quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Orgulho-me De Ter Amado.



Minha



“Quem nunca sofreu por amor nunca aprenderá a amar. Amar é o terror de perder o outro, é o medo do silêncio e do quarto deserto, de tudo o que se pensa sem poder falar, do que se murmura a sós sem ter a quem dizer em voz alta. É preciso sentir esse terror para saber o que é amar.

E, quando enfim tudo desaba, quando o outro partiu e deixou atrás de si o silêncio e o quarto deserto por entre os escombros e a humilhação de uma felicidade desfeita, resta o orgulho de saber que se amou.”



                                                                  Miguel de Sousa Tavares “ in” Rio das Flores”   


Da Net












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26 comentários:

  1. Há quem diga que amar é sofrer, não devia.
    Este texto do Miguel, não podia vir mais a calhar, sinto cada palavra que ele diz e bom bom é saber que "resta o orgulho de saber que se amou"

    Beijinhos Janita

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    1. Quando se ama de verdade, acredito que se viva no medo de perder essa pessoa, e a perda pode acontecer de diferentes formas. Mas a pior perda, sem ser a morte, é quando a pessoa que um dia se amou, se revela totalmente o oposto daquilo que se esperava. Muitas vezes, quando é tarde demais para se voltar atrás. E, quando se vem atrás, já fica tarde demais para se voltar a amar e ser amado.
      Mas, vendo as coisas à luz do que diz o MST, o importante é saber que se amou, sim. :)

      Beijinhos, Manu.

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  2. Com memórias vivas
    a morte não existe

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    1. Mas, quando morre a memória,
      leva tudo com ela...

      Abraço, Mar Arável.

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  3. Tenho este livro em português. Não me recordo destas passagens. Talvez seja altura de o reler.
    : )
    Linda flor!

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    1. Há passagens de livros, lidos há muitos anos, que retemos por nos tocarem fundo, outros vão esmorecendo com o tempo.
      Não creio que esta passagem, por si só, tenha um peso relevante que o leve a não ser esquecido, Catarina. :)

      A flor já a deves ter visto, a encabeçar este blog, na primavera passada. :)

      Beijo.

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  4. Bom dia
    Confesso que fiquei surpreendido pela positiva pelo texto deste senhor , pois não sou muito seu admirador como comentador , mas hoje não posso passar sem lhe dar os meus parabéns por este texto que tem muito de semelhante com o que pessoalmente sinto.

    JAFR

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    1. O Joaquim pode não acreditar, mas quando estava a transcrever o primeiro parágrafo lembrei-me de si, da dor da sua perda.
      A mesma que conta nos seus versos.
      Espero que as últimas palavras do segundo parágrafo, lhe traga algum conforto. E, enquanto há vida, há esperança.

      Quanto ao autor, casou tantas vezes e já amou tantas mulheres, que acredito já deve ter sofrido a dor de amores perdidos...

      .

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  5. Não posso deixar de concordar, muito embora considere que o amor é uma coisa muito, muitíssimo mais vasta e abrangente.

    Beijinho, Janita :)

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    1. Tenho lido muito sobre o tema e vivido pouco na prática, mas sim, o amor, de tão complexo, vai muito para além deste parecer de MST. Até porque varia de pessoa para pessoa e a sua capacidade de entrega.

      Beijinho, Maria João :)

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  6. Vim aqui de novo, para dizer que tenho todos os livros do Miguel Sousa Tavares por quem tinha uma aversão enquanto comentador.
    Quando comecei a ler os livros dele, mudei de imediato a minha opinião.

    Beijinhos Janita

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    1. Todos, todos não tenho, e o último que dele comprei e li, foi "Madrugada Suja", que acabou por me desiludir um pouco. Gosto dele, ainda que nem sempre esteja de acordo com todas as suas opiniões enquanto comentador.
      Enterneço-me muito quando ele fala da mãe e conta passagens da sua infância.

      Volta quantas vezes quiseres, querida Manu, gosto muito de saber as tuas opiniões.

      Beijinhos. :)

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  7. Já li este livro, hei-de ir procurar esta passagem.

    Abraço

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    1. Dependendo das edições, é óbvio que a numeração das páginas será diferente. Tens de procurar, Leo.

      Beijinhos.

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  8. Salvo a sua coluna semanal no Expresso (com que concordo umas vezes, outras não), nunca li nada do MST, que também conheço, por esporadicamente, o ouvir como comentador na TV. Tendo a concordar com o texto transcrito.
    bjis.

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    1. Espero que a tendência a concordar com o texto, não seja total, para ficarmos ambos em sintonia... :)

      Beijinhos.

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  9. Porque no amor e no amar não há padrões, cada pessoa ama à sua maneira e sofre à sua maneira.
    Não amei somente uma vez e de todas as vezes que acabaram sofri de maneira diferente. E não foi porque a 1ª vez acabou que amei mais (ou menos) na 2ª vez.
    Não "embarco" nessa de: para se amar de verdade é preciso (obrigatório?) sofrer de amor.
    Mas enfim, eu sou assim e, valha a verdade, não sou propriamente o melhor exemplo neste assunto.

    Prefiro outro tipo de teoria como a da Florbela Espanca quando diz:

    "Eu quero amar, amar perdidamente!
    Amar só por amar: Aqui... além...
    Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente…
    Amar! Amar! E não amar ninguém!"

    (ainda que discorde do: não amar ninguém)
    Beijos envoltos em sorrisos

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    1. De facto, também acredito que não haja padrões nem fórmulas.
      E que não seja obrigatório que amar - como diz o Fado - até morrer seja padecer. Assim, ninguém quereria amar... :)

      Dessa estrofe do poema da Florbela, também não concordo, mas já aprovo a parte : Quem disser que se pode amar alguém, durante a vida inteira, é porque mente.

      Como podes ver, não há duas formas de amar iguais. :))

      Beijocas e risos.

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  10. Amar tem tudo de louco. E não é pouco.
    Por vezes choramos. Por vezes sorrimos.
    Apaixonados parecemos uns parvinhos.
    Mas que não gosta de amar e ser amado?
    Beijihos de luz.
    Megy Maia

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    1. Olá, Megy, seja bem-vinda a este blog, também ele um pouco louco!

      Sabe? Eu apaixono-me facilmente; por um ideal, por qualquer pessoa que me fale ao coração e até já me apaixonei por personagens de livros. Eram coisas minhas, só eu sabia e nem imagina quanto feliz me sentia...:)
      O importante é gostar de nos apaixonarmos. A mim faz-me bem.
      É loucura, parvoíce, é tudo o que quiserem, mas o que importa é sentirmo-nos vibrar com essa ingénua loucura.
      E não, não é coisa de velhos, ahahaha...sou assim desde miúda.

      Beijinhos e obrigada pela visita.

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  11. Olá Janita,

    Folgo em vê-la por aqui com assiduidade e vontade!

    Do Miguel Sousa Tavares, li 3 livros. Dois que gostei muito e um de que não gostei nada.

    Com franqueza, não tenho opinião formada acerca do senhor. Parece ser uma pessoa de mal com a vida mas, as aparências iludem.

    Só acho que há vários tipos de amor. E que podem deixar saudade e dor.

    Mas, de facto o importante é amar.

    Um abraço do Algarve,

    Sandra Martins

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    1. Olá, Sandra.

      Essa impressão que tem sobre o MST talvez advenha do facto do escritor ser bastante frontal, quando comenta na TV, chegando a raiar a arrogância, mas creio ser a sua maneira de ser.

      Eu gosto dele, embora não aprecie e aprove todas as suas convicções, mas lá está, são 'as suas convicções' e tem direito a tê-las. :)

      Um abraço meu a partir do Norte.

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  12. Amor,
    seja lá isso o que for
    é aquilo que se tem
    quando se ama alguém

    Acho que o MST, não sai nada à mãe

    Cito talvez o mais belo poema de Sophia

    «Para atravessar contigo o deserto do mundo
    Para enfrentarmos juntos o terror da morte
    Para ver a verdade para perder o medo
    Ao lado dos teus passos caminhei

    Por ti deixei meu reino meu segredo
    Minha rápida noite meu silêncio
    Minha pérola redonda e seu oriente
    Meu espelho minha vida minha imagem
    E abandonei os jardins do paraíso

    Cá fora à luz sem véu do dia duro
    Sem os espelhos vi que estava nua
    E ao descampado se chamava tempo

    Por isso com teus gestos me vestiste
    E aprendi a viver em pleno vento»

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    1. Nem mais, amigo Rogério.

      Amor é o que sente quem ama e nada mais há a acrescentar.

      Grata pelo poema da Sophia,
      belo, como todos os que
      a Poetisa escrevia.

      Não! O Miguel saiu mais ao pai, embora conte coisas interessantíssimas de cenas passadas com a mãe, relacionadas com o seu amor pela poesia. Pode ser que um dia as transcreva para aqui.

      Disse o MST sobre a mãe, que uma vez a ouviu dizer:

      " Gosto muito dos meus filhos, um de cada vez"

      E era verdade, corrobora o escritor! :)

      Um abraço e boa SEXTA, já a seguir.

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  13. Que perdure a fome dia-a-dia
    e a vida cumprir-se-á saciada

    Beijo.

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    1. Que perdure a fome e forma de a mitigar.

      Beijinhos.

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