quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

SORRISOS SÃOS EM MENTES LOUCAS.

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Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura.

Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio.

Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante

Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício e cair verticalmente no vício.

Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola.

Que afinal o que importa não é haver gente com fome porque assim como assim ainda há muita gente que come.

Que afinal o que importa é não ter medo 
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente: Gerente! Este leite está azedo!

Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo.

No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra.

[Poema "Pastelaria" de  Mário Cesariny]




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26 comentários:

  1. Ou seja: O que importa é ser-se feliz
    .
    Poéticos e cordiais cumprimentos.
    .
    Poema: “”Rebelde Juventude””…
    .

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    1. Sim, mas para se ser feliz não precisamos rir por tudo e por nada. Lá diz o ditado: "muito riso pouco siso" . 😇

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  2. O que importa é ter vontade de rir!

    Abraço

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    1. Sem dúvida, Leo, sem dúvida!
      Só que aquilo que hoje em dia vemos na rua, não inspira qualquer vontade de rir, como sugere Cesariny.

      Abraço.

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  3. Bom, como se diz que o riso ajuda a curar as doenças e em certos hospitais até já estão a incentivar a riso terapia, temos mais é que rir, ainda que olhando aquilo que se passa no universo tenhamos mais vontade de chorar do que de rir.
    Abraço e saúde

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    1. Bom dia, Elvira!
      Também já ouvi falar e vi exemplos na TV, acerca dessa terapia do riso. Acho que se me visse numa cena dessas, a rir só por rir, acabaria rindo até às lágrimas, só de ver os outros a rir... 😂
      Um abraço e bom FDS

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  4. E aquele sorriso é inebriante, digo eu.
    Beijinhos, bfds

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    1. Como escreveu Cesariny:
      "Afinal o que importa não é ser novo e galante
      - ele há tanta maneira de compor uma estante"

      Não é verdade, Pedro? 😊 😂
      Beijinhos, bom fds.

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  5. Bom dia
    O que me importa a mim é ter uma carteira velha mas com alguns euros lá dentro , em vez de uma carteira de marca mas sem um único tostão .

    JR

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    1. Bom dia, JR!
      Se fosse uma carteira nova
      e bem recheada,
      o Joaquim também
      não se importaria nada...

      Lá dizia o Mário:
      "Afinal o que importa não é bem o negócio
      nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio.
      😜

      Desculpe, mas hoje 'tou qui tou', como dizem os nossos irmãos dalém-mar.
      Bom fds.

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  6. Em tudo na vida o sorriso é mesmo contagiante e de caras sisudas e sofridas tornam-se mais leves.
    beijocas

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    1. Assim é, Fatyly. Infelizmente, cada vez temos menos motivos para sorrir. Neste preciso momento acho que nada me faria rir.
      Mas amanhã será outro dia...
      Beijinhos.

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  7. O sorriso é uma arma contra tudo o que nos desgasta.
    Beijinhos amiga Janita

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    1. Verdade, Manu. Enquanto o conseguirmos manter, a coisa não vai mal.
      Beijinhos um bom fds, amiga.

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  8. Fui forçado a criar uma lista de blogs extra, pois alguns dos blogs que sigo não actualizam como se pretende. Veremos se agora vai funcionar como eu quero!

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    1. Com a minha lista acontece o mesmo. Tenho uns dois ou três que não actualizam e ficam sempre plantados lá no final.
      Uma contrariedade que já tentei resolver mas não consegui.
      Espero que consiga. Se quiser depois partilhar connosco o modo como fez para o conseguir, ficaremos gratos!

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  9. Embalados pelo sorriso de Cesariny.
    Cai bem a publicação.
    Beijinho, Janita.

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    1. Sorri-se o Cesariny e não seria eu a brindar-vos e embalar-vos, com o meu sorriso, António. :))
      Agora se quiseres
      que o ponha aqui
      com a língua de fora...
      Trago-o sem demora!
      Basta pedir.

      Beijinho, amigo!

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  10. Este estranhamento que brota da poesia de Mário Cesariny questionando a realidade nos faz abrir os olhos para a força da sua criação. Por certo, não haveria a menor possiblidade de qualquer ex-presidente pedir R$65.000,00 de pão em única entrega que, em contrapartida não brotasse um poema de cariz irônico e humorístico para caricaturar pedido tão insólito. Para um pedido insólito poema insólito nele. Loas para Mário...
    Um bom final de semana, minha amiga Janita!
    Beijinhos,

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    1. De facto, 65 mil reais de pão é muita massa em pão. Daria para abastecer todo o Estado de Minas Gerais, digo eu!
      Na verdade, tal pedido exigia um poema sarcástico escrito por Bocage ou pelo militante surrealista Cesariny, tem o JC toda a razão.

      Como, infelizmente, nem um nem outro já cá estão para o fazer, tampouco está Millôr Ferreira, será que terei eu de meter as mãos na massa? Pronto...mais uma preocupação a juntar a tantas outras que já tenho...

      Tudo de bom por aí, meu amigo.
      Qualquer coisa que precise, disponha.
      Beijinhos.

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    2. As voltas que Millôr estará a dar no túmulo!!
      Mil perdões, caro Professor, então não é que lhe troquei o apelido ou sobrenome? Corrijo de imediato: Millôr Fernandes, assim é que é. Peço desculpa, mas fiquei nervosíssima, como deve imaginar.
      Grande abraço.

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    3. Com o senso de humor de Millor, ele sorri com a troca.
      Depois, ele está, em suas tertúlias, usando da sua ironia para tripudiar do manganão que usa o cartão corporativo da República do Brasil para tal fim.
      Abraços, minha amiga. E bom final de semana!

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  11. Os dentes não devem comportar muitos açúcares.
    Abraço amigo.
    Juvenal Nunes

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    1. Nem os dentes nem a prótese dentária que Cesariny tirava, de quando em vez, e se deixava fotografar com ela nas costas da mão encostada ao queixo, caro Juvenal.
      Melhor seria colocar um implante...

      Abraço amigo e um bom domingo.

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  12. Querida Janita, os motivos estão tão escassos para rirmos que qualquer coisa que não for miséria, corrupção, roubo e morte vale umas gargalhadas, daquelas sem trava. Só para dizermos ao mundo, que mesmo assim, com tudo que nos aprontam, conseguimos rir, pois é o único remédio que pode dar resultado para as misérias do mundo que estamos vendo.
    Adorei a "Pastelaria" de Mário Cesariny e a conversa com José Carlos! rsssss
    Beijinhos, uma ótima semana!

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