segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Para Quem Ama Poesia... e Gosta de Saborear, Lentamente, o Sabor de Cada Palavra.

 




Lembras-te tu do sábado passado,
Do passeio que demos, devagar,
Entre um saudoso gás amarelado
E as carícias leitosas do luar?

Bem me lembro das altas ruazinhas,
Que ambos percorremos de mãos dadas:
Às janelas palravam as vizinhas;
Tinham lívidas luzes as fachadas.

Não me esqueço das cousas que disseste
Ante um pesado tempo com recortes;
E os cemitérios ricos, e o cipreste
Que vive de gorduras e de mortes.

Nós saíramos próximo ao sol-posto,
Mas seguíamos cheios de demoras;
Não me esqueceu ainda o meu desgosto
Nem o sino rachado que deu horas. 

Tenho ainda gravado no sentido,
Porque tu caminhavas com prazer,
Cara rapada, gordo e presumido,
O padre que parou para te ver.

A Lua dava trémulas brancuras,
Eu ia cada vez mais magoado;
Vi um jardim com árvores escuras,
Como uma jaula todo gradeado! 

Eu sinto ainda a flor da tua pele,
Tua luva, teu véu, o que tu és! 
Não sei que tentação é que te impele
Os pequeninos e cansados pés.

Sei que em tudo atentavas, tudo vias!
Eu por mim tinha pena dos marçanos,
Como ratos, nas gordas mercearias,
Encafurnados por imensos anos.


Tu sorrias de tudo: os carvoeiros,
Que aparecem ao fundo dumas minas,
E à crua luz os pálidos barbeiros
Com óleos e maneiras femininas! 

E enquanto ela falava ao seu namoro,
Que morava num prédio de azulejo,
Nos nossos lábios retiniu sonoro
Um vigoroso e formidável beijo!

E assim ao meu capricho abandonada,
Erramos por travessas, por vielas,
E passamos por pé duma tapada
E um palácio real com sentinelas.

E eu que busco a moderna e fina arte,
Sobre a umbrosa calçada sepulcral,
Tive a rude intenção de violentar-te
Imbecilmente, como um animal.

Mas ao rumor dos ramos e da aragem,
Como longínquos bosques muito ermos,
Tu querias no meio da folhagem
Um ninho enorme para nós vivermos. 

E ali começaria o meu desterro...
Lodoso o rio, e glacial, corria;
Sentamo-nos, os dois, num novo aterro
Na muralha dos cais de cantaria.

Nunca mais amarei, já que não amas,
E é preciso, decerto, que me deixes!
Toda a maré luzia como escamas,
Como alguidar de prateados peixes. 

E como é necessário que eu me afoite
A perder-me de ti por quem existo,
Eu fui passar ao campo aquela noite
E andei léguas a pé, pensando nisto.

E tu que não serás somente minha,
Às carícias leitosas do luar,
Recolheste-te, pálida e sozinha,
À gaiola do teu terceiro andar.

"Noite Fechada" - d'O Livro de Cesário Verde.

***___***

Música Intemporal.
Para ouvir e degustar o doce sabor de cada nota.



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36 comentários:

  1. Vim assinalar a minha presença. Amanhã volto.
    Boa Noite, um abraço.

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    1. Luís.

      Presença sinalizada, nova visita aguardada. :)
      Um abraço e um bom dia.

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  2. Cesário Verde, Joel Branco, Samora…preto :))))
    Beijinhos, boa semana

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    1. Pedro.

      Já o da Venezuela está Maduro, mas cair que é bom...não cai! :))

      Beijinhos, boa semana.

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  3. Duas pérolas de Cesário Verde e uns acordes de piano tão geniais. Voei amiga e obrigada por este tão belo momento.
    Beijocas e que tenhas um bom dia

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    1. Fatyly.

      A pérola é uma só, e o Livro, um só também!
      "Noite Fechada", é um poema de vinte e cinco estrofes, das quais eu tomei a liberdade de subtrair oito, por me parecer que a sua falta não retirava a essência do poema.
      Fotografei a página, mas o livro é esse.
      Na verdade, as edições mais recentes possuem uma encadernação mais atractiva. Este meu é muito antigo, numa edição de bolso da Europa América. :)

      Eu é que te fico grata pela companhia na leitura deste poema, do nosso querido poeta que tão cedo se finou.

      Beijos e uma boa semana.

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  4. Bom dia
    Dois momentos maravilhosos para começar a semana e até me dar mais ânimo depois da vacina de ontem que me deixou um pouco febril.
    Abraço

    JR

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    1. Boa tarde, JR!

      Ainda bem que este momento de duplo prazer lhe serviu de algum alívio. Eu tomei a minha 3ª dose no dia 27|Nov. e patreceu-me dose de cavalo. Doeu-me que se fartou e o pior é a sensação de desconforto que me ficou na axila. Parece que o vírus se me alojou debaixo do braço. Coisa estranhíssima! Não se morre do mal, morremos da cura?!

      As melhoras!

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  5. Gosto muito de Cesário Verde.

    Abraço

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  6. Voei ao som deste piano enquanto lia este fabuloso poema.
    Momentos bons que me proporcionaste.

    Beijinhos amiga Janita

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    1. Amiga Manu.
      Achei que este Balada, tão conhecida de todos, ficaria bem para se irem embalando no seu som, enquanto liam a hitória desse passeio romântico do Cesário. :)

      Beijinhos e boa semana.

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  7. Poemas lindíssimos que me fascinou ler.
    .
    Saudações natalícias
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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    1. Muito agradecida por tão simpáticas palavras, Rycardo.

      Saudações e boa semana, com saúde.

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  8. Richard Clayderman e Cesário Verde ... não é muita coisa boa ao mesmo tempo?
    Bem ... talvez não seja. O melhor é ir andando.
    Beijinhos, Janita, boa semana.

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    1. Não, António, não é muita coisa ao mesmo tempo.
      Nunca ouviste dizer que para os amigos:... Mãos rotas?

      Beijinhos e boa semana também para ti.

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  9. Esse primeiro poema fez-me lembrar este fado Janita, e em especial as duas últimas fantásticas quadras. Tenha um bom dia.

    Horas mortas, noite escura
    Uma guitarra a trinar
    Uma mulher a cantar
    O seu fado de amargura

    E através da vidraça
    Enegrecida e rachada
    Aquela voz magoada
    Entristece quem lá passa

    Vielas de Alfama
    Ruas de Lisboa antiga
    Não há fado que não diga
    Coisas do vosso passado

    Vielas de Alfama
    Beijadas pelo luar
    Quem me dera lá morar
    Pra viver junto do fado

    A Lua às vezes desperta
    E apanha desprevenidas
    Duas bocas muito unidas
    Numa porta entreaberta

    E então a Lua corada
    Ciente da sua culpa
    Como quem pede desculpa
    Esconde-se envergonhada

    Compositores: Artur Joaquim De Almeida Ribeiro / Max

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    1. Bom dia, Joaquim Ramos.

      Lá fui eu em demanda do Fado cuja letra me trouxe e que eu gostei tanto... Vejo que, tal como eu, é apreciador desse canto saudoso, desse lamento da alma que chora sem saber porquê.

      O título é "Vielas de Alfama", como não podia deixar de ser.
      E claro, como já vem sendo hábito, neste toma lá, dá cá, quem quiser ouvir a voz do nosso querido Max, é só clicar
      AQUI e nem precisa ler a letra para o acompanhar. O nosso eterno cantor do Bailinho da Madeira, trouxe a letra consigo.
      Melhor seria impossível!
      Muito grata, Joaquim, por estes miminhos com que me vai presenteando.

      Bom dia e uma boa semana.

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  10. Voltei para ler devagar.
    O amor sempre um tema inesgotável e como Cesário sabia falar disso com o erotismo claro, o que para a época e para certas mentalidades devia ser exagerado. Fala também dos que trabalham, não os esqueceu. Hoje são páginas de poesia para visitar de vez em quando, nos momentos em que algo nos torna frágeis e precisamos desse prazer ao contrário.
    Um abraço.

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    1. Só lendo devagar e com tempo, se pode entender a poesia algo complexa de Cesário Verde, Luís.
      Em pleno século XIX, Cesário e outros seus contemporâneos, homens burgueses e letrados viviam entregues a uma vida de boémia, absinto, mulheres e poesia. Talvez por isso a maioria tenha falecido cedo e de tuberculose.
      Sim, hoje são páginas que folheio de vez em quando, mas com muito interesse. A poesia dos nossos tempos é muito diferente, se bem que ainda tenhamos grandes poetas. Depois, temos os poetas que também muito aprecio; são aqueles que vão anotando em folhas de papel, os seus pensamentos, dúvidas, inquietudes, recordações distantes, esperanças e desesperanças. Enfim, o Luís sabe disso melhor do que eu, já que é um desses Poetas que gosto de ler, sigo atentamente e muito aprecio.

      Agradeço muito a sua nova vinda. :)
      Um abraço.

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  11. Que poemas intensos. Gostei de ler. Só conhecia por ouvir falar! Gostei muito dos poemas. Obrigada pela partilha!

    Beijo e uma excelente semana!

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    1. São palavras que ressaltam o "Sentimento de Um Ocidental", amiga Cidália! :))

      Por nada, ora essa, eu é que agradeço a vossa vinda.

      Um abraço

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  12. Uma Balada perfeito para um poema longo onde o poeta descreve um passeio romântico e, onde sentimentos se confundem e o término não é tão feliz .
    Intenso Janita
    Faz tempo que nao lia nada desse poeta _ boa recomendação.
    Meu abraço querida.
    * E não é que o vício me fez voltar com as trivialidaes rs passa lá e vem comigo rs já fiz o convite pro Rio agora por caminhos abstratos que é de onde nao saio rs
    beijos

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    1. Um passeio romântico, mas também feito de desejos carnais e "pecadores" amiga Lis. :)) Toda a poesia de Cesário Verde é intensa e muito realista também.

      A propósito desse vício (bom) que a fez voltar ao seu espaço houve uma certa confusão no "Brancas Nuvens Negras" em que eu fui meter a minha foice, em seara não minha, e quer-me parecer que foi pior a emenda que o soneto.
      Caminhoa abstratos ainda são os que nos fornecem maior campo de fuga. Fez bem, até porque o Rio continua lindo, não é verdade?
      Beijinhos, querida Lis.

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    2. rindo aqui Janita Como ele retirou o comentário, fiquei sem entender onde tu metestes a colher rs as vezes não entendemos e fica tudo bem e o Luís é muito querido - o que ele escrever eu aceito. Ou não, rs
      beijo de boa noite .

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    3. :)) A emenda pior do que o soneto, foi que o Luís apagou a resposta que te tinha dado e fiquei eu a falar sem fazer muito sentido, fora do contexto das suas anteriores palavras.

      Mas está tudo bem - como dizes, o nosso amigo Luís é um querido, paciente como ele só - nem volto lá a falar no assunto para não atrapalhar mais. :)))

      Beijinhos e abraços para ambos.

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  13. Decerto foi um momento simples que se traduziu numa expressão verbal tão bela e rica. E, ainda que a poesia pareça complexa, o poeta tem de ter uma alma subtil, uma grande sensibilidade. Gostei, nunca tinha lido esse poema.

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    1. Olá, Raquel.
      Seja bem-vinda.

      É isso mesmo. Só os poetas doutros tempos, sabiam transformar os acontecimentos simples, em verdadeiras epopeias. Outras épocas em que as palavras tinham um peso e uma sonoridade diferente.
      Grata pela visita

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  14. O Cesário é, acima de tudo, um poeta citadino e de Lisboa. Gosto muito!
    Já não posso dizer o mesmo do Clayderman....mas gostos, são gostos!

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    1. Sim, um poeta citadino que nos mostra em vários poemas a tua Lisboa suja, mal iluminada, de gente sofrida e de uma pobreza constrangedora.
      Fui buscar o livro, tenho-o aqui ao meu lado, olha o que ele diz na primeira estrofe das "Avé-Marias":

      "Nas nossas ruas, ao anoitecer,
      Há tal soturnidade, tal melancolia
      Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
      Despertam-me um desejo absurdo de sofrer"


      Mas não era apenas um homem da cidade, não.
      Então o tal piquenique que o jovem vai fazer com uma donzela em que diz, o malandreco.

      (...)

      Mas todo púrpuro, a sair da renda
      Dos teus dois seios, como duas rolas
      Era o supremo encanto da merenda
      O ramalhete rubro das papoilas.

      Viste? Aquilo é que seria um bom tempo.
      Gostava de ter vivido a mocidade no tempo dos vestidos compridos e das capelines. :))

      Agora reparei, não gostas do Clayderman? O pianista toca divinamente, Mulher!
      Ciau, moça.


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  15. Ah, Cesário Verde, quantas vezes me debrucei sobre a sua poesia. Quantas vezes li "Noite Fechada", Cesário, o poeta da deambulação e das anotações e das observações enquanto caminhava, ora sozinho, ora acompanhado. Quem vive de passado é Museu, risos! Claro que gosto da sua poética!
    Trago-lhe um poema de Alberto Caeiro (Fernando Pessoa que leu muito bem Cesário. Basta cotejarmos os dois nos dois poemas, risos!)

    "Ao entardecer, debruçado pela janela,
    E sabendo de soslaio que há campos em frente,
    Leio até me arderem os olhos
    O livro de Cesário Verde.

    Que pena que tenho dele! Ele era um camponês
    Que andava preso em liberdade pela cidade
    Mas o modo como olhava para as casas
    E o modo como reparava nas ruas,
    E maneira como dava pelas coisas,
    É o de quem olha para as árvores,
    É de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando
    E anda a reparar nas flores que há pelos campos...

    Por isso ele tinha aquela grande tristeza
    Que ele nunca disse bem que tinha.
    Mas andava na cidade como quem anda no campo
    E triste como esmagar flores em livros
    E pôr plantas em vasos...

    Fernando Pessoa - Alberto Caeiro

    Obrigado por ter me levado aos escaninhos da memória, risos!
    Abraços, minha miga!

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    1. Ah, amigo José Carlos, que bom ter-me trazido essa apreciação tão profunda que Pessoa fez de Cesário Verde, através dos olhos de um dos seus heterónimos que mais gosto: "O Guardador de Rebanhos".

      "Ele era um camponês ( ele tinha alma de camponês, diria eu)
      Que andava preso em liberdade pela cidade"

      Tal e qual como eu vejo, e analiso ( passe a imodéstia) a sua poesia e a forma como descreve a cidade. Daí o que transcrevi e escrevi ali em cima.

      Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
      Despertam-me um desejo absurdo de sofrer"


      Se Pessoa lia Cesário Verde, até lhe arderem os olhos, como não hei-de eu, simples amante de poesia, não sentir este intenso encantamento, por este Poeta que há tanto tempo trago guardado em mim?

      É com os olhos húmidos de lágrimas que lhe agradeço esta maravilha, amigo Sant'Anna.

      Um grande, amigo e grato abraço.

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  16. Olá, querida Janita, bela postagem, 'Noite Fechada' me cativou desde o começo, talvez porque senti uma tristeza linda...existe tristeza linda? Na poesia sim, comove, os sentimentos afloram de uma maneira diferente, intensa, sofrida. Quando leio, imagino as cenas. E no embalo li o comentário do nosso amigo José Carlos!
    Bem, e Richard Clayderman com sua Ballade Pour Adeline é magnífico, parece-me sempre tão familiar, tenho vários CDs dele aqui. Adoro piano, estudei 8 anos, deu para pegar o gostinho de leve. Coisa pouca.
    Uma feliz semana, amiga,
    um beijinho

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    1. Olá, querida amiga Taís.

      Peço-lhe desculpa, por só agora responder ao seu generoso comentário. Como agendo as publicações, acabou por sair a seguinte sem antes ter respondido aos comentários anteriores.

      Como por aqui nada se perde, tudo fica resgistado, vamos sempre a tempo de agradecer a quem nos visita, e a Taís é uma das amigas que muito prezo.

      Oito anos na aprendizagem desse instrumento musical maravilhoso, deve ter sido coisa para lhe infiltrar na alma o gosto pelo teclar das notas musicais. Uma excelente fuga para
      o quotidiano rotineiro nos dias de confinamento, suponho.

      Quanto ao Poeta citadino que Pessoa definiu como um homem que vagueava preso em liberdade pela cidade, tudo o que a Taís puder ler sobre CV, só lhe acrescentará mais riqueza, não de saber nem cultura, mas riqueza humanista; se é que isso é possível.
      Não queria terminar, sem lhe deixar mais este pequeno apontamento acerca deste ser humano de alma inquieta e tão sofrida.
      No seu mais longo poema intitulado "Nós", em que o poeta conta muito da história da sua curta vida, ocupando dez folhas deste meu e seu (dele) 'O Livro de Cesário Verde', termina com estes versos:

      "E agora, de tal modo a minha vida é dura,
      Tenho momentos maus, tão tristes, tão perversos,
      Que sinto só desdém pela Literatura
      E até desprezo e esqueço os meus amados versos!


      Mando-lhe um grande abraço com votos de muita saúde e paz, amiga Taís.

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    2. Maravilha!
      O que farei é buscar mais poemas de Cesário Verde!
      Sabes, Janita, acho lindo poemas tristes em que o poeta fala de sua alma triste ou das tristezas do mundo, são sentimentos muito fortes, vivencias nossas, não gosto de mimimi, me calha falso. Gosto de ler o mundo como ele é, realmente, nem tanto lá, nem tanto cá. Alegrias falsas não é comigo, claro que existem as alegrias, a felicidade, mas nem só. Quando alguém pinta muita felicidade, e quase permanente... já desconfio, isso é impossível. Até me irrita um pouco.
      Beijinho, Janita!

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  17. O meu querido Cesário Verde!
    Tão bom encontrá-lo aqui.
    E ler devagarinho este belo poema.
    E pensar que deixou tão cedo este
    mundo que ele procurava interpretar
    de conformidade com as suas vivências
    e aquilo que ele gostaria de ter vivido.
    Beijo
    Olinda

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