Aquele candeeiro veio estragar tudo |
Não sei como vieste,
mas deve haver um caminho
para regressar da morte.
Estás sentada no jardim,
as mãos no regaço cheias de doçura,
os olhos pousados nas últimas rosas
dos grandes e calmos dias de setembro.
Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?
Queria falar contigo,
Dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?
Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.
As palavras são de Eugénio de Andrade in "Antologia Poética".
Os Céus, claro, são meus.
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Associo-me à homenagem ao grande Poeta.
ResponderEliminarBoa Tarde.
Muito Obrigada por ter vindo saudar o meu Setembro, Sr. das Nuvens.
EliminarUma Boa Tarde também para si.
MARAVILHOSDA poesia e teus céus, um show! Claro que vou "roubinhacar",rs...No dia que forem publicados,aviso! bjs, obrigadão,chica
ResponderEliminar«Roubinhaca» sim, Chica. A permissão já te foi dada. :))
EliminarGosto disso de inventar palavras. Acho giro! :-)
Beijinhos.
A poesia já conhecia.
ResponderEliminarOs teus céus são maravilhosos.
Feliz Setembro, Janita!
Feliz Setembro, querida Teresa.
EliminarTudo de bom por aí e, especialmente, para ti.
Abraço. :)
No meu caso, seria ao mês de Março.
ResponderEliminar"Queria falar contigo,
Dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?"
Como, de facto?
Para ouvir e acreditar que vai ficar tudo bem, que alguém vela
por mim.
Os céus são muito bonitos e adequados a qualquer mês.
Um beijinho Janita,
Sandra Martins
Queria falar contigo,
EliminarDizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse...
Para mim, só este excerto já vale por todo o poema.
Obrigada e um beijinho, Sandra. :)
Estes céus de Agosto bem azuis, ainda podem ser de Setembro, já que o sol ainda brilha por aqui.
ResponderEliminarGostei muito do poema.
Que o mês de Setembro brilhe para ti e tenhas muitas alegrias.
Beijinhos Janita
Tivemos dias piores em Julho e até em alguns dias de Agosto, mas como as fotos não foram captadas hoje, já não posso dizer que seja um Setembro por inteiro. :)
EliminarSe não cair granizo nem houver ventanias que derrubem árvores, pra mim já está de bom tamanho, Manu!
Beijinhos e feliz Setembro, amiga!
Como não apreciar os poemas desse extraordinário poeta.
ResponderEliminarObrigado amiga por o recordares (outra vez).
Beijos rimando com sorrisos.
§- acredito que o candeeiro estava de passagem e achou por bem fazer de "emplastro". Na outro foto até parece que a maré está na vazante.:))
Eheheheh...Oh, que homem este.
EliminarCada tiro cada melro. Agradeces por publicar o poeta e logo a seguir a alfinetada entre parêntesis.
Não sabes tu as fotos que tive de eliminar por estarem todas mal centradas. Um desastre! Como tinha o sol a incidir em cheio no telem. nem via nada, ia disparando ao calhas.
A maré vazante até nem ficou mal, mal ficou tanto céu e pouca água. ahahahah
Ri lá à vontade eu não sou da parte, por isso tudo me é perdoado.
Beijinhos.
Este meu teclado deve andar tolo.
EliminarDesculpa Kok, eu escrevi Arte e não 'parte'...parte de quê?
Referia-me à Arte fotográfica, obviamente.
Também eu faço muitas fotografias "inclinadas".
EliminarTambém não sei porque o faço. Quero crer que é na procura do melhor ângulo e "quando o encontro": clik, já está.
Depois vai-se a ver e lá está ela, a inclinaçõn!
Mas eu nem quero saber!
Já agora: ando à que tempos a coleccionar fotos do céu (feitas da minha janela) para um tema que achei por bem chamar de: "céus da minha rua". Qualquer dia mostro aqui quando a preguiça o permitir.
Beijoka.
§-equele (outra vez) é um agradecimento por voltares a mostrar/lembrar o poeta e não por ser: "outra vez arroz?"
Eu sei. Acontece a todos, Kok, ainda que eu reconheça as minhas limitações nesta área. Fotografar com telemóvel é diferente do que usar uma máquina fotográfica. Já andei com a mania de a querer comprar. Depois, desisti. Para quê, se não lhe daria o uso necessário?
EliminarAh, bem...pensei que fosse: "mais do mesmo"?
Beijinhos
Uma ótima escolha!! :))
ResponderEliminarBeijo, e uma excelente noite.
:)) Obrigada, Cidália!
EliminarBeijinhos
Tirando a contradição de falar das rosas dos últimos dias de Setembro, gostei.
ResponderEliminar😊
Bom Setembro Tb
Contradição?...Mas...então nos últimos dias de Setembro não há rosas? Ou será que acha contraditório colocar um poema que fala do fim de, estando nós no princípio de Setembro? Ora, em poesia é tudo válido. 😊
EliminarUm abraço!
Que Setembro seja bem melhor que Agosto.
ResponderEliminarBeijinhos
E que Outubro seja ainda melhor que Setembro, Pedro.
EliminarBeijinhos
Que Setembro te traga boas lembranças!
ResponderEliminarAbraço
Não me parece lá muito viável, Leo, mas agradeço.
EliminarDesejo que as traga a ti, também.
Um abraço
Fotos lindas! Fazem_nos sonhar. Bom mês de Setembro
ResponderEliminarObrigada, Maria José.
EliminarÉ muito generosa.
Bom Setembro também para si.
Um beijinho.
Bom dia de muita paz, querida amiga Janita!
ResponderEliminarEstás sentada no jardim,
as mãos no regaço cheias de doçura,
os olhos pousados nas últimas rosas
dos grandes e calmos dias de setembro.
Bonito os versos que me falaram ao coração no todo do poema.
Que setembro seja feliz e abençoado!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Janita,vim avisar que acabam de entrar céus teus por lá! Obrigadão! beijos, chica
ResponderEliminarPodes ver:
http://ceuepalavras.blogspot.com/2020/09/blog-post_28.html