É o novo inquilino cá do sítio. Andava perdido e o João, meu neto, trouxe-o ao colo.
Não é gato de poltrona. Não vive esparramado pelo sofá a encher-me a casa e os tapetes de pêlo. Vive num anexo ao fundo do quintal onde tem cama e comida. Por enquanto, de noite, encosto a porta não vá lá algum seu igual, mais velho, incitá-lo à fuga por mor de algum susto. Durante o dia fica a porta aberta e ele solto pelo quintal. Anda dentro e fora, corre atrás das lagartixas, trepa às árvores. Este velho tronco, já morto, é o seu miradouro preferido...Parece-me feliz! Quando crescer e quiser ir embora...é livre de o fazer! Ainda ninguém o reclamou...
E vai ter direito a um poema da autoria de Vinicius de Moraes.
O Gato
Com um lindo salto
Lesto e seguro
O gato passa
Do chão ao muro
Logo mudando
De opinião
Passa de novo
Do muro ao chão
E pega corre
Bem de mansinho
Atrás de um pobre
De um passarinho
Súbito, pára
Como assombrado
Depois dispara
Pula de lado
E quando tudo
Se lhe fatiga
Toma o seu banho
Passando a língua
Pela barriga.
Este, Gato, é igual ao de Vinicius!
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Um gato que gosta de estar empoleirado.
ResponderEliminar: )
É um gatinho trepador, é Catarina.:)
EliminarJá subiu à figueira e ficou lá imenso tempo.
Só desceu quando bem entendeu.
Tenho cá a impressão que vai ser gato de arribação.
:)
Beijos, boa semana.
E vai ter outro meu, não tivesse eu esta... "costela de gato" :)
ResponderEliminarGATO DE TELHADO
O Sol brilha em teus olhos doirados
Se, incontido, um rosnido acontece
Na conquista de urbanos telhados
Onde, à noite, o teu corpo adormece
De veludo, em teu dorso eriçados,
Doseando a tensão que o estremece,
Estão milhares de pequenos soldados
Preparando o que em garras se tece…
Não há fome nem frio, não há sede
Que desarme essas armas brandidas
Na defesa de um espaço que é teu
Mas se o estranho invasor to concede
E desiste das telhas perdidas…
Reconquistas, no mundo, o teu céu!
Maria João Brito de Sousa – 30.12.2012 – 18.09
Muitíssimo obrigada, Maria João.
EliminarÉ um bonito Soneto que guardarei com carinho.
Este só não é gato de telhado porque estão muito alto, se não era capaz disso, mesmo assim não sei.:)
Um beijinho.
Coitadinho do gato, mas é fofinho :))
ResponderEliminarBjos
Votos de um óptimo Domingo
«Coitadinho»...então porquê, Larissa?
EliminarPois eu acho que ele tem mais sorte que muita criança.
Boa semana.
Beijinhos
Ainda é novinho! Que bom que o acolheste, Janita! Mas... leva-o para o sofá! Eles fazem tanta companhia!
ResponderEliminarBeijinhos e ronrons...
Olha, Graça, em casa, refastelada no meu sofá, basta-me a companhia de um bom livro ou um bom filme.
EliminarEste gatito, se fosse maior, teria dito ao meu neto para o levar para o lugar onde o achou. Não quero, nunca quis, ser dona de animais. No entanto, fui dona de alguns. E olha que não é porque não goste deles, simplesmente não quero assumir mais a responsabilidade de implica ter um animal de estimação. Quero ser livre de poder ausentar-me para onde me apetecer, durante o tempo que quiser e puder. Para além do desgosto que se sente quando morrem, como já me aconteceu.
Lembras-te daquele gatinho que te desapareceu quando foste de férias no ano passado? A tristeza que sentiste?
Quero que este cresça e se torne independente. :)
Beijinhos, sem latidos nem ronrons. :))
Tão lindo! Eles adoram andar empoleirados, quem sabe mais tarde não vai saborear o teu sofá, dão trabalho, ter que aspirar todos os dias, mas é das melhores coisas, transmitem tranquilidade e dão-nos tantos mminhos.
ResponderEliminarBeijinho Janita
Sabes Adélia? Ele faz-me mais companhia quando ando pelo quintal a regar ou arrancar ervas. É engraçado o raio do gato, parece um acrobata. Dispenso essas delícias de aspirar diariamente pêlos de gato e a minha tendência para alergias, agradece!!
EliminarBeijinhos.
Nunca ninguém definiu os gatos como George Carlin.
ResponderEliminarBeijinhos, boa semana
Já em tempos, salvo erro quando publiquei um outro post sobre outro gato que tive, o Pedro me falou no comediante George Carlin.
EliminarEle é que tem razão quando diz que quem compra um animal compra uma pequena tragédia. Pois é inevitável vê-los partir e sentir essa tristeza...a não ser que se tenha 80 anos e se compre uma tartaruga. :)) Eu, que nunca comprei nenhum, acabo por ter entre mãos futuras tragédias...:)
Beijinhos, boa semana.
Gostei do gato, mas amei o poema! :)
ResponderEliminarEntrelinhas da tristeza...
Beijo e uma excelente semana.
Isenção, quanto baste, é isso mesmo Cidália. Gostei! :)
EliminarBeijos, boa semana.
Gostei da forma como deste espaço ao gatito, livre para partir ou pode ficar.
ResponderEliminarTambém já me quiseram oferecer um gato, mas não me estou a imaginar a deixá-lo em casa ou pedir a aloguém que tome conta dele quando me apetece laurear.
O poema é lindo.
Beijinhos Janita
https://existeumolhar.blogs.sapo.pt/
A minha incapacidade de dizer não, de dar comida e abrigo, tem-me levado a aceitar ser dona de bichinhos abandonados.
EliminarParece que, por mais que me recuse, eles acabam por entrar na minha vida.
Nunca coabitei com cães nem gatos. Acho que deve haver espaços independentes, embora coexistam. Ideias minhas! Mas não critico quem pensa o contrário, desde que possa assumir essa vivência.
Ir de férias e deixa-los sozinhos ou ter de pedir favores à vizinhança é coisa que não está nos meus planos.
Sei que já há empresas que tomam conta de animais, enquanto os donos vão de férias, mas quando penso na dinheirama que a minha filha pagou - ainda era o tempo dos $ - e quando foi buscar o 'Paco', ele veio cheio de pulgas e carraças...:(
Bem sei que eram outros tempos, mas...prefiro evitar! Pelo que esta 'amostra' de felino vai aprender a sobreviver pelos seus próprios meios. Enquanto eu andar por aqui, abrigo e comida tem.
Beijinhos Manu! :)
Um bom poema e sim, é verdade que todos os gatos deveriam ser livres e não bibellots !
ResponderEliminarSempre que este assunto ´
e abordado me recordo do poema de Pessoa "Gato que brincas na rua" ! :)
Para mim, tal como um gato deve ser e viver !!! :))
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
Beijinhos e miaus :)
Já tantas vezes me 'ofereceste' esse poema, Rui...que já quase o sei de cor!! :)
EliminarFernando Pessoa e o Chico Buarque pensavam como eu.
Pessoa disse-o no poema e o Chico na sua peça Os Saltimbancos.
Lembras-te?
Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás.
:)
Na horta do meu pai andam agora quatro gatinhos, deixados por uma mãe gata vadia que entretanto se foi. Estão em regime aberto, assim como esse. :))
ResponderEliminarQue alívio, Luísa!! :)
EliminarHaja quem pense como eu!
Beijinhos
Enfim, um felizardo. É justo que não se lhe confinem os passos por que gato quer-se selvagem, a fazer "maldades" como o Vinicius proclama.
ResponderEliminarFez bem, Janita, nem sequer caiu na tentação de o batizar. É Gato e pronto, quando estiver pronto irá pelo caminho que lhe convier.
Beijo.
Tal como um filho, Agostinho! Ainda que mal comparado.
EliminarAté agora nenhum dos gatos que veio cá parar quis ir, todos ficaram, livres e felizes até ao fim.
O nome vai ser o João a dar-lho. :)
Beijinho.