"O Beijo" Tela de Henri Toulouse - Lautrec |
Soneto da Separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Soneto de Vinícius de Moraes
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Um poema criado num momento de grande inspiração. Obrigado.
ResponderEliminarUm abraço.
Sim, penso que o autor estaria, não só num momento inspirado, como invadido por um estado de espírito algo inquietante.
EliminarObrigada, eu.
Um abraço
Foi como o Covid...de repente, tudo mudou!
ResponderEliminarAssim, não mais que de repente, vimos as nossas vidas mudar drasticamente, UmaMaria.
EliminarUm abraço.
Que lindo encontrar nosso poetinha por aqui nesta série Janita.
ResponderEliminarUm soneto famoso estampado em sua praça junto a sua casa em Itapuã, que tanto cantou e amou.
Profundo este soneto.
Uma feliz semana leve.
Meu carinhoso abraço
Toninho, meu amigo.
EliminarCarlos Drummond de Andrade, há muito faz parte das minhas publicações sobre poesia. Agradeço-lhe essa informação, pois desconhecia até a localidade - Itapuã - onde o Poeta nasceu.
Um abraço com igual carinho e amizade.
Vinícius é eterno!
ResponderEliminarBeijinhos
Completamente, Pedro.
EliminarBeijinhos.
Bom dia
ResponderEliminarUm soneto que não se entende de repente.
JR
Então, JR, volte atrás, leia e releia, pois este Soneto é dos que vale bem o esforço de ser entendido, na íntegra.
EliminarBoa tarde.
Adorei o poema. Bela escolha! :)
ResponderEliminar-
Sou feita das várias tempestades
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Beijo e uma boa Terça - Feira.
Ainda bem que gostou, Cidália! :)
EliminarUm beijinho.
Suponho que seja assim, quando um amor acaba.
ResponderEliminarGosto muito de Vinícius de Morais.
Abraço e saúde
Penso que todas as coisas acontecem de repente, Elvira. Ainda que se vão formando lentamente, quando se dá a explosão, esta não acontece de forma lenta.
EliminarQuantas vezes passamos do riso ao choro, da paixão ao desespero e, como diz o povo, para passar da vida à morte basta dar o último suspiro? :)
Um abraço e obrigada pela visita.
Duas escolhas que gosto, Lautrec um pintor que admiro, pena ter falecido tão cedo e Vinícius num poema lindo, mas triste, já que uma separação dói muito.
ResponderEliminarBeijinhos Janita.
😘😘😘
Há separações inevitáveis, Manu.
EliminarQuer queiramos, quer não.
Sem que haja, necessáriamente, a separação provocada pela partida definitiva, há uma hora, um minuto, na vida de alguém, em que se dá a ruptura.
Beijinhos, querida Manu! 😘 😘
Como a morte
ResponderEliminarnão é separação
mas uma partida
considero
este soneto
o meu anti-retrato
(nunca me separei de ninguém...)
E, acredites ou não
Vinicius é meu irmão
Felizardo!!!
EliminarFalar de Separação com esse jeito tão lindo assim_ só mesmo Vinicius de Moraes. Tanta falta faz nos nossos dias_ a poesia perdeu o encanto com a tecnologia, redes sociais e frivolidades mil...
ResponderEliminarMuito linda a tela do beijo _bem doce e romantiquinha.
abraço, Janita
Vinícius, e aquele jeito tão doce que é só seu, amiga Lis!!
EliminarFica tudo dito, não fica?! :)
Beijinho, Lis.
"O Beijo" só conhecia o do Klimt.
ResponderEliminarTambém não conhecia o soneto.
Não concordo é que seja "de repente". Vai havendo um desgaste que leva á ruptura. Em todas as relações, românticas ou não.
Um abraço Janita,
Sandra Martins
Olá, Sandra.
EliminarPor acaso, só por acaso, conheço os dois "O Beijo".
O de Gustav Klimt é um beijo dado no fausto grandioso de sedas e brocados, já este do Lautrec é aquele beijo acessível e comum a (quase) todos nós. :)
Quanto aos "de repentes", mesmo cozinhados em lume brando, quando acontecem é de repente. :)
Um beijinho, Sandra.
Lindo e imortal como o seu autor!
ResponderEliminarAbraço
Como digo tudo o que penso, deixa-me dizer-te querida Leo,: se há qualidade que admiro e invejo em ti, é essa tua maravilhosa capacidade de síntese. Dizes tanto com poucas palavras!
EliminarUm forte abraço.
Adoro sonetos. Mais um lindíssimo0 que acabei aqui de ler.
ResponderEliminar.
Saudação amiga
Cuide-se
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Se Vinícius o ouvisse por certo ficaria orgulhoso, Ricardo.
EliminarNessa impossibilidade, orgulho-me eu, por ter feito a escolha deste soneto e inclui-lo nesta rubrica.
Muito obrigada e cuide-se também.
Janita,
ResponderEliminarPermite-me este aparte, posso não dizer o que penso mas penso tudo o que digo, e mais ainda, o que escrevo.
Quanto ao soneto, que é um dos meus preferidos do grande poeta Vinícius de Moraes, serviu-me de inspiração, há muitos anos, para o título do meu primeiro blogue, " ... de repente ! " (:
De repente, tudo muda, tudo acaba.
Beijinho
Fê
Pois é, Fê... O António Aleixo também assim aconselhava a fazer.
Eliminar«Se queres ter dias felizes, não digas tudo o que pensas, mas pensa tudo o que dizes.»
Provavelmente teve alguns amargos de boca pela sua natural espontaneidade e singeleza, coitado.
Tudo muda, sim, até nós não somos mais o que fomos. Talvez, um dia, eu aprenda a ser cautelosa e premeditada, por enquanto, digo e escrevo, o que penso. Procurando não ofender ninguém, óbvio. Se, alguém se sentir ofendido, melindrado, qual flor de estufa, então...nada feito.
Um abraço e obrigada.
Toulouse Lautrec, adoro.
ResponderEliminarSão ambientes idílicos criados de uma forma tão concêntrica
E o soneto complementa optimamente
😊
Que bom, poema e tela serem de seu agrado.
EliminarFico contente por isso, Miguel.
Obrigada. 😊
E de repente (terá sido?), o Toulouse-Lautrec fez um belo desenho, aparentemente simples. E se de repente um dos envolvidos na cena se apercebesse de que estava na cama errada?
ResponderEliminarbji.
Olá, José.
EliminarSe foi de repente, não sei. Só sei que fez este, e outros, subordinados ao tema. «In bed, the kiss». Também não sei se o desenho é aguarela, pintura a óleo ou quelque autre chose, sou uma (im)perfeita naba nesta arte de bem pintar-toda-sela...mas parece que sou boa em trocadilhos, não lhe parece?
Essa ideia da cama errada é que nunca me tinha passado pela cabeça. Realmente...há que beijar ( e ir prá cama) de olhos bem abertos. 😂
Beijinho.