Sem introdução, sem explicação, apenas porque sim, porque quero e gosto.
( está feito.)
José Carlos Ary dos Santos
"Auto-Retrato"
Poeta é certo mas de cetineta
fulgurante de mais para alguns olhos
bom artesão na arte da proveta
narciso de lombardas e repolhos.
Cozido à portuguesa mais as carnes
suculentas da auto-importância
com toicinho e talento ambas as partes
do meu caldo entornado na infância.
Nos olhos uma folha de hortelã
que é verde como a esperança que amanhã
amanheça de vez a desventura.
Poeta de combate disparate
palavrão de machão no escaparate
porém morrendo aos poucos de ternura.
Não sei da autoria do desenho,
mas foi AQUI que o "roubei".
=================================================
Não sei da autoria do desenho,
mas foi AQUI que o "roubei".
=================================================
Associo-me à homenagem.
ResponderEliminarBoa Noite
E eu, fico-lhe imensamente grata por isso.
EliminarBoa Noite.
Lindo soneto e é bom postar o que queremos e gostamos... beijos, chica
ResponderEliminarClaro, Chica, ou não fossemos nós as donas do nosso pedaço. :)
Eliminar( repara que não digo: "Disto tudo" )
Beijinhos.
E mais nada, Também gosto muito do Ary dos Santos e adoro o seu novo Layout.
ResponderEliminarAbraço e saúde
O layout é o belo anoitecer da minha santa terrinha, Elvira.
EliminarO Ary, o poeta inconformado e inconformista que todos recordamos com saudade.
Abraço.
O layout é o belo anoitecer da tua santa terrinha, isto é, no Porto ou no Alentejo?
ResponderEliminarUm poeta, que como o desenho nos mostra, com carnes bem suculentas...
Ary, em tudo, foi um homem de excessos. Não fazia nada pela metade, já lhe bastava ter de moderar as palavras, no tempo do lápis azul.
Eliminar"Minha" só tenho uma terra, Teresa, aquele onde nasci e cresci.
:)
Era um poeta de mão cheia.
ResponderEliminarDado ao exagero, acabou por pagar esse vício com a vida.
Beijinhos
Tal e qual, Pedro!
EliminarBeijinhos.
Toda a poética de Ary é fabulosa!
ResponderEliminarCada um dos seus muitos sonetos é uma iguaria que deve ser lida, relida e demoradamente degustada!
Obrigada, Janita!
Beijinho :)
Concordo em absoluto, Maria João.
EliminarHá que interiorizar cada palavra, tomar-lhes o sabor, ir às raízes da sua essência.
Um beijinho e grata lhe fico eu. :)
Se queres e gostas, vamos nessa :)
ResponderEliminarGosto muito do poema e do Ary, idem.
Beijinhos amiga Janita
Que ao menos aqui, onde sou dona e senhora, que faça ouvir a minha voz e as vozes que me são gratas, querida Manu. :)
EliminarBeijinhos, minha Amiga.
Adorei!
ResponderEliminarMuito obrigada Janita! Mais uma vez, eu estava de precisar de uma sacudidela.
De que vale a Vida se não a aproveitarmos? É o que transmite o poema.
E eu, nos últimos dias, tenho apanhado uns sustos. O esqueleto ressente-se das asneiras. Psicológicas no meu caso.
Um abraço do Algarve,
Sandra Martins
Querida Sandra.
EliminarSe atentarmos bem na origem das nossas desventuras, podemos descobrir que é nessa tentativa de esconder a ternura que sentimos e precisamos, por detrás de uma couraça de indiferença e fortaleza. Pensamos nós - toda a gente - que mostrando o lado sensível e carente nos tornamos mais vulneráveis e sem defesas.
Puro engano!
A cada passo tenho constatado isso em relação a pessoas 'insuspeitáveis'. :)
Um beijinho grande.
"a esperança que amanhã
ResponderEliminaramanheça de vez a desventura."
olha Janita que li e reli e não chego a entender o sentido dessa parte
que me parece muito em contradição
a esperança que amanhece, ok
mas a desventura?!
Olha, querida Ângela, usando mais o meu sentir do que os parcos conhecimentos, na matéria da linguagem poética, creio que não podemos encarar a poesia como se encara a gastronomia...:)
EliminarPor exemplo: o sabor dos nossos 'jaquinzinhos' de escabeche não é o mesmo que o caviar russo, nem os podemos servir à mesma mesa. No entanto, é tudo peixe.
Quem sabe o poeta estivesse farto de sentir a desventura vir aos poucos, e quisesse que ela- a desdita - viesse de uma vez por todas?
Beijinhos, sem nada nas entrelinhas. :)
A escolha é maravilhosa! Parabéns:)
ResponderEliminar***
Ciclos constantes ...
Beijo e um excelente Dia
Penso ter aberto esta rubrica com chave de ouro, não acha Cidália?
EliminarBeijinhos e dia feliz.
é sempre de bom gosto revisitar o nosso ARY
ResponderEliminarDei a primazia ao nosso Ary dos Santos, mas outros grandes se lhe seguirão. E essas férias, Poeta? Já com saudades da blogosfera?
Eliminar:)
Ora está um poeta de que gosto e que apreciava ouvir a declamar os seus próprios poemas.
ResponderEliminarPena ter morrido cedo.
Vamos, então, ter uma nova rubrica? Pois venha ela.
A vida não se compadece com quem se não compadece dela.
EliminarAry partiu cedo mas viveu como quis, amando quanto quis.
Vamos sim, há que criar expectativas nos leitores... :-)
Ary, a revolução de Portugal e do pensar dos portugueses
ResponderEliminarMerece todas as homenagens possíveis.