terça-feira, 2 de abril de 2019

CHUVAS DE ABRIL.



As chuvas de Abril,
que tanta falta faziam,
as chuvas de Abril
que eu desejava mansas,
chegaram furiosas.

Impetuosas, cruéis,
vieram inundar e 
afogar as 
minhas rosas.




Até a raquítica flor
Que em tempo áureo
Foi uma bela tulipa,
caiu desmaiada
Foi tanta a água
que a terra seca não agradeceu.


E a pobre tulipa, desfolhada, triste
já tulipa não é…
ficou simplesmente
 a sombra de uma flor

E sem nome, sem nada…
… desditosa e só 
Hoje, a flor morreu.


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36 comentários:

  1. Minha Alma, ficou condoída
    gosta de flores
    Meu Contrário, rejubila
    gosta de couves

    Bem se diz da impossibilidade
    de ter sol no jardim
    e chuva no nabal
    (O ditado não é bem assim,
    mas até nem ficou mal)

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    1. Esta chuva torrencial e granizo tão forte
      que por aqui caiu a partir do meio da tarde
      nem as couves queriam nem as flores desejavam.
      As bátegas eram tão fortes que,
      ao bater no chão faziam bilros.

      Valeu o comentário do Rogério para me fazer sorrir.
      Obrigada e um beijo.

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  2. As chuvas de Abril são terríveis, mas o poema e a fotografia são lindos:-*

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    1. Mas as chuvas torrenciais mais destruidoras têm sido em Março.
      Foi nesse mês que caiu a ponte de Entre-os-Rios...Tudo está a alterar-se dramaticamente.

      Obrigada Teresa.

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  3. Por aqui as chuvas de Abril ainda não chegaram. Gostei de ler o poema e fiquei com pena da pobre tulipa.
    Abraço e uma boa semana

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    1. Por cá parecia o dilúvio.
      Uma coisa assustadora, Elvira.

      Um abraço e obrigada.

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  4. Ou oito ou oitenta!
    O S. Pedro não acerta?!
    : )

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    1. Com tanto desconcerto que há no mundo, até São Pedro fica desconcertado, Catarina.

      Beijos. :)

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  5. Já tinha lido que foi mesmo uma tempestade medonha.
    Que, como muito granizo, estragou muita coisa.
    Beijinhos

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    1. Logo pela manhã tinha ouvido que, na A1 e A10, a chuva fortíssima acompanhada da queda de granizo, tinha impedido muitos automobilistas de circular, mas por aqui o sol brilhava. A meio da tarde começou a escurecer e foi o fim do mundo... A chuva parecia despejada a cântaros. Hoje já temos sol de novo.

      Beijinhos.

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  6. Bom dia
    Quando a natureza nos inspira , até as coisas tristes se tornam bonitas .
    JAFR

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    1. Bonita é esta sua frase, JAFR. Muito poética até, diria.

      Obrigada e um bom dia também para si. :)

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  7. Que pena, Janita :(

    Por aqui, foram tão mansas que mal se fizeram sentir... caíram umas bátegazitas durante a madrugada e só dei por elas por ter a varanda molhada no dia seguinte...

    Beijinho

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    1. Não se entristeça, Maria João. Sabe que as flores têm, tal como os gatos, sete vidas!:) Assim, não se desenraízem.
      Com o sol que hoje já brilha, a terra está a secar e em breve tudo voltará a florir.

      Um beijinho e um sorriso. :)

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    2. :) Outro beijinho. Tem toda a razão.

      Maria João

      PS - Agora tem de ser assim... não percebi muito bem porquê, mas o Google deixou de estar disponível para mim...

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    3. Que estranho, Maria João. Não sei porque isso acontece.
      Pode ser que seja temporário, de vez em quando acontecem essas anomalias que ninguém sabe explicar.
      Mas o importante é que se sinta motivada para cá vir. Logo que 'assine', saberei quem é. :) Faço sempre muito gosto em recebê-la no meu cantinho.

      Um beijinho e obrigada.


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  8. Aqui tem prometido, mas nada de chuva! Poema triste e tão real.

    Beijo e um excelente dia!

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    1. Bom dia, Cidália.
      A chuva faz muita falta, mas, se vier violenta, estraga mais do que compõe.

      Beijo.:)

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  9. (??) ... Se foi assim como dizes nos comentários, o teu poema está perfeito !
    Mas o mais curioso, é que vivendo nós (relativamente) tão perto, aqui só caiu uma chuvinha "para enganar" !

    E hoje, outra vez o sol lá no alto !

    ... mas está "prometida" mais para os próximos 6 dias !
    Não sei se :)) ou se :((

    Como diz o Rogério, ...não se pode ter tudo ! :))

    Beijo

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    1. Rui
      Quando, ontem à noite, comentei com a minha filha a força da chuva que aqui tinha caído, ela, que passou o dia no escritório da empresa, na zona industrial da Maia, ficou admirada e disse que por lá não tinha chovido nada. Imagina!

      Lá na minha terra havia um ditado muito popular, que era assim:
      " Terra d'um cabrão, ali sol e aqui, não!".
      Com a chuva está a ser igual. Ehehehe

      Beijinhos.

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  10. Pra mim o que sobressaiu nesse bonito poema, não foi a chuva intensa, foi o teu sentimento para com a pobre tulipa!
    "Um poema para uma tulipa..."
    Achei lindo.
    Beijo!

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    1. Querida Tais.
      O bolbo continua na terra, quem sabe se na próxima Primavera a tulipa renasce duplicada em força e beleza? Nada está perdido.
      Por morrer uma flor não acaba a Primavera...

      Esse seria um bom título para este postal, mas foi na chuva que pensei, o resto foi surgindo à medida que as palavras se foram encontrando, unindo-se umas às outras.
      "Réquiem para uma tulipa", também não seria mal pensado, pois não? :)

      Um beijinho, um bom dia e o meu obrigada.

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  11. Gosto dela mansinha, mas nem sempre nos faz vontade:))

    Hoje:- Quando há vida, na vida da gente. Felicidades meu bem.

    Bjos
    Votos de uma óptima tarde.

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    1. A mansidão nem sempre vem quando se espera, Larissa.

      Um beijinho com votos de bom dia.

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  12. Um poema lindo!
    Por aqui não houve chuvas torrenciais e pouco choveu.
    Quanto às tulipas são flores frágeis, não admira que tenham caído, outras renascerão, se não forem no teu jardim, serão através das tuas palavras.
    Beijinhos Janita
    😘

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    1. Sabes Manu? Ficamos a achar que esse desejo ligado à lavoura, de querer: «sol na eira e chuva no nabal» é algo irreal, mas o que acontece é que está tudo tão alterado na Natureza, que não estranharia nada se um dia isso acontecesse.

      Olha amiga, nas minhas palavras tudo pode acontecer...:))

      Um beijinho grande, Manu.

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  13. Já não chove
    soltam-se lágrimas
    por vezes torrenciais

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    1. Grande verdade, Mar Arável.
      Lágrimas que são torrentes de dor e desespero.

      Um abraço.

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  14. Foram momentos tempestivos que a Janita transformou numa bela poesia. Parabéns.

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    1. Simplicidades de uma pessoa muito banal, Maria José.
      E que não aspira a ser mais do que aquilo que é!

      Contudo, sabe-me bem ler as suas gentis palavras.
      Muito Obrigada.

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  15. Está tudo descontrolado, tudo se ressente !!!... :(((

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    1. A Humanidade tanto quer fazer que, pensando criar, gera destruição. A Natureza ressente-se e perde o controlo...Um círculo vicioso?
      Obrigada, Ricardo.

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  16. Chuva é uma bênção que não agrada a todas as flores, claro está, pelas razões de se acharem expostas. Havia por aí umas que, de tão precoces, pouco duraram. Com umas pingas constiparam-se e perderam o olfacto. Mas tudo se renova, Janita.
    Beijo.

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    1. Amigo Agostinho.
      Quando se perde o olfacto, perde-se um sentido precioso! Por sinal, dos meus cinco sentidos - que no sexto nem é bom falar -, esse é o que tenho mais apurado. Assim eu tivesse o 'tacto', não o da ponta dos dedos, mas aquele que se aloja mais a norte, bem no cume desta colina em constante decadência, tão apurado quanto o primeiro. Mas tenho fé que sim, Amigo Poeta, que tudo se renove. Espero que o Agostinho também acredite nisso. :)

      Obrigada e um beijo.

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  17. De ti, porém, não é somente em Abril que chovem ideias, prosas e versos. Os teus pensamentos florescem todo o ano para contentamento de quem te lê.
    Beijokas mil com sorrisos de Abril!

    §-ora toma!!!!

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    1. Pois claro, assim deverias fazer tu... Aparecer sempre! :))
      Mas só apareces no blogue quando o Rei (tu) faz anos ou nas festas rijas. ehehehe

      Ai, Kok, mas que poético. :D ---Não é que só na segunda leitura me apercebi do motivo do:__ "§-ora toma"??
      Quando queres agradar, sabes...:))

      Beijokas felizes com sorrisos sem deslizes.

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