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Ai, Margarida!
Ai, Margarida,
Se eu te desse a minha vida,
Que farias tu com ela?
— Tirava os brincos do prego,
Casava c'um homem cego
E ia morar para a Estrela.
Mas, Margarida,
Se eu te desse a minha vida,
Que diria a tua mãe?
— (Ela conhece-me a fundo.)
Que há muito parvo no mundo,
E que eras parvo também.
E, Margarida,
Se eu te desse a minha vida
No sentido de morrer?
— Eu iria ao teu enterro,
Mas achava que era um erro
Querer amar sem viver.
Mas, Margarida,
Se este dar-te a minha vida
Não fosse senão poesia?
— Então, filho, nada feito.
Fica tudo sem efeito.
Nesta casa não se fia.
Álvaro de Campos
01-10-1927
[ arquivopessoa.net/textos ]
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Com pão já ninguém se contenta
Todos querem o conduto
Pão seco não faz merenda
Mesmo quando não há puto!!
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[ Digo eu, que sendo gente, não sou Pessoa]
Adenda: Por sugestão de "várias famílias" - como se dizia antigamente - alterei o último verso da minha quadra e até o coloquei a itálico, para dar o crédito a quem de direito.
Obrigada, amigo Jaime Portela. Quem sabe, sabe! 👍
😊
Não conhecia este poema de Álvaro de Campos.
ResponderEliminarQue bela homenagem ao nosso Fernando Pessoa do dia do seu nascimento!
Abraço
Embora de uma forma subtil, quis homenagear Pessoa, sim.
EliminarO Poeta e seus heterónimos, merecem!
Grande abraço, Leo!
Poesia linda de Álvaro Campos e gosto das margaridas e da tua quadrinha!
ResponderEliminarbeijos, ótimo dia! chica
Obrigada, Chica!
EliminarA minha quadrinha é repetida.
Não sei porque carga d'água - talvez porque me tenha caído no goto - repeti a que deixei na minha resposta ao Pedro.
Beijinhos, amiga.
Sei que gostas muito de margaridas, eu também.
ResponderEliminarUm poema lindo de Álvaro de Campos.
Uma bela homenagem a Fernando Pessoa que hoje faz anos.
Beijinhos Janita
De uma maneira geral gosto de todas as flores, mas tenho uma predileção especial pelas modestas e lindas margaridas.
EliminarÉ verdade, se fosse vivo, o que seria algo inédito, Fernando Pessoa faria hoje 135 anos.
Um grande beijinho, querida Manu.
Há pessoas assim, com esse dom.
ResponderEliminarBeijinho, Janita.
Pois...umas têm, outras, não!
EliminarBeijinho, António!
Bom dia
ResponderEliminarMargarida linda flor
Hás de ser o meu amor
Hás de ser minha mulher
És uma flor do campo
Pequena mas um encanto
Vou amar-te até morrer
JR
Boa tarde, JR!
EliminarComeço a ficar descrente
Desses amores sempiternos
Longe da vista e da gente
Mal aparece outra saia
Esquece-se o tal amor fremente.
Feliz dia de Santo António.
Bela foto e poema encantador.
ResponderEliminar*
Uma Santa e feliz semana.
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Ilusões e Poesia
*/*
O noso Fernando Pessoa e os seus múltiplos heterónimos, sempre têm algo de novo para nos contar.
EliminarObrigada, Mariete!
Um poema muito engraçado já musicado em Portugal
ResponderEliminar.
Saudações cordiais e poéticas
.
Este poema foi musicado e cantado? Pois não sabia, não senhor!
EliminarNunca o ouvi.
Saudações amigáveis.
Margarida é o nome da minha irmã, Isabel Margarida.
ResponderEliminarBeijinhos
Um nome lindo, como linda será a irmã do Pedro.
EliminarBeijinhos, com amizade.
Gosto de margaridas, gosto do Pessoa e dos seus poemas, mas parece-me (sem ter a certeza) que a flor mostrada na imagem é camomila. E confesso que a camomila me dá muito mais jeito que a margarida, pois me serve para resolver todos os distúrbios gástricos, é o melhor remédio da natureza e isso o Pessoa não sabia, nunca saiu de Lisboa. Ainda agora, está ali sentado junto ao Camões!
ResponderEliminarAs flores da foto - que é de minha autoria - captada durante uma das minhas caminhadas, em Junho de 2021, não são margaridas, pois essas flores não nascem espontâneas nas bermas dos caminhos. Tampouco sei se são camomilas ou não. Costumo chamar-lhes malmequeres...Esse nome tão abrangente para todas as florzinhas campestres de pétalas brancas e coroas amarelas, ou todas amarelinhas... :)
EliminarQuanto a Pessoa mai'los seus heterónimos, talvez seja o Poeta mais divulgado pelas internetes, se melhor ou pior, não sei. Só sei que igual a Camões, não houve, não há, nem haverá nenhum!
Também me deixei fotografar sentada ao lado de Pessoa, no Largo do Rossio, na Capital do Reino...
Thank you so much for such a well-written article.🥰😍😘
ResponderEliminarភ្នាល់បាល់ អនឡាញ
The merit is not mine, it's the Poet's. 😇 😊
EliminarIn my blog, articles related to are mainly written, and they are usually.😘
ResponderEliminarភ្នាល់បាល់ អនឡាញ
👍
EliminarGosto muito de margaridas mas já não digo o mesmo de toda a obra de Pessoa. Este poema que já conhecia, para mim retrata o lado de "coitadinho" presente em muito da sua obra. Os teus versos soube-me a pouco porque fazes muito bem:))
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
Achas, de verdade, que Pessoa neste poema - através da palavra de Álvaro de Campos - faz o papel de 'coitadinho'?
EliminarCá para mim, com toda esta lábia ele faz mas é de espertinho.
Sabes? Aquelas pessoas parvas-espertas, que se fazem de 'lorpas' , para levar as outras no bico... :))
Dizes que versejar é comigo
Quem me dera a mim saber
Levar os outros no 'bico'
Mas sem mal algum lhes fazer.
:))
Beijinhos, Fatyly.
Claro que Pessoa se faz(fazia) de coitadinho para levar a sua esperteza!
EliminarConheço muitas pessoas das que referes e quero distância delas porque nisso descubro na hora.
Outra quadra fizeste
Eu bem tenho razão
Enalteço o teu teste
Vindo do teu coração
(Fatyly)
Beijos e um bom dia
👏 👏 😍
EliminarBeijinhos, querida Fatyly! 🌻
Belas flores!
ResponderEliminarBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!
Jovem Jornalista
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Até mais, Emerson Garcia
Obrigada, Jovem Jornalista.
EliminarBoa semana.
Querida Janita
ResponderEliminarAdorei encontrar aqui Álvaro de Campos com este "Ai, Margarida".
Numa adenda no final do poema consta que o mesmo foi "comunicado pelo Engenheiro Naval Álvaro de Campos em estado de inconsciência alcoólica". Talvez Fernando Pessoa a redimir-se, por lhe atribuir um
poema que sai do formato a que cingiu este heterónimo.
Beijinhos
Olinda
Olá, Olinda!...
EliminarTambém me apercebi dessa referência ao suposto 'estado de inconsciência alcoólica' de Álvaro de Campos, mas achei por bem não espalhar isso aos quatro ventos... 😇
Bem vista e bem quista, aqui, a sua observação.
Assim, posso fazer como Pôncio Pilatos, né?! 😁
Um beijinho e bom resto de semana. 🌻
Fernando Pessoa também sabia brincar com a poesia. E este poema é a prova disso mesmo, é muito divertido.
ResponderEliminarA sua quadra também é muito boa, mas o último verso poderia ser
"Mesmo quando não há puto"
Continuação de boa semana, cara amiga Janita.
Um abraço.
Tanto poderia ser... que foi, caro Jaime!
EliminarAté me soa melhor e tudo!
Como não associo essa palavra à expressão «não ter nada» e sim, aos putos que são como bandos de pardais à solta, jamais me passaria pela cabeça terminar a quadra dessa maneira...e as voltas que dei à cabeça?! 😅
Boa semana também para si, Jaime, e grata pela ajuda, sempre lhe ficarei devedora...Um forte abraço.
Dos dicionários: Dinheiro, tostão, vintém (ex.: não pode ir de férias, porque não tem um puto).
EliminarA minha ideia não era para mudar nada. Foi só para continuar a brincadeira do Fernando Pessoa e sua. Se calhar até estava melhor antes (já não me lembro como era...).
Um forte abraço, minha querida amiga Janita.