Não quero
cantar amores,
Amores são passos perdidos,
São frios raios solares,
Verdes garras dos sentidos.
São cavalos corredores
Com asas de ferro e chumbo,
Caídos nas águas fundas,
Não quero cantar amores.
Amores são passos perdidos,
São frios raios solares,
Verdes garras dos sentidos.
São cavalos corredores
Com asas de ferro e chumbo,
Caídos nas águas fundas,
Não quero cantar amores.
Paraísos proibidos,
Contentamentos injustos,
Feliz adversidade,
Amores são passos perdidos.
São demências dos olhares,
Alegre festa de pranto,
São furor obediente,
São frios raios solares.
Da má sorte defendidos
Os homens de bom juízo
Têm nas mãos prodigiosas
Verdes garras dos sentidos.
Não quero cantar amores
Nem falar dos seus motivos.
FONTE da foto da escritora. |
Garras dos Sentidos
[Poema de Agustina Bessa-Luís]
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Um bonito poema que desconhecia. Obrigada pela partilha.
ResponderEliminarAbraço e bom fim-de-semana
Bom fim de semana Nita
ResponderEliminarBeijoca
ResponderEliminarOlá Janita, boa ideia para redescobrir a poetisa
Agustina Bessa-Luís
beijinhos
Angela
https://poesiesenportugais.blogspot.com/
Não conhecia o poema, no qual agradeço pela partilha. :))
ResponderEliminarHoje:- Sinto-me o jardim mais florido da solidão [POETIZANDO]
Bjos
Votos de um óptimo Sábado
Muito Obrigada aos Amigos que vieram ler comigo este bonito poema da Agustina Bessa-Luís. A nossa grande escritora que completou noventa e sete bonitas Primaveras.
ResponderEliminarMas acontece que estou aqui em pulgas para publicar umas fotografias que tirei hoje. Tinha o postal agendado para a meia-noite, como sempre faço, mas já antecipei para as 21:00. :)
Um beijinho para vós, que gostais de poesia, como eu!
Antes de mais gosto do poema. Que esperando não desvirtuar o mesmo ao interpretá-lo, diria que enquanto escrito por uma mulher, a imensa Agustina Bessa-Luís, no tom negacionista/pesaroso em que o mesmo está escrito, diria que remete para um tempo em que o "Amor" mais que coincidir com natural e equitativa partilha, remetia acima de tudo para "furor obediente" ... que logo se vê de quem com relação a quem..., por norma com inicial base em "demência dos olhares"...
ResponderEliminarAbraço
Não desvirtuou nada mesmo, Victor. Só tenho a agradecer o seu bom gosto e interesse neste poema, cuja interpretação me parece muito bem articulada.
EliminarUm abraço e obrigada, Amigo.
Não consigo fazer um comentário ao nível de Victor Barão, em todo o caso, parece-me que continua a refletir que "canta o amor" que a desapontou, talvez, acreditando que teria merecido melhor sorte. Gostei muito, Beijinhos
ResponderEliminarTambém penso que a Agustina, ao não querer 'cantar amores', está precisamente a cantar o desencanto de um Amor desencantado, Sam.
EliminarObrigada. :)