À força de estarmos conectados,
numa disponibilidade indistinta e sem horário, acabamos por nos desconectar das
pessoas a quem mais queremos. O resultado é este: ficamos mais próximos dos
desconhecidos e mais desconhecidos dos que nos são próximos. São muitas as
atitudes que podemos tomar para diminuir saudavelmente o nosso grau de
hiperconexão à Net,
reconquistando espaços de qualidade, de reflexão, de governo de si, de partilha
com os outros ou de necessário repouso.
A
primeira atitude, porém, é afirmar o direito a desconectar-se. Só isso fará
recuar a síndrome da «hiperconectividade» que nos condiciona a todos,
indiferentemente de idades e contextos: mensagem chama mensagem, e com uma
urgência que se sobrepõe a tudo; os pais atendem mais vezes o telemóvel do que
aos filhos pequenos que vivem com eles; os amigos não conseguem dizer uns aos
outros «gosto muito de ti, mas não vou responder a todos os
teus whatsapp»; os namorados não sabem amar-se sem a mediação das redes
sociais; gasta-se um tempo precioso a responder, replicar, retorquir tontices
por monossílabos, alimentando a ilusão de que diante de um ecrã nunca se está
sozinho. Mas aí estamos solitários mais vezes do que supomos.
José
Tolentino Mendonça, - in “O Pequeno Caminho das Grandes
Perguntas”.
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É bem verdade.
ResponderEliminarPor isso frequento a Universidade Sénior, e as tertúlias poéticas e culturais.
Para não passar a vida em frente do teclado.
Abraço e bom domingo
Elvira.
EliminarAté me sinto na nuvens por poder voltar a responder-vos e a aceder aos vossos espaços, sem problemas nem condicionamentos. Foi-se o 'sufoco' blogosférico!
Quanto às suas actividades, fio contente que se não tenha acomodado. Mesmo assim imagino que, com tantos blogues, ainda passe alguma horas frente ao teclado .
Um abraço
Bom dia
ResponderEliminarTanto o telefone como o PC são para mim duas ferramentas de trabalho atualmente indispensáveis no entanto não dispenso uma Boa conversa com um ou mais amigos.
Bom domingo
JAFR
É isso mesmo, Joaquim, quer queiramos ou não as novas tecnologias vieram para ficar. Em muitas situações; ainda bem!
EliminarBoa noite
Esta hiperconectividade, designadamente o uso e abuso descontrolado do stupidphone, numa dependência doentia e alienada é, quanto a mim, a maior praga da Humanidade, a seguir à Peste Negra na Idade Média e à Vida nos anos 80! Abaixo o stupidphone, long live the smartlife!!!
ResponderEliminar:) Os stupidphone, estão sempre nas mãos de stupidpeople, Roadrunner! Eu tenho um smartphone, porém sou tão «stupid» que só o uso para receber/fazer chamadas e tirar fotos. :))
EliminarAbraço! :)
Onde se lê "Vida" é obviamente "Sida". Cá está o corrector ortográfico a tentar controlar a nossa vida!��
ResponderEliminarNão tenho nenhum stupidphone, felizmente :)
EliminarPoderia argumentar que por falta de dinheiro para o adquirir, mas não seria essa a razão, muito embora seja verdade. Não o tenho porque esta caixinha preta que me serve para pedir socorro ou dar dois dedos de conversa a um amigo, em nada me afasta da escrita, da leitura e de uma boa conversa, caso encontre alguém capaz de ainda a manter, claro.
Dantes, conversava muito através da escrita. Agora tenho uma acuidade visual tão reduzida que me começo a sentir mais condicionada do que o cão de Pavlov - ler e escrever= frustração + dor de cabeça intensa.
:))
EliminarGosto muito da solidão e preciso dela para escrever - ou precisava, quando ainda tinha olhos e coração para o fazer... -, mas não dispenso as minhas duas horinhas diárias de convívio humano, no cafézinho da esquina :)
ResponderEliminarPrecisam da solidão, os poetas que ainda podem poetar. Reconheço, no entanto, que a qualidade da comunicação entre humanos está a degradar-se muitíssimo.
Beijinho, Janita :)
Maria João.
EliminarTudo é bom quando usado com conta peso e medida.
Haja bom senso e tudo correrá às mil maravilhas.:)
Beijinho. :)
Gosto da tua trança MORENA que exibes com alguma vaidade (dedução minha e sem compromisso).
ResponderEliminarÉ verdade que muitas vezes nos "afastamos" de quem é mais perto de nós, mas dessas vezes algumas vezes é porque nos mais próximos os sentimos mais afastados.
Porque nem em todos os que nos rodeiam nos sentimos à vontade para nos mostrarmos como somos, o que queremos e o que desejamos. Somente aos amigos (que podem ser familiares ou não) concedemos essa oportunidade.
Beijos sempre sorridentes
A minha trança veio aqui parar - sem vaidade :) - para exemplificar aquele virar de costas aos que nos estão próximos, ó Kok!! :)
EliminarMas, tem carradas de razão, quando dizes que a nossa aproximação aos que estão de nós distantes, muitas vezes é por encontrarmos neles a proximidade que não temos com os que nos são próximos. Essa é que é essa!
Beijos, risonhos! :)
Olá,Janita.
ResponderEliminarO que começou como apelo irresistível para uns poucos rapidamente se transformou em alargada “dependência”. E hoje, mesmo aqueles que acham que este viver em modo de comunicação permanente com o mundo lá fora pouco ou nada terá de saudável, também eles pouco ou nada parecem fazer para mudar o rumo das coisas: porque não podem, ou simplesmente não querem...De modo que esta forma de estar na vida, independentemente do que cada um de nós dela pense, é coisa que veio para ficar - fruto destes novos tempos...
Muito a propósito este tema que aqui trouxeste.
Beijinhos amigos
Vitor
Olá, Vitor.
EliminarSe tudo estagnasse no tempo, ainda estaríamos na Idade da Pedra, o mal não está na evolução quando as descobertas são usadas para nos favorecer e não para que nos percamos nelas.
Finalmente, posso voltar a interagir convosco, nesta minha pequena janela aberta para o mundo. :)
Beijinhos com Amizade.
A dependência quanto se trata de novas tecnologias como estas é uma realidade. Nunca os jovens (e os adultos) tiveram uma plataforma tão abrangente como esta em que podem obter e fornecer informações em segundos e “conviver” com pessoas de todos os cantos do mundo.
ResponderEliminarChego a ter conversas por texto. E não me preocupo com isso. Tenho a capacidade (ainda) de diversificar os meus meios de comunicação/convívio.
O convívio social é extremamente importante para afastar a solidão e a depressão. Por isso os jovens (embora tenha lido estudos que indicam que na realidade ainda há poucas pessoas verdadeiramente viciadas) correm muitos riscos associados a esta dependência, o que é uma situação muito assustadora. Impedir que eles passem tanto tempo com o seu smartphone ou computador é como que remar contra a maré. Enquanto são pequenos, a coisa pode-se mais ou menos controlar... Há, indiscutivelmente, muitas vantagens... mas as desvantagens são igualmente importantes e merecem ser consideradas. Qual a solução para a população em geral? Não sei.
Uma trança muito bem feita, sim senhor!
: ))
Na minha modesta opinião toda a dependência, seja do que for é negativa, Catarina. Há que saber aproveitar e usar comedidamente o mundo cibernético, como o fazemos na vida. Temos que saber optar pelo que nos engrandece e passar ao lago das coisas que nos derrotam. :)
EliminarComo deves calcular a trança foi feita por uma profissional. :))
Beijos.
"os pais atendem mais vezes o telemóvel do que aos filhos pequenos que vivem com eles"
ResponderEliminare a retaliação nem se faz esperar
"os filhos atendem mais vezes o telemóvel do que aos pais idosos que vivem com eles"
No sábado passado houve uma demonstração de que não há inevitabilidades... como poderás daqui a assistir a um testemunho disso tudo!
Lá diz o ditado, Rogério:
Eliminar"Filho és, pai serás, assim como fizeres assim receberá"
Assisti, gostei e botei palavra. :)
Um abraço.
Eu também uso e abuso das redes sociais e do tlm para tudo, sei que há pessoas que "desligam" completamente das pessoas à sua volta. Mas sabes Nita, há que saber viver com tudo, não deixo o telemóvel em casa, jamais ando sem ele, mas não desligo das pessoas, isso nunca. Não tenho filhos para dar atenção, tenho uma Mãe, que nunca me esqueço dela e tenho o mais que tudo que também não o esqueço. Os amigos quando estou com eles se mexo no tlm? mexo claro!! mas quem não o faz? Depois há o que as pessoas esquecem, os tlms tiram o convívio, talvez, mas e alguém seria capaz de andar sem ele? como escreverias aqui no teu blog? como falarias com a família? como saberias se estão bem ou não? tu/ nós, não estamos viciados, é um bem essencial, tem é de se saber usar.
ResponderEliminarBeijoca Nita, boa semana.
Exactamente, querida Mena...se soubermos gerir o nosso tempo racionalmente, teremos espaço para tudo, sem dependências nem exageros.
EliminarQuando a falar com os nossos familiares distantes, por via destas 'modernices', nem sabes o bem que me faz receber quase diariamente fotos do meu netinho caçula. :)
Beijinhos, Nina. Tudo de bom.
A tecnologia é necessária, essencial mesmo.
ResponderEliminarMas não nos pode escravizar.
Beijinhos, boa semana
Sem dúvida, Pedro.
EliminarDevemos ser 'senhores' e não escravos, das evoluções que se vão operando ao longos dos tempos..
Beijinhos
Tudo está nas nossas mãos.
ResponderEliminarQuem quer faz assim, quem não quer não faz!
Abraço
Tal e qual! É como acontece na vida. Sabemos que há um submundo cheio de perigos, por isso, quem não se quer enredar no lodo não se mete nele.
EliminarAbraço!
Já tive muitos momentos de solidão acabando por ser dependente da net. Actualmente já me abstraio mais porque os filhos regressaram para Portugal e então ocupo--me com eles. Mas há solidão que gosto!
ResponderEliminarGostei de ler...Obrigada!
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A solidão da distância ...
Beijo e uma excelente semana!
Estar só sabe-me bem, outras vezes, não!
EliminarCom os filhos por perto sempre há convívio directo e isso é bom, Cidália.
Beijinhos
As novas tecnologias facilitam-nos a vida, é certo, mas não devemos deixar-nos subjugar por elas. Tudo com conta, peso e medida.
ResponderEliminarVaidosa, na sua trança, bem bonita.
bji.
("Isto" continua de uma lentidão desesperante)
Penso que a partir de agora já não terá problemas em entrar aqui, José. Experimente e depois diga-me, Ok?
EliminarBeijinho.
Tenho que dizer-te em primeiro lugar que gostei da tua foto de perfil :)
ResponderEliminarSobre o texto, acho que há muita boa gente só que depende da net, outros usam e abusam.
Eu gosto desta conectividade que me serve para estar perto dos que estão longe.
Hoje, perto de ti deixo-te um beijinhos amigo
Perfil de costas, né Manu?!
EliminarComo não exagero, e não frequento as ditas redes sociais, também gosto de me conectar com os amigos virtuais e não só. Pelos menos, por esta via. :)
Beijinhos, Manu.
A "doença" do Século !!!
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=-eImEnIYBNY
Uma doença fatal, a solidão, Ricardo.
EliminarObrigada pelo mimo. Soube-me bem ouvir a bela voz de Ella num tema que veio muito a propósito.
Um abraço.
Temos de comer de tudo e variado, para não morrermos estupidos.
ResponderEliminarSem encher o estômago como dizia o professor Bernardo.
Eu como (apenas) quando quero e posso.
O Tolentino tem razão e escreveu-o. Muitos são os que sabem, não escrevem e muito menos fazem. O Cardeal terá alguma semelhança com Frei Tomaz...?
Beijo.
Nem mais amigo Agostinho.
EliminarA muita sede com que se vai à fonte é que pode engasgar os mais ávidos.
O Cardeal Tolentino às tantas cumpre a táctica clerical:
"Faz o que eu digo, enquanto eu faço o que tu fazes" :))
Beijinho.