terça-feira, 10 de novembro de 2020

CONFINAMENTO & DISFARCES.

 

Desenho de Maria Helena Vieira da Silva
Daqui





Confinou seu pensamento
a tudo o que lhe doía
espraiou seu olhar atento
pelo caminho que pisa
pensando ver o que queria.......

.                                     .......... e viu que já nada queria.

Nada do que vê já quer
desse olhar dentro de si.
O que esperou já não espera
só desencanto lhe via....

...ninguém é quem se esperava,
ninguém é  quem se sonhava.
E nesse sonho adormece
acorda ao raiar do dia.....

.......vendo que tudo não passa
de um pesadelo sem graça,
e que o sonho continua,
vem refugiar-se aqui, 
onde nem tudo se disfarça........

                                       ............ e viu que já nada lhe doía.





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24 comentários:

  1. O desenho de Maria Helena Vieira da Silva expressa perfeitamente as palavras soltas da autora (penso que és tu a autora, Janita!).

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    1. Sim, sou. :)

      Quando o que publico é da autoria de outros, faço sempre referência ao autor/a.

      Obrigada, Teresa!

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  2. Um poema de uma certa descrença. A vida reserva-nos muitas surpresas, não é aconselhável desistir.
    Boa Tarde.

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    1. Não se trata de desistir de coisa alguma, Luís.
      Sabe melhor do que ninguém que, nas palavras, cabem todos os sonhos e descrenças. As verdadeiras e as fictícias. :-)

      Um bom resto de Dia, para si.
      Obrigada.

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  3. Olá, querida amiga Janita!
    Muito bonito seu poema e é muito angustiante tudo que vivemos.
    A vista da ponte 25 de Abril(se não me falha a memória) é estonteante.
    Refresca e acalma a mente.
    Tenha dias abençoados!
    Bjm carinhoso e fraterno

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    1. Olá, amiga Roselia!

      Agradeço-lhe muito as suas visitas, pois traz-me sempre palavras muito animadoras e amigas.
      Sim, é a Ponte 25 de Abril, vista da margem Sul do Tejo.
      Uma boa semana para si.

      Beijinho.

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  4. Sinceros parabéns para a amiga Janita. Poema fascinante. Também gostei do desenho
    .
    Abraço
    Um dia feliz

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    1. Bondade sua, Ricardo, mas agradeço sensensibilizada as suas palavras.

      Abraço e excelente resto deste dia frio.

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  5. ... e a ponte lá está
    a projectar amanhãs
    Bj

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    1. Lá está a Ponte, e cá está a Pousada de Juventude, em Almada. :)

      Um abraço, Poeta!

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  6. Um poema muito bonito apesar da tristeza e da descrença que ele encerra. Apesar de tudo penso que esta parte vem trazer alguma esperança
    .......vendo que tudo não passa
    de um pesadelo sem graça,
    e que o sonho continua,
    Porque enquanto houver capacidade para sonhar a vida palpita.
    Abraço e saúde.

    Aqui a partir de hoje faz parte da minha galeria de poetisas

    http://amulhereapoesia.blogspot.com/2020/11/janita.html

    Muito Obrigado.

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    1. Ora, Elvira, agora é que me arranjou um belo trinta e um!!
      Mas eu lá sou poetisa? Dão-me uns arroubos assim de sopetão, e vou deitando cá para fora um pensamento em forma de verso.
      Nada mais. Poetisas são pessoas que têm alguma preparação para tal ou nasceram com esse dom.

      Nestes versos, a Elvira tem razão. Deixei para o final a renovação do sonho e o refúgio é este espaço que criei e vou tentando manter. :)

      Quem lhe agradece a honra, imerecida, sou eu, amiga Elvira.

      Um abraço e uma boa noite.

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  7. Saúdo a mudança de visual do blogue, e a ligação perfeita entre o génio de Vieira da Silva e um poema absorvente
    Gostei

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    1. Acha que houve mudança no visual do blogue?
      Mas olhe que eu não fiz nada!
      Ando a pensar colocar um fundo mais escuro, este branco fere-me muito a vista, mas ainda não chegou o dia. E com estas alterações do Blogger, nem sei bem como lhe pegar.

      Muito obrigada, Miguel.
      Sinto-me muito honrada com a sua vinda.
      Um abraço.

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    2. Pareceu me que sim.
      Pelo menos no modo de telemóvel que é onde eu costuma quase sempre ver, assim parece
      Eu sou defensor da mudança frequente. Desde que racional claro
      😊

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    3. Mas não houve mudança. Continua tudo igual. :)
      Já eu sou mais conservadora. A tudo me afeiçou, até ao look do meu cantinho. Mudar, só por mudar, não faz o meu género.

      Obrigada. :)

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  8. Um tempo complicado que terá um fim em breve.
    Tenho essa esperança.
    Beijinhos

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    1. Tomara que sim, Pedro, tomara.
      Um dia, toda a verdade, sobre este assunto vai vir à luz do dia. Até lá, os idosos vão morrendo sós, desamparados, infelizes e sem a dignidade que merecem.

      Beijinhos

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  9. Um poema lindo mas cheio de desalento, de desencanto.
    um dia tudo irá melhorar!

    Abraço

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    1. E hoje ainda me sinto mais desencantada e desalentada, Leo.

      Beijinhos.

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  10. Quando precisamos de alento
    pode acontecer uma de duas coisas
    Ou temos quem nos dê
    Ou olhamos à nossa volta
    e ninguém se vê
    e ninguém se mostra

    mas se não se confirmar
    que nada te dói já sabes com quem
    podes contar

    (julgava já ter comentado isto...)

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    1. Bom dia, Rogério.

      Ultimamente, andamos todos muitos distraidos...

      Aqui, será sempre
      um não-ausente!

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  11. Quanta tristeza e desilusão é sentida na leitura destes versos, também alguma amargura porém sem disfarçar a esperança, leve talvez, de que a realidade seja mais agradável que o sonho.

    Um grande beijo com sorrisos. :))

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