sábado, 24 de agosto de 2024

GRADUALMENTE.

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Foto minha - Porto-


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Gradual, desde que o calor
        Teve medo,
A brisa ganhou alma, à flor
        Do arvoredo.

Primeiro, os ramos ajeitaram
        As folhas que há,
Depois, cinzentas, oscilaram,
        E depois já
Toda a árvore era um movimento

        E o fresco viera.
Medita sem ter pensamento
        Ignora e espera!

🍃🍃

Poesias Inéditas 
31-8-1930
Fernando Pessoa. 

 Da Net



Foto minha. - Serpa -


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19 comentários:

  1. Puxa... bonito demais! Parabéns pela postagem.

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    1. E Pessoa, mais palavras para quê?
      Obrigada, Menino Beija-Flor! 😊

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  2. Um grande trabalho de Fernando Pessoa.
    Beijinho, Janita.

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    1. Verdade! Curto, directo e incisivo!
      Beijinho, António.

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  3. Rogério V. Pereira24 agosto, 2024 23:41

    Medito sem ter pensamento
    Ignoro e espero
    como essa árvore...
    Talvez no outono, a perda das folhas
    me faça pensar

    Beijo

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    1. Tu és um ser pensante e bem pensante, querido amigo Rogério.
      Para mais, tens um grande e generoso coração.
      Obrigada!

      Beijo, penitente!

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  4. Gostei muito das tuas fotos mas o poema nem tanto o que peço desculpa !
    Beijos e bom domingo

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    1. Gostos não se discutem, se forem gostos e preferências acerca de poesia, muito menos.
      Beijos, boa semana

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  5. Bom dia
    Um grande contraste entre Porto e Serpa, mas estão as duas magníficas.

    JR

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    1. O contraste é entre as fotos, JR!
      A 1ª, do Porto, foi obtida num dia de primavera, na bem cuidada Praça Velasquez, hoje, Praça Francisco de Sá Carneiro. A outra, é um velho tronco de oliveira, centenário, carcomida pelos anos, que fica em frente ao Santuário do Calvário na rua com o mesmo nome. Seja qual for a estação do ano manter-se-á sempre igual. A vegetação que espreita por entre a abertura feita pelos anos no tronco da árvore, é pode alterar-se conforme a estação. Aqui, também era primavera.
      Agradeço-lhe o ensejo de prestar este esclarecimento... 😊

      Um abraço.

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  6. O Pessoa estava pouco inspirado, quando escreveu esse poema! É o que me acontece a mim também e por isso fico caladinho no meu canto. Poesias só se for a brincar!

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  7. Alentejanitamiga
    Se me for pedida uma definição de Fernando Pessoa talvez responda... Fernando Pessoa (ou algum dos seus heterónimos, a saber: Alberto Caeiro: era um engenheiro influenciado pelo simbolismo e futurismo; Álvaro de Campos: escrevia poesias de maneira simples, directa e concreta; Ricardo Reis: era um médico que contemplava o bucolismo em suas obras; e Bernardo Soares: considerado o alter ego do português, é o “semi-heterónimo” de Pessoa, por ser o mais parecido com ele. Com esse nome, o poeta escreveu o «Livro do Desassossego», considerado a sua principal obra.)
    Este poema que me/nos trazes não é, para mim, um dos mais felizes do Poeta que considero o melhor que escreveu Poesia em português. Falem-me de Camões, de Sá Miranda, de Sá Carneiro, mas volto sempre a Pessoa e à sua mesa no Martinho do Arcada.
    De qualquer jeito é Pessoa e está tudo dito.
    Beijinhos & queijinhos de Gáfete (já deves ter acabado o da Graciosa...)
    Henrique

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    1. Todos tão diferentes e, no fundo, todos iguais!
      Eu gosto do "Guardador de Rebanhos", o mais simples e mais autentico, HenriquAmigo.
      Beijos, sem gaffes nem Gáfetes...nunca comi desse.
      Acabei e ontem comprei mais, adoro tudo o que seja gracioso.
      😊

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  8. Poema a condizer com as fotos, embora tiradas em lugares diferentes. Quando se faz um poema sobre árvores o resultado é sempre bonito.
    Grande Pessoa!
    Beijinhos Janita

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    1. Concordo, Manu! E vindo de Pessoa tem qualidade, penso eu.

      Beijinhos, amiga, boa semana.

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  9. Maravilhoso de ver e ler
    .
    Saudações cordiais. Feliz semana..
    .
    Poema: “ A Voz do Coração “
    .

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  10. A primeira fotografia claramente foi feita depois de ter comido as tais amêijoas à bulhão pato, no passado dia 15 de Agosto, e de ter regado a refeição com um bom vinho branco. Dizem que um garrafa ficou somente por conta dela.
    Quando saiu do restaurante, a Janita já nem via o que estava a direito ou o que estava torto. E por isso, as árvores ficaram em pose "Torre de Pisa".

    Já a segunda fotografia, a do buraco, o que significará?
    Será que a Janita nos quer mandar para o buraco?
    Será que é o buraco da agulha?
    Será que quer me amarrar ao buraco?
    É uma fotografia desconcertante.
    :-P

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    1. Pois, pois, quem desdenha quer comprar!
      Depois diga que eu lhe ando a arrastar a asa... Vê-se! 😛

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