Ruínas
E é triste ver assim ir desfolhando,
Vê-las levadas na amplidão do ar,
As ilusões que andámos levantando
Sobre o peito das mães, o eterno altar.
Nem sabe a gente já como, nem quando,
Há-de a nossa alma um dia descansar!
Que as almas vão perdidas, vão boiando
Nesta corrente eléctrica do mar!…
Ó ciência, minha amante, ó sonho belo!
És fria como a folha dum cutelo…
Nunca o teu lábio conheceu piedade!
Mas caia embora o velho paraíso,
Caia a fé, caia Deus! sendo preciso,
Em nome do Direito e da Verdade.
Soneto de Guerra Junqueiro.
Fotos minhas
Relembrar o poeta, uma homenagem a que me associo. Uma boa escolha.
ResponderEliminarBoa Noite.
Vá lá, fui aprovada na escolha.
EliminarFico contente por isso.
Bom Dia.
O transmontano é um poeta genial, manejando com facilidade uma linguagem riquíssima.
ResponderEliminarE não é por ser transmontano que GJ o fez. Foi pela força da sua imensa cultura e sensibilidade. Um homem com multifacetados talentos e muito à frente do seu tempo. Como agora se usa dizer.
EliminarEu escrevi simplesmente que ele era transmontano.
EliminarNÃO escrevi que a sua genialidade vinha de ser transmontano.
Sensível ou não — não é a questão.
Certos factos históricos determinaram nele uma reação de tal ordem que se torna conhecido pela violência dos seus ataques.
Podes exemplificar a que ataques te referes?
EliminarAtaques verbais!!
EliminarNo poema „PÁTRIA“ é um nacionalista violento.
Nos seus tempos de estudante em Coimbra tomou parte activa na política, atacando de forma agressiva e exagerada determinadas instituições e pessoas. Talvez fosse o seu desejo de ser útil à sociedade.
Naturalíssimos os ataques verbais e o facto de ser nacionalista ferrenho. Pois se Guerra Junqueiro entrou na política, foi deputado e jornalista a par da escrita em prosa e poesia, querias o quê? Que tivesse vivido uma vida amorfa?
EliminarO seu desejo de ser útil e de lutar pela verdade daquilo em que acreditava.
Eu NÃO queria absolutamente nada, Janita.
EliminarEU NUNCA QUERO NADA DE NINGUÉM.
Não foi uma crítica, foi simplesmente um comentário.
Teresa.
Eliminar«Querias o quê?" - Foi uma maneira de falar, mas já agora:
CONTRARIAMENTE A TI, EU, NÃO QUERENDO O QUE É DE NINGUÉM, QUERO TUDO DE TODA A GENTE DE ACORDO COM AQUILO QUE DOU.
Bom dia
ResponderEliminarA poesia é rica e faz bem quando é feita com alma e coração.
Como gosto de estar junto ao mar , gostei da foto .
Bom Domingo
JR
Bom dia, JR.
EliminarTenho uma predilecção muito especial por toda a poesia deste que foi o maior entre os maiores, do seu tempo e dos actuais.
A foto, cheia de azul, veio por 'mor'...
...Desta corrente eléctrica do mar :-)
Bom Domingo.
Grande poeta e bonito poema que escolheste.
ResponderEliminarUma realidade que parece que foi escrita hoje.
Bom domingo!
Beijinhos Janita
Obrigada, Manu.
EliminarUm bom Domingo também para ti.
Ah, e beijinhos, também, claro! :-)
EliminarAntero de Quental, uma alma atormentada!
ResponderEliminarAbraço
Creio bem que Todos os grandes Poetas, ainda hoje, sejam almas atormentadas, Leo.
EliminarUm beijinho e boa semana.
Andas em boa companhia, Janita, sua ateísta inveterada! :)
ResponderEliminarUm beijinho :)
Enganas-te, meu querido Amigo.
EliminarEu sou é uma adeísta inveterada, tal como o poeta. :-)
Beijinho, AC.
ResponderEliminarFotos e soneto lindíssimos. Fascinei o ego ao ver e ler.
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Um domingo feliz. Cumprimentos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Muito obrigada, Ricardo.
EliminarCumprimentos, saúde e uma boa semana.
«Nem sabe a gente já como, nem quando,
ResponderEliminarHá-de a nossa alma um dia descansar!»
Minha Alma disse-me
que não se dá parada
Boas leituras!
Amigo Rogério.
EliminarNão pretendo atormentar mais a sua alma já atormentada, mas acredita que quando preparei este postal pensei em si? Sobretudo, nesses dois versos.
Ânimo e muita força!
Um beijinho.
A língua portuguesa é uma fortaleza intransponível de riqueza literária
ResponderEliminarGlória a quem nos engrandeceu
Ah, Miguel, essa sua frase retrata, na perfeição, toda a riqueza e grandiosidade da nossa Língua e da nossa Cultura Literária.
EliminarTivemos grandes representantes disso e continuamos a ter. Até aqui pela blogosfera há bloggers- o Miguel incluído - que nos mostram isso a cada passo. Eu é que finjo não reparar...
Obrigada!
O “dom” da crítica é uma caraterística inata. Umas sociedadas mais propensas para essa “linha” de pensamento... É que antes de verbalizarem uma crítica positiva, não, é sempre a negativa que vem à tona.
ResponderEliminarCamilo Castelo Branco foi o meu “ídolo” da adolescência. Lembro-me mais da sua obra do que da obra de Junqueiro.
Sem dúvida, Catarina.
EliminarÉ mais fácil fechar(mos) os olhos às coisas boas que temos e só repar(mos) no mal. A crítica elogiosa não sai com a mesma ligeireza. Porquê não sei.
O Camilo distinguiu-se mais na escrita de romances melodramáticos que, na juventude, todos lemos e vivemos esses amores e desamores a par do nosso crescimento e maturidade. :)
Uma partilha magistral!:)
ResponderEliminar-
Beijos e um excelente Domingo.:)
Obrigada, Cidália. :)
EliminarBeijinho e boa semana.