fiquem as boas lembranças.

    Beijinhos querida Janita

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Desculpa, querida Manu.
      Não subcrever comentários, (nem os que me fazem, quanto mais os que se fazem noutros espaços) deixa-me amiúde sem tomar conhecimento deste teu e outros que são feitos em postagens mais antigas. O que vale é que, de vez, em quando, faço uma ronda não ter surpresas...

      Respondendo agora, creio que o poeta se referiu a um outro amor que não o meu, que diz respeito às vozes de filhos e netos. Esses amores, podem ficar longe, mas nunca morrem.

      Beijinhos, querida Amiga!

      Eliminar